domingo, 26 de dezembro de 2010

Levanta-te, pega o menino e sua mãe e volta.

Sagrada Família (Ano A): Eclo 3,3-7.14-17a;  Sl 127; Cl 3,12-21; Mt 2,13-15.19-23


O evangelho ressalta que a presença constante de Deus Pai protege a vida e a missão de seu Filho, rejeitado pelos poderosos desde seu nascimento. Herodes sente-se ameaçado pela Boa Nova da salvação, trazida pelo Messias Salvador. Ele determina que todos os recém-nascidos sejam mortos. Deus age através de José, iluminando-o para que se deixe conduzir pelos sinais de vida. Realiza-se em Jesus, desde a infância, a experiência do povo de Israel: Ele vai para o Egito, como o patriarca José e seu exílio no Egito evoca o Êxodo. Do Egito chamei o meu filho (v.15). Como em Os 11,1, Deus chama Jesus do Egito para formar um novo povo através do seu ministério na Galiléia (4,12ss).

A 1ª leitura é um texto sapiencial que trata das relações familiares cotidianas. Evocando Ex 20,12 e Dt 5,16, acentua o dever de honrar e respeitar os pais, socorrê-los e compadecer-se deles na velhice. A fidelidade ao quarto mandamento do Decálogo, “honrar pai e mãe”, assegura felicidade e alegria.

Na 2ª leitura, o apelo é para nos revestirmos dos sentimentos de Jesus Cristo, deixando que a sua palavra habite em nós com abundância. É necessário revestir-se, sobretudo do amor, pois é o vínculo da perfeição que nos une fraternalmente.

A Sagrada Família de Nazaré é modelo de comunhão e amor para todas as nossas famílias. Com ela aprendemos a caminhar na fé, na constante sintonia com o plano divino, procurando viver com fidelidade mesmo dentro das vicissitudes e dificuldades da vida.

Damos graças a Deus que nos une numa fraternidade que supera diferenças e limites e nos faz crescer juntos, pela sabedoria e força que nos vem da palavra e do pão partilhados. No encontro pascal, à mesa da família possamos atingir a plena maturidade do Corpo do Cristo.
(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:

1. "E a família, como vai?" Partilhe quais os maiores desafios que as famílias enfretam no mundo atual. Quais são as raizes destes desafios?

2. Embora enfrentando grandes desafios, no Evangellho de hoje, a Sagrada Família se mostra fiel ao plano de Deus.  Como a fé ajuda a viver o plano de Deus? Qual é afinal o plano de Deus que toda família é chamada a seguir?

3. Concretamente, quais as atitutes fundamentais para se viver em  comunhão com os diversos membros da família?


Oração

Ó Deus de bondade,
a santa família de Nazaré
é para todos nós um exemplo de obediência à tua vontade.
Dá-nos a graça de vivermos em nossos lares
a mesma comunhão de fé
para que, unidos pelos laços do amor,
possamos morar para sempre em tua casa,
com todos os que te são fiéis.
Por Cristo, nosso Senhor!
Amém.

















sábado, 25 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal - 2012

Emanuel - Deus está conosco! - Feliz Natal!


O Povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte uma luz resplandeceu... Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz.
Isaías 9, 1.5

Queridos/as amigos/as, leitores e leitoras deste blog,

Fraternidade, comunhão e paz!

Ao celebramos o natal de Jesus Cristo, voltemos o nosso coração à Belém e demos graças à Deus pelo dom admirável do seu Filho, nascido de Maria, na pobreza de uma gruta, entre os marginalizados do mundo. 

"Após espera tão longa", entoemos hoje hinos de louvor e cantos de alegria, pois o Messias esperado já está no meio de nós.  Ele é verdadeiramente Emanuel, Deus com a gente! Ele se fez povo: carne em nossa carne, pobre entre os pobres. Voltemos o nosso olhar para criança deitada no cocho de Belém, na solitude da noite, na companhia de José e Maria, dos pastores, gente pobre, e dos animais.  Vejamos no recém nascido a faísca de Deus, luz que aquece nossa vida e enche de esperança nosso coração. Em comunhão com toda a criação, exaltemos nosso coração, pois a Palavra de fez carne e armou sua tenda entre nós! O Cristo esperado está conosco! Ouçamos novamente com alegria o anúncio do Natal: Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor! 

Que a celebração do Natal de Jesus nos anime a continuar a encarnar na vida esta Boa-Notícia do Deus sempre conosco, no meio de nós!

Que a Páscoa do Natal revigore nossos sonhos, renove nossas esperanças e fortaleça nossas lutas.

E que a Palavra de Deus - encarnada em Jesus Cristo - continue a iluminar nossos caminhos, orientar nossos projetos e guiar a jornada de fé de nossas comunidades.

Obrigado pelo carinho e amizade.

Nos encontramos sempre por aqui para ler, rezar, atualizar, viver e anunciar o mistério da Palavra feito carne em Jesus Cristo!

Um feliz e santo Natal para cada um/a e todos/as vocês!

Um grande abraço,

Jonas D. Christal

Lowell, MA, EUA - Natal 2010.

















domingo, 19 de dezembro de 2010

...Tu lhe darás o nome de Jesus.

IV Domingo do Advento (A): Is 7,10-14; Sl 23; Rm 1,1-7; Mt 1,18-24



O relato da genealogia de Jesus (1,1-17) desemboca no fato individual e único do nascimento de Jesus. Mateus se apóia na promessa de Deus a Acaz (Is 7,14) que anuncia o nascimento de Ezequias, rei justo e bom, sinal da presença de Deus junto ao seu povo e por isso, figura de Cristo. O relato mostra que a maternidade de Maria não é obra de José, mas do Espírito Santo, fato que é afirmado duas vezes no breve relato. José, interpelado como “filho de Davi”, garante a linhagem dinástica de Jesus, também chamado Filho de Davi. Se José impõe o nome é porque age como pai legal

Aqui se diz que José era “honrado” significando que era justo e que, percebendo na mulher a obra de Deus, quer se retirar para não atrapalhar um plano de Deus que ele não pode compreender. Enquanto Lucas conta que o anjo anunciou a Maria, Mateus conta que o anjo apareceu em sonhos a José. O sonho é como meio de revelação fidedigna. Através dos sonhos a pessoa entra em conexão com uma dimensão mais profunda de si mesma e pode ouvir de modo mais puro a mensagem de Deus. De fato, ao despertar do sonho José fez como o Senhor lhe havia ordenado, acolhe Maria como esposa, mas não teve relações com ela. A sua missão é fazer aparecer o Senhor como o único esposo de Maria, símbolo da comunidade nova. É pela força do Espírito que ela dá a luz o seu Filho Jesus.

Mateus gosta de mostrar que em Jesus cumprem-se as profecias. Assim ele recebe o nome que resume sua missão. É o mesmo nome de Josué, o patriarca que introduz o povo hebreu na terra prometida. O filho que nascerá de Maria será a realização das mais profundas promessas de Deus ao seu povo. Será a visibilidade da presença do Senhor que virá morar com o seu povo, o Emanuel.

Caminhemos para a festa do natal renovados pela alegria de saber que o Senhor, pela sua ressurreição, está no meio de nós, se faz presente em nossa reunião, na sua palavra e na partilha do pão. Reacendemos a lâmpada da nossa espera, oramos com renovado ardor: Vem, Senhor Jesus!

(Extraído do Dia do Senhor, Ano A)

Para refletir e partilhar:
1. Quais os sentimentos que o nome "Jesus" (Deus salva) e "Emanuel" (Deus conosco) evocam em você?
2. O que a atitude de José nos ensina? Como o sonho está presente na sua vida? O que a mística da gravidez pode ensinar ao mundo hoje?
3. Maria e José cooperam com o plano de Deus. Esse compromisso gera o Cristo Jesus. Quais compromissos você e a sua comunidade estão comprometidos e que geram vida no mundo atual?
4. Comente o vídeo, "Criança, a Alma do Negócio." (Ver no lado direito inferior do blog)


Oração

Derrama, Deus da vida, em nossos corações,
a tua graça, para que, conhecendo pela anunciação
do anjo a encarnação de Jesus Cristo, teu Filho,
cheguemos, por sua paixão e morte,
à glória da ressurreição.
Por Cristo, nosso Senhor!
Amém.


Adolfo Temme
Do tronco da vida, mesmo ferida,
nasce uma flor, rindo da dor, ô ô ô...

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sábado, 11 de dezembro de 2010

Os cegos recuperam a vista!




O primeiro a se posicionar a respeito de Jesus foi João Batista. Ele estava preso por ordem de Herodes Antipas (Mt 4,12). Da prisão ouve falar do que Jesus está fazendo e se decepciona. Conforme os profetas, ele tinha anunciado um Messias como juiz escatológico, armado de pá e fogo que viria trazendo ao mundo o julgamento de Deus, conforme Mt 3,10. Agora, na prisão, os discípulos contam a João notícias de um Jesus benéfico, acolhedor, disposto a perdoar. E João entra em crise de fé e de respeitabilidade por ter anunciado coisas que não se cumprem, como um falso profeta. Por isso João manda seus discípulos perguntarem a Jesus: “és tu o que devia vir, ou devemos esperar outro?”

Jesus não responde diretamente à pergunta de João. Mostra suas ações e manda que João as interprete. Jesus se baseia em outras passagens da escritura, como Is 35 e 61, que prometem um Messias manifestação do amor misericordioso de Deus. O cumprimento de profecias messiânicas confirma a missão.

O importante é que João não rompe a sua relação de adesão a Jesus. Mateus mostra a continuidade entre João e Jesus sublinhando que os dois têm a mesma mensagem (Mt 3,2 e 4,17) . O próprio Jesus confirma que João é profeta. Por sua conduta ascética é como o primeiro dos profetas, Elias, que se retirava ao deserto e enfrentava o rei e sua corte (1Rs 17-18).

Neste domingo alegramo-nos com esta boa notícia de que Deus se manifesta em Jesus, não como Juiz, mas como a manifestação amorosa de Deus, acolhendo os fracos, curando os doentes, anunciando a boa notícia aos pobres e pequenos.

Nesta celebração, sentindo a proximidade da festa, reacendemos a lâmpada da nossa espera e deixamos que ecoe em toda a nossa existência o grito insistente e fervoroso: Vem Senhor Jesus! Que ele venha para ativar as mãos enfraquecidas e firmar os joelhos vacilantes e dar esperança a toda pessoa que busca um sentido e luta por tempo novo de justiça e paz.

(Extraído do Dia do Senhor, Ano A)

Para refletir e partilhar:

1. A passagem de hoje indica que os gestos concretos de Jesus ("os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam etc") revelam a sua verdadeira identidade messiânica. Qual é a imagem que hoje as pessoas têm de Jesus? Ela é a imagem do Messias que vem trazer concretamente Boa-Notícia aos pobres e esquecidos/excluídos?

2. Como a sua comunidade prolonga os gestos de Jesus no mundo atual? Há cegos sendo curados, mortos ressuscitando, surdos ouvindo, pobres recebendo boa-notícias?

3. Qual a imagem você tem de Jesus? Ela é parecida com a imagem do Evangelho de hoje? Ela te traz alegria?

Oração

Ó Deus do universo,
tu vês o teu povo preparando,
fervoroso, o natal do Senhor.
Dá-nos a graça de trilhar com alegria
o caminho que ele nos abriu
e celebrar sempre o teu louvor.
Por Cristo Jesus, nosso Senhor!
Amém.

Agostinha Vieira de Melo
Desça como a chuva a tua Palavra,
que se espalhe como orvalho,
como chuvisco na relva,
como aguaceiro na grama. Amém!


sábado, 4 de dezembro de 2010

Convertei-vos (II Advento - Ano A)


As palavras de João retomavam as advertências dos profetas, usando imagens como a da fogueira que queima e limpa tudo e a do machado que corta as árvores. Escolhe uma citação do profeta do retorno (Is 40,3) ou seja, do segundo êxodo. João tem um aspecto de asceta como o grande profeta Elias em 2Rs 1,8, cuja volta a comunidade judaica espera até o dia de hoje como sinal do Messias (cf. Mt 11,15).

João goza de credibilidade de um profeta. Por seu estilo de vida e por sua atividade devidamente reconhecida, atraiu o povo. A ele vinham as autoridades religiosas e sociais de Israel. João se dirige a todos: judeus e não judeus, pobres e ricos... Pede conversão e justiça. Exige arrependimento, confissão pública e a conversão como fruto. Mas João não se considera a realização das promessas e as aponta no que “virá depois”. O êxodo, o deserto e o mar Vermelho apontam para a páscoa que vai se realizar em Jesus. Jesus foi discípulo de João, recebeu dele a formação de profeta e é ele o cumprimento de todas as promessas.

João acolhe e batiza o povo como sinal de abertura à vinda do Senhor. Ao mesmo tempo, desmascara os ouvintes impenitentes que não estão dispostos a uma mudança de vida. O papel do Batista é apontar o caminho da conversão. Ele tem consciência de ser apenas a voz que clama no deserto. Por isso, o apelo deste segundo domingo do advento é: "Preparai os caminhos do Senhor".

A nossa conversão não é uma condição para que Deus venha. O Senhor vem independentemente da nossa conversão e a sua chegada é tão certa como a aurora. Nossa conversão é sinal de que estamos abrindo os braços para a sua vinda. Por isso, na celebração deste domingo, ao acender a vela da coroa, deixemo-nos iluminar pela alegria da sua chegada, e que o Senhor mesmo nos purifique com o batismo do Espírito e do fogo.
(Extraído do Dia do Senhor, Ano A)



Para refletir e partilhar:
1. Entender conversão como sinal de acolhida ao Senhor que vem, o que nos ensina? Para nos voltarmos àquele que vem, o precisamos abandonar, deixar para trás?
2. Qual aspecto da vida de João Batista (palavra, gesto, atitude) que mais fala à você neste tempo do Advento?
3. Quem são e onde estão os "João Batista" de hoje?


Oração

Deus das misericórdias,
liberta-nos de tudo o que pode impedir
e atrapalhar nossa intimidade e comunhão
com o Cristo que vem ao nosso encontro.
Tua sabedoria nos conduza e guie,
para que participemos plenamente
da vida que veio nos dar.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém


sábado, 27 de novembro de 2010

Portanto, ficai atentos! (I Advento - Ano A)


O evangelho está situado no discurso escatológico (caps. 24 e 25) e introduz o tema da vigilância, ressaltado em diversas parábolas (24,45-25,30). Exorta a preparar a vinda do Senhor, que vem para realizar a salvação na história. Propõe uma escolha radical: acolher ou recusar o Filho do Homem, o Senhor Jesus que se manifesta nas atividades cotidianas, como comer, beber, casar. O trabalho no campo caracteriza a missão dos discípulos/as. Com a forma imperativa “vigiai” (v.42), os discípulos são convidados a estar preparados: viver com disponibilidade, dedicando-se ao serviço do Reino, acolhendo a sua presença em cada momento.

Na 1ª leitura, Isaías utiliza a imagem das peregrinações religiosas ao templo de Jerusalém, para ressaltar a esperança universal de salvação. O povo estava passando por um momento de crise político-religiosa. Mas, incentivado pelo profeta, encontra na palavra de Deus, a instrução e a norma para trilhar o caminho da vida, transformando as armas da guerra em instrumentos de paz.

A 2ª leitura insere-se após a proclamação do mandamento fundamental do amor ao próximo (cf.v.9). Quem assume com radicalidade esse princípio vive o kairós de Deus, isto é, o tempo de salvação. É hora de despertar, de acordar para o tempo novo de libertação. O Senhor nos reveste com a sua graça para que caminhemos como filhos da luz, libertos das obras das trevas.

Iniciando hoje o advento e o novo ano litúrgico, somos chamados a permanecer em atitude vigilante para acolher os sinais de Deus. A palavra do Senhor nos desperta, nos mantêm acordados para o compromisso de sermos construtores de paz. A luz da salvação refulge em nós sob a forma de amor fraterno e solidário.

A vinda do Senhor é antecipada na celebração eucarística. Mas nós não celebramos apenas sua presença, e sim o desejo que ele venha, que possamos estar com ele em todos os momentos da nossa vida e, sobretudo na outra vida. E enquanto caminhamos neste mundo sejamos vigilantes, nos despojando a cada dia das ações das trevas e nos revestindo das armas da luz.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:

1. Como o Reino de Deus se manifesta no cotidiano de sua vida?
2. Quais são as situações e atitudes que ofuscam a manifestação do Reino de Deus no mundo?
3. Como a sua comunidade se mantém atenta e vigilante nos dias atuais?

Oração

Ó Deus das promessas,
dá ao teu povo o firme desejo de buscar o teu reino,
para que, acolhendo com obras de paz e justiça
o Cristo que vem ao nosso encontro,
sejamos verdadeiramente servidoras e servidores teus!
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.



Taizé

Jesus, remember me when you come into your Kingdom.
(Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu Reino)

sábado, 20 de novembro de 2010

Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado! (Cristo Rei - Ano C)

O tema do reinado de Cristo aparece no evangelho de Lucas, com toda a sua força, nas narrativas da morte de Jesus na cruz, tanto na boca dos soldados que o insultam como no pedido de um dos ladrões para que se lembre dele no seu reino.

Para Lucas, o reino de Cristo se inicia realmente na hora da cruz, e dele participa quem é capaz de se converter e mudar suas opções de vida. Ao contrário do que os soldados pensavam, o reino de Jesus não se manifesta em prodígios incríveis – como seria se Jesus salvasse a si mesmo – mas no seu poder de reconciliar a humanidade com Deus através da cruz, ato supremo do seu amor e serviço aos seus irmãos. O reinado de Jesus é, fundamentalmente, a reconciliação da humanidade com Deus, a humanidade participando da vida de Deus.

Em nossa celebração, proclamamos Jesus como o rei que venceu a violência pelo amor e pela não-violência. Pela força amorosa do Espírito que prolonga na Igreja a sua memória, somos transfigurados de nossas idéias triunfalistas para abraçarmos com toda a ternura do coração a sua vida em nós e a missão que ele nos confia.

(Extraído do subsídio Dia do Senhor)

Para refletir e partilhar:

1. Cruz, Reino de Deus, paraíso...  o que estas palavras-símbolos no diz nesta Festa de Cristo Rei?
2. Como o reinado de Jesus se diferencia e se contrasta com os governos atuais que se pautam pelo busca do poder econômico-militar e por ambições pessoais?
3. O que significa para você proclamar o Crucificado Jesus como o Messias, Rei do Universo?

Oração

Deus da vida,
tu quiseste reunir e reconciliar toda a tua criação
no teu filho Jesus,
a quem proclamamos amigo e servidor dos pobres,
Senhor do universo e da história.
Escuta nossas preces
e concede a todas as criaturas, libertas de toda escravidão,
a graça de servir ao teu reino
e glorificar sempre teu nome santo,
bendito pelos séculos dos séculos.
Amém.


Reginaldo Veloso
Deus santo, tem piedade de nós! (bis)
Deus santo, Deus forte, tem piedade de nós! (bis)
Deus santo, Deus forte, Deus imortal, tem piedade de nós! (bis)



sábado, 13 de novembro de 2010

É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida! (XXXIII DTC - Ano C)

Para a comunidade de Lucas, exposta às perseguições de fora e às crises internas, refletir sobre o fim dos tempos servia como incentivo e firmeza no caminho da fé. A destruição de Jerusalém, ocorrida anos antes da redação final deste evangelho, era um sinal muito forte que apontava para a chegada dos últimos tempos. As perseguições, vividas por esta comunidade, podiam ser vistas como o começo do juízo de Deus sobre a história e o mundo, quando ele fizer justiça aos justos e puser fim às injustiças dos maus.
A afirmação de que não ficará pedra sobre pedra contrasta com o ensinamento final: é permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida. Os cristãos não precisam temer as instabilidades e turbulências da vida: a resistência da fé se faz acolhendo a força que vem de Deus e que se manifesta no Espírito de sabedoria que vem do próprio Deus, no momento presente. Em tempos de crise, é importante encontrar nosso apoio na estabilidade que é dada por Deus no coração profundo, superando nossa humana sensibilidade. As perseguições e os conflitos encontrarão aí um espaço que não poderão influenciar. É a partir deste núcleo firme e desta profundidade da vida cristã que se estrutura o testemunho que nós, cristãos, somos chamados a dar.
A paciência que o Senhor nos pede não é resignação ao sofrimento, mas uma atitude de perseverança que nos mantém na expectativa do mundo que Deus vai criar e nos engaja no serviço bem concreto para apressar a sua vinda. Na celebração, a ação do Espírito que opera na Igreja a santificação, reúna o nosso coração e nos dê a consciência para discernir e o amor para cumprir a vontade de Deus em cada momento presente.
(Extraído do subsídio Dia do Senhor)
Para refletir e partilhar:
1.   Quais são as “instabilidades e turbulências” do mundo atual que exigem do/a cristã/o resistência da fé?
2.   Como as crises pessoais, comunitárias, e sociais podem nos ensinar e nos fazer crescer na fé?
3.   “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida”. Comente estas palavras de Jesus no contexto do Evangelho e de hoje.

Oração
Deus da paz,
enche nossa vida com a alegria de te servir
com um coração indiviso
e faze-nos experimentar profundamente
a felicidade de trabalhar por ti, criador de tudo,
e por teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.
Agostinha Vieira de Melo
Quem cochila desperte,
o que dorme levante!
Preparemos a estrada
do Senhor caminhante!


sábado, 6 de novembro de 2010

Deus não é Deus de mortos, mas de vivos! (XXXII DTC - Ano C)


Cerca de duzentos anos antes de Cristo, a partir da revolta dos Macabeus, formou-se em Israel a fé de que os justos ressuscitariam, enquanto os ímpios seriam esquecidos.  Era uma convicção muito difundida, da qual os saduceus, a aristocracia sacerdotal, preocupados com a manutenção de seus privilégios e resistentes à qualquer inovação, não partilhavam.  Para enfraquecer a influência de Jesus, apresentam um caso, baseado numa tradição de Israel – a lei do levirato (Dt 25, 5-10); quando um homem morre sem deixar filhos, seu irmão deve tomar sua mulher para dar descendência ao falecido.

A resposta de Jesus é clara: não se pode aplicar para vida de Deus as mesmas leis que regem as instituições e costumes humanos.  Os saduceus estão equivocados em sua repreensão sobre a ressurreição, pois esta não é uma repetição desta vida daqui, mas uma realidade completamente nova, ultrapassando as leis biológicas e psíquicas agora existentes, atingindo a própria realidade da vida de Deus.
A fé na ressurreição não é uma crença intelectual sobre o que vai acontencer depois da morte, mas um modo de viver a própria vida presente que nos faz, como ensinava o apóstolo Paulo aos romanos, não nos conformarmos às estruturas deste mundo, mas nos transformarmos pela renovação do coração e da mente. 
(Extraído do subsídio Dia do Senhor)
Para refletir e partilhar:
1. Como a sua fé na ressurreição ajuda você viver a vida presente?
2. Por quê projetar para a vida depois da morte a ordem social e os costumes da vida presente (como se a vida eterna fosse repetição da vida presente) pode ser perigoso? O que pensar da mulher nesta história?
3. Como a vida presente e a vida eterna estão relacionadas? No contexto atual, que força tem a afirmação de Jesus, "Deus não é Deus dos mortos"?
Oração


Ó Deus, criador da vida e protetor dos vivos.
Renova a nossa fé e ajuda-nos a trabalhar 
com perseverança para construir,
aqui na terra, o reino de justiça que aguardamos.
Atende-nos, ó nosso Deus, 
em nome de Jesus, nosso Senhor.
Amém.





Adolfo Temme
Bendigamos ao Senhor, pois eterno é seu amor.


domingo, 31 de outubro de 2010

Hoje a salvação entrou nesta casa… (XXXI DTC - Ano C)

Em Jericó, havia um homem de pequena estatura, chamado Zaqueu. Por causa da multidão que acorria para ver Jesus, ele saiu correndo à frente e subiu numa árvore, um sicômoro, por onde, certamente, Jesus iria passar. Ao entrar em Jericó, Jesus viu Zaqueu, que estava sobre a árvore e lhe disse para descer porque iria hospedar-se em sua casa. Naquele momento, o cobrador de impostos foi chamado a ser seu discípulo. Zaqueu queria ver Jesus, mas é Jesus quem o vê. Para o judeu, o crer consistia no ouvir, interpretar; para o cristão, o ver. Por isso, os milagres de Jesus comprovavam a eficácia de sua ação.
 Zaqueu, nome que significa Deus se recorda ou também aquele que é puro, dependendo da etimologia, era um rico e odiado chefe dos cobradores de impostos. Um parceiro dos romanos na exploração do povo. Os judeus não gostavam dos compatriotas que assumiam tal função. Eles os viam como infiéis à Lei e, por isso, os consideravam pagãos e impuros.
Jesus diz a Zaqueu que iria se hospedar, entrar na sua casa. O substantivo casa vem do grego, oikos, e significa a casa do mundo e de cada ser humano no seu próprio corpo e no lugar onde ele habita. Oikos é a casa natal. Casa é invólucro de cada um de nós, a construção material onde ocorrem relações sociais e econômicas em função de uma família. Quanto melhor estiverem organizadas essas relações, melhor será a vida familiar. Os gregos, ao mencionar a casa, falam das relações econômicas domésticas, caseiras, que gerenciam a casa. E é daí que vem um outro termo grego, oikonomia, que significa a lei (nomos) que rege a casa (oikos), isto é, economia (Jacir de Freitas Faria, Economia e vida na casa da Bíblia, Vida Pastoral, 271, São Paulo: Paulus, 2010, p. 3-10).
 A função primeira de Zaqueu era cuidar da economia, do dinheiro do povo, que seria enviado para os romanos. Jesus, ao convidá-lo para ser o seu discípulo, estava ensinando que toda a economia que não estiver a serviço da vida não é querida por Deus. E Zaqueu logo compreendeu o sentido do chamado, ao afirmar que daria a metade dos seus bens para os pobres, bem como restituiria em quádruplo àqueles que ele defraudara. Desse modo, Zaqueu se declara um ladrão público.
 Os fariseus estavam preocupados com o fato de Jesus comer na casa de um pecador. E Jesus, de forma categórica, afirma que a salvação tinha entrado naquela casa e que Zaqueu era também filho de Abraão, como eles, os fariseus. A salvação é para todos os povos, todos que acreditam na proposta de Jesus e se convertem, como Zaqueu. 
(Extraído da revista Vida Pastoral)

Para refletir e partilhar:
1. Como a atitude de Zaqueu pode iluminar a vida cristã? O que o seu encontro com Jesus nos ensina?
2. "Hoje a salvação entrou nesta casa." Quando esta palavra de Jesus se realizou em sua vida? Ela continua se realizando? Como?
3. "A salvação é para todos os povos..." A sua comunidade busca acolher a todos/as, manifestando a salvação universal revelada em Jesus Cristo?

Oração 

Ó Deus, força que move e orienta nossas vidas,
escuta as nossas orações
e multiplica o pouco que somos,
segundo a medida do teu amor.
Como nada podemos em nossa fraqueza,
dá-nos o socorro da tua graça,
para que possamos agir sempre conforme a tua vontade
e caminhar com alegria na estrada dos teus mandamentos.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

 
ODC
Deus vos salve, Deus
Deus vos salve, Deus
Deus salve esta casa (as pessoas, o universo...)
onde mora Deus, vos salve Deus.


sábado, 23 de outubro de 2010

Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador! (XXX DTC - Ano C)

O evangelho de hoje, na mesma linha do domingo anterior, é um ensinamento sobre a oração e a relação com Deus, tendo dois personagens profundamente diferentes: o fariseu e o publicano.

O farisaísmo, palavra que quer dizer “separado”, surgiu cerca de trezentos anos antes de Jesus e constituiu-se em um movimento de renovação profunda no judaísmo, pelo resgate da palavra de Deus na vida concreta das pessoas. Visto que a lei exprimia a vontade de Deus, ele não só a estuda nos mínimos detalhes, como a observa minuciosamente, escrupulosamente, todos os mandamentos e proibições, e até mais do que estava prescrito. O fariseu representa o justo, reconhecido como tal no judaísmo, não sendo egoísta nem preocupado consigo mesmo, mas atento ao futuro e às necessidades do povo.

Os publicanos ou coletores de imposto surgiram quando da dominação romana na Palestina e estão a serviço deste mesmo poder. São eles que coletam os impostos a serem enviados a Roma como forma de tributação. Eram considerados, pelos habitantes locais, como traidores do povo, com fama de ambiciosos e desonestos.

A conclusão da parábola, ao contar que o publicano, reconhecendo-se pecador, voltou justificado para a sua casa, e não o fariseu, quer ensinar que a oração e a relação com Deus não dependem dos nossos méritos e erros, mas da autenticidade e transparência com que conseguimos articulá-la. O publicano reconheceu sua pequenez e fez de sua própria pobreza a sua prece e uma entrega ao mistério de Deus, enquanto o fariseu, apesar de todos os seus méritos, tornou sua oração uma justificação de si mesmo.

Este gesto do publicano diante de Deus se atualiza em nossa celebração ao reconhecermos nosso pecado, no ato penitencial, e ao escutar e acolher a palavra que nos desvela e nos converte. A oração litúrgica nos educa a uma constante abertura ao mistério de Deus e a uma atenta vigilância, para que não nos fechemos em nós mesmos. Só Deus é justo e capaz de nos justificar diante dele. A salvação não depende da nossa santidade, mas da sua misericórdia.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
1. A partir deste Evangelho, como podemos caracterizar uma oração verdadeira? Qual deve ser a atitude de quem reza diante de Deus?
2. Como é a oração em sua comunidade?
3. Comente, "A salvação não depende da nossa santidade, mas da misericórdia de Deus". 


Oração

Senhor que vieste, não para condenar, mas para salvar, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.
Cristo, que acolhes quem confia em tua misericórdia, tem piedade de nós.
Cristo, tem piedade de nós.
Senhor, que muito perdoas a quem muito ama, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.

Deus todo amoroso,
tenha compaixão de nós,
perdoe os nossos pecados
e nos conduza à vida eterna.
Amém.


Misericordias domini in aeternum cantabo

(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto

sábado, 16 de outubro de 2010

E Deus não faria justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? (XXIX DTC - Ano C)


A parábola, contada como um ensinamento de Jesus sobre a oração, tem dois personagens que atuam e interagem: a viúva e o juiz. A viúva representa uma das classes mais oprimidas do tempo da bíblia, por ser mulher e por ser sozinha para sustentar os filhos. Tinha, por isso, uma proteção especial da lei. No entanto, constituíam um grupo especialmente exposto a abusos legais e judiciais, porque não podiam pagar nem subornar. O juiz em questão não temia a Deus nem respeitava as pessoas. Foi audaz atribuir a Deus a imagem de um juiz iníquo, mas a conclusão da parábola é clara: se um juiz injusto atende a causa de uma viúva indefesa, por que Deus não fará justiça aos seus, que o invocam?
Para os cristãos do tempo de Lucas, que esperavam para logo a vinda do Senhor, essa palavra tinha um sentido especial, pois o reino demorava a chegar. Diante dessa demora, era preciso perseverar na oração e invocar, com toda confiança, a chegada do dia do Senhor. A viúva insistente era a figura de um ideal muito caro às primeiras comunidades: a oração contínua, perseverante, sem nunca cessar.
O núcleo fundamental da nossa fé, não é a oração, mas o amor feito entrega e doação gratuita. Contudo, a oração é um sinal importante e indispensável, sem a qual todo o nosso serviço pode ficar reduzido à mera exterioridade. É nela que se expressa a intensidade da nossa relação gratuita e vital com Deus, fonte de todo amor, que nos faz, sempre de novo, ir ao seu encontro como pobres e pedir a ele, nossa última esperança, que faça sua justiça e nos liberte.
(Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
1. De que maneira a atitude da viúva continua a nos inspirar hoje? Quem seria hoje as pessoas que como a viúva buscam valer a justiça?
2. A sua oração é fonte de sustentação na busca por justiça?  Ela está ligada com a dinâmica do Reino de Deus?
3. Com o tempo, você tem aprendido a rezar melhor? Explique.

Oração

Ó Deus da vida,
dá-nos, a cada dia,
a graça de estar sempre a teu dispor
e te servir com um coração indiviso.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Irmãs, vinde à oração, irmãos, vinde à oração.

sábado, 9 de outubro de 2010

Um deles voltou atrás, jogou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. (XXVIII DTC - Ano C)


Jesus, durante o ministério, que culmina em Jerusalém com a morte e a ressurreição, encontra e cura dez leprosos. Segundo Levítico 13,46, os leprosos moravam em lugares afastados e eram considerados impuros. Por isso, eles param à distância e de longe gritam: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! (v.13). Jesus vê os leprosos e os liberta da situação de exclusão que se encontram. Reintegrados à vida normal (Lv 14), podem a partir de então participar do culto. Assim, com a cura dos leprosos, Jesus propõe o resgate da vida social do povo. Somente um samaritano, ou seja, um estrangeiro reconheceu a misericórdia e a compaixão de Deus atuando em Jesus. Com sua atitude, expressa a fé em Jesus. O elogio de Jesus ao samaritano transforma-se em apelo a uma vida nova de compromisso com o evangelho. Deus oferece a graça da salvação a todas as pessoas. Mas é necessário abrir o coração para acolher com fé o dom de Deus manifestado a toda a humanidade. “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou (v.19).
Na 1ª leitura, Naamã, general do exército da Síria, é curado da lepra através da obediência à palavra profética e do banho ritual. Naamã retorna com sua comitiva ao profeta Eliseu, o homem de Deus, para agradecer-lhe a cura. Eliseu não aceita presentes, pois a cura, a salvação é dom gratuito de Deus. Naamã deixa-se transformar pelo Senhor, passando a adorá-lo como o Deus único e Salvador da vida. Com o salmista, louvemos ao Senhor, pois ele manifesta continuamente seu amor e salvação em todo o universo. A 2ª leitura acentua, através de um hino cristão primitivo, que a comunhão no sofrimento de Cristo leva a participar da glória de sua ressurreição.
Com uma atitude profunda de ação de graças experimentamos a salvação que é dada não somente a nós, mas a todos os povos e nações. Participando do mistério pascal do Senhor, somos transportados da morte à vida e habilitados a sermos sinais da graça divina para todas as pessoas.
 (Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
1. Num mundo marcado por tantas notícias ruins e pelo vale-tudo dos interesses egoístas, as pessoas conseguem perceber a compaixão e misericórdia de Deus atuando no mundo? Onde elas continuam a atuar?
2. Você se sente tocado/a e cheio/a de gratidão pela graça de Deus atuando na sua vida e no mundo? Como você dá graças à Deus? Partilhe.

Oração

Ó Deus,
manifestas o teu poder, não pela força,
mas tratando-nos com imensa ternura e misericórdia,
continua a derramar sobre nós os dons da tua graça,
para que os nossos corações se encham da verdadeira alegria
que vem do teu Espírito.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Taizé 
Cantarei ao Senhor, enquanto viver.
Louvarei o meu Deus enquanto existir.
Nele encontro a minha alegria. (bis)

sábado, 2 de outubro de 2010

Senhor, aumenta a nossa fé! (XXVII DTC - Ano C)

Jesus utiliza a imagem do grão de mostarda, considerada a menor de todas as sementes, para transmitir sua mensagem. Os apóstolos, isto é, os enviados pedem ao Senhor o aumento da fé, diante dos desafios da missão. A fé, mesmo pequena como um grão de mostarda (v.6), fortalecida pela confiança total em Deus, torna-se grande. Quando autêntica, a fé possibilita criar o novo, fazer acontecer mudanças, aparentemente impossíveis. A imagem da árvore arrancada e plantada no mar representa a força eficaz da fé. A confiança, a fé na palavra de Jesus possibilita colocar-se a serviço do Reino, no amor e na gratuidade. Somos simples servos, chamados a trabalhar na busca e construção de uma sociedade solidária, justa, igualitária. Deus dará muito mais aos que esperam e confiam em sua graça, deixando de se considerar indispensáveis no serviço.
A 1ª leitura descreve a vocação profética de Habacuc, numa época de expansão do poder babilônico. Habacuc, no diálogo com o Senhor, apresenta um lamento, uma queixa, uma vez que está cercado de opressão, violência, discórdias e guerras. A resposta do Senhor manifesta-se na história através da ação daqueles que permanecem fiéis aos seus ensinamentos. O justo viverá por sua fidelidade (2,4). O salmo convida a escutar a voz de Deus, renovando a aliança de amor, o compromisso de permanecer em seus caminhos. Timóteo, na 2ª leitura, e toda a comunidade cristã, é exortado a reavivar o carisma, o ministério confiado por Deus. O Espírito de Deus nos fortalece e capacita para testemunharmos a Boa Nova de Jesus Cristo, o precioso bem que nos foi confiado.
Somos chamados a viver com fidelidade nossa vocação profética, como Habacuc, denunciando tudo o que se opõe ao projeto de amor e justiça de Deus. Que a nossa fé, revigorada pela palavra e pela eucaristia, persevere no testemunho do evangelho, construindo assim um mundo melhor, de paz e fraternidade
 (Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
1. Sua fé já te ajudou a enfrentar e superar pequenos e grandes obstáculos?  Partilhe. Você também já se sentiu como os apóstolos dizendo, “Senhor, aumenta nossa fé!”?  Como conseguiu manter-se no caminho da fé?
2. Como a fé está relacionada ao serviço? Sua fé influencia suas escolhas políticas? Como?

Oração

Ó Deus, parceiro fiel da aliança,
renova a nossa fé e a alegria de ter servir.
Afasta de nós todo desânimo
e derrama sobre nós o teu amor e a tua força,
Porque sem ti, nada podemos fazer.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Agostinha Vieira de Melo
Teu sol não se apagará,
tua lua não terá minguante,
porque o Senhor será tua luz,
ó Povo que Deus conduz!


sábado, 25 de setembro de 2010

Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos. (XXVI DTC - Ano C)

A narrativa do evangelho apresenta um homem muito rico e um pobre mendigo, Lázaro. A finalidade do texto é principalmente ilustrar a necessidade de conversão e de fé. A escuta, a adesão à palavra de Deus é fundamental para acolher os sinais de salvação. Por meio da vida, morte e ressurreição, Jesus indicou o caminho a seguir, centrado no amor a Deus e ao próximo. A palavra de Deus leva a abrir o coração para a partilha e a solidariedade. Faltava ao “homem rico” observar os ensinamentos de Deus, que desde Moisés e os Profetas apresentam as exigências de amar e socorrer os pobres. A vida oposta ao projeto de Deus, a falta de comunhão e partilha o conduziu ao abismo profundo, à separação da felicidade plena.
A profecia de Amós, na 1ª leitura, está situada no século VIII a.C. O profeta exorta os que buscam apenas o próprio bem- estar, “indiferentes ao sofrimento de José”, ou seja, dos irmãos necessitados. O contraste entre ricos e pobres impedia a formação de uma sociedade igualitária, com sua própria autonomia. Por meio do Salmo, louvemos ao Senhor, pois ele ampara os que confiam em seu amor, abrindo-lhes os olhos, levantando-os do chão. A 2ª leitura orienta a cultivar as boas virtudes: “a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão” (v.11). É necessário conservar a fidelidade a Cristo, assumindo a missão com radicalidade, na solidariedade do “bom combate”.
Como no tempo do profeta Amós, de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, as riquezas do mundo, que são destinadas a todos, continuam acumuladas, usufruídas por uma minoria de afortunados. A escuta atenta da palavra de Deus nos impele a ajudar os pobres Lázaros sentados no chão junto às portas, à margem da sociedade.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
1.Como a Palavra de Deus (“Moisés e os Profetas”) pode nos ajudar a viver em comunhão com Deus e com o próximo?
2.Sua vida é centrada na Palavra de Deus? Isso faz diferença nas suas decisões pessoais? De que maneira?
3.Como os cristãos podem combater o abismo que existe entre os ricos e os pobres? Você conhece algum grupo e/ou pessoa que faz isso?

Oração

Ó Deus, amigo dos pobres,
reúne os que estão dispersos e sem orientação,
sustenta os abandonados,
liberta os prisioneiros, restitui a luz aos cegos,
acolhe os órfãos e as viúvas,
ouve o clamor do teu povo que sofre.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.



L: Adolfo Temme M: popular Maranhão
Quem ouvir e praticar a Palavra da Escritura, (bis)
Fez a casa no rochedo, uma obra que pertudura; (bis)
Contra chuva, contra vento esta casa é segura. (bis)


Mas aquele que ouvir e não praticar na vida, (bis)
Fez a casa na areia, uma construção perdida; (bis)
Pela chuva, pelo vento vai ser logo destruída. (bis)

sábado, 18 de setembro de 2010

Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. (XXV DTC - Ano C)

Quando lemos este evangelho, a primeira coisa que queremos entender é se o Senhor está elogiando a fraude do administrador e, se for assim, como é que isso combina com a mensagem evangélica do reino. A intenção do Senhor em contar a parábola é evitar que a vida de fé dos seus discípulos – os filhos da luz - transforme-se em uma espécie de paliativo que os acomode e os torne “tranqüilos”.
A parábola é contada aos discípulos para tirá-los da inércia e atender as exigências da hora presente. O elogio é feito ao administrador não pela fraude em si, mas pela esperteza diante da situação crítica em que se encontrava. Jesus pede que o imitemos não na sua injustiça, mas na sua previdência e visão ampla.
O discipulado é um caminho exigente que pede uma perspicácia e uma sabedoria para unir, constantemente, o caminho do evangelho e o cotidiano, de modo que as nossas relações sejam tomadas totalmente pela proposta do Senhor. Não há aqui espaço para a mediocridade e a superficialidade. A radicalidade do seguimento nos leva a estabelecer hierarquia de valores e escolhas de acordo com o evangelho e o Senhor do evangelho.
Num mundo em que se investe uma imensidade de energia para o êxito dos negócios, esse evangelho chama a atenção para a criatividade que é preciso desenvolver no serviço do reino. Temos consciência que a força criativa que move a Igreja é obra do Espírito de Deus. Vamos à celebração para receber dele a luz e a energia, para colocarmos o melhor de nós a serviço da missão que ele nos confia. 
 (Extraído da Revista de Liturgia)
Para reflexão e partilha:

1. O mundo ao nosso redor é movido por energia criativa ou é apático e indiferente diante da vida?
2. O que dá a você criatividade e força para anunciar e viver o Evangelho?
3. O que significa ser "filho (a) da luz"?


Oração:

Ó Deus da luz,
que expulsas toda escuridão,

por teu filho amado,
abençoa a nós e a nossa comunidade
e, por tua força e energia,
dá-nos a graça de viver sempre como filhos e filhas da luz.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.






Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra: 

imunda meu ser, permanece em nós.