sábado, 11 de dezembro de 2010

Os cegos recuperam a vista!




O primeiro a se posicionar a respeito de Jesus foi João Batista. Ele estava preso por ordem de Herodes Antipas (Mt 4,12). Da prisão ouve falar do que Jesus está fazendo e se decepciona. Conforme os profetas, ele tinha anunciado um Messias como juiz escatológico, armado de pá e fogo que viria trazendo ao mundo o julgamento de Deus, conforme Mt 3,10. Agora, na prisão, os discípulos contam a João notícias de um Jesus benéfico, acolhedor, disposto a perdoar. E João entra em crise de fé e de respeitabilidade por ter anunciado coisas que não se cumprem, como um falso profeta. Por isso João manda seus discípulos perguntarem a Jesus: “és tu o que devia vir, ou devemos esperar outro?”

Jesus não responde diretamente à pergunta de João. Mostra suas ações e manda que João as interprete. Jesus se baseia em outras passagens da escritura, como Is 35 e 61, que prometem um Messias manifestação do amor misericordioso de Deus. O cumprimento de profecias messiânicas confirma a missão.

O importante é que João não rompe a sua relação de adesão a Jesus. Mateus mostra a continuidade entre João e Jesus sublinhando que os dois têm a mesma mensagem (Mt 3,2 e 4,17) . O próprio Jesus confirma que João é profeta. Por sua conduta ascética é como o primeiro dos profetas, Elias, que se retirava ao deserto e enfrentava o rei e sua corte (1Rs 17-18).

Neste domingo alegramo-nos com esta boa notícia de que Deus se manifesta em Jesus, não como Juiz, mas como a manifestação amorosa de Deus, acolhendo os fracos, curando os doentes, anunciando a boa notícia aos pobres e pequenos.

Nesta celebração, sentindo a proximidade da festa, reacendemos a lâmpada da nossa espera e deixamos que ecoe em toda a nossa existência o grito insistente e fervoroso: Vem Senhor Jesus! Que ele venha para ativar as mãos enfraquecidas e firmar os joelhos vacilantes e dar esperança a toda pessoa que busca um sentido e luta por tempo novo de justiça e paz.

(Extraído do Dia do Senhor, Ano A)

Para refletir e partilhar:

1. A passagem de hoje indica que os gestos concretos de Jesus ("os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam etc") revelam a sua verdadeira identidade messiânica. Qual é a imagem que hoje as pessoas têm de Jesus? Ela é a imagem do Messias que vem trazer concretamente Boa-Notícia aos pobres e esquecidos/excluídos?

2. Como a sua comunidade prolonga os gestos de Jesus no mundo atual? Há cegos sendo curados, mortos ressuscitando, surdos ouvindo, pobres recebendo boa-notícias?

3. Qual a imagem você tem de Jesus? Ela é parecida com a imagem do Evangelho de hoje? Ela te traz alegria?

Oração

Ó Deus do universo,
tu vês o teu povo preparando,
fervoroso, o natal do Senhor.
Dá-nos a graça de trilhar com alegria
o caminho que ele nos abriu
e celebrar sempre o teu louvor.
Por Cristo Jesus, nosso Senhor!
Amém.

Agostinha Vieira de Melo
Desça como a chuva a tua Palavra,
que se espalhe como orvalho,
como chuvisco na relva,
como aguaceiro na grama. Amém!


2 comentários:

  1. This week's readings are powerful. So much so that I was moved to plan my CCD class this Sunday around the reading just so that my students and I would have an opportunity to talk about justice and peace, and what Jesus really came to do. Our textbooks also cite the passage where Christ says he has come not to bring peace but the sword (Mt. 10:34). I think that this passage sheds light on what kind of peace Christ intends: not peace as the world gives it - as simply comfort, quiet, independence - but as God intends it. In other words, some things are going to have to be "shaken up" so to speak, many of us will need to arise from sleep, and learn what sacrifice and living for others really means. And the place to start is with myself...

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  2. Em minha opinião, infelizmente, as pessoas vêem Jesus como um milagreiro de plantão, que pode socorrê-los em suas necessidades, não como o Messias que vem trazer a Boa Noticia, essas pessoas mudam de religião em busca de Jesus como se Ele estivesse nos templos, esquecem inclusive que já foram batizadas e se “convertem” em religiões que prometem milagres instantâneos. Minha comunidade tenta minimizar o sofrimento dos pobres e excluídos orientando-os em seus direitos como educação, saúde, moradia etc. Minha imagem de Jesus é parecida como do evangelho de hoje, pois muitas vezes já fui curada e ressuscitada, isso me traz muita alegria e mantem minha esperança viva.
    Celi

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