segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Reino dos Céus é como...

17º DTC (Ano A): 1Reis 3,5.7-12; Salmo 119 (118); Romanos 8,28-30; Mateus 13,44-52


Jesus, mediante as parábolas do tesouro e da pérola, apresenta o Reino como bem supremo. A graça de Deus leva a investir todos os bens e capacidades para adquirir o Reino. Os descobridores afortunados, cheios de alegria, sem hesitar um instante, vendem tudo o que têm para adquirir o tesouro e a pérola. Jesus ressalta que vale a pena empenhar a vida na realização plena do seu Reino. A opção radical por Jesus e seu projeto de salvação leva a relativizar outras prioridades. Ao longo de seu ministério, Jesus proclamou a Boa Nova do Reino, oferecendo um caminho de conversão e vida nova. A parábola da rede lançada ao mar, que recolhe toda espécie de peixes, realça a abertura do Reino a todos os povos. Conforme Lv 11,9-12, parte dos peixes capturados pela rede não eram comestíveis por serem considerados impuros. O chamado dos discípulos começou com uma imagem de pesca (4,19). Os verdadeiros discípulos compreendem os mistérios do Reino e tornamse aptos para ensinar a novidade de Jesus, mostrando a continuidade com as tradições antigas. Todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um Pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas (v.52).

Salomão, na 1ª leitura, consciente da grandeza de sua missão, pede a Deus um coração sábio para governar o povo com justiça e retidão. No salmo, o orante encontra na palavra de Deus um tesouro mais precioso que o ouro; um manancial de luz e sabedoria. A 2ª leitura salienta que Deus conduz todos os acontecimentos.

Jesus revelou o tesouro, a pérola especial, que possibilita uma entrega incondicional ao seu Reino. Somos chamados a lançar as redes nas águas profundas, anunciando a Boa Nova de Jesus com alegria, esperança, ardor missionário. Com Jesus supliquemos ao Pai: Venha o teu Reino.

(Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
01. O que as parábolas do tesouro escondido e da pedra de grande valor nos revela sobre o Reino dos Céus?
02. Você acha que encontrar o Reino dos Céus desencadeia uma mudança alegre e radical na vida da gente? Você já fez esta experiência? Partilhe.
03. Como você e sua comunidade buscam ser discípulos-missionários do Reino dos Céus nesse mundo marcado por tanta violência, guerra, ganância, cinismo e indiferença?
04. Você acredita que o Reino dos Céus está no meio de nós? Onde? Quais são os lugares que você experimenta o Reino dos Céus?
05. Quais pessoas você sente que têm suas vida centrada no Reino dos Céus?


Oração

Ó Deus, nossa força e nossa esperança,
tu santificas as nossas vidas
com a ternura do teu Espírito.
Derrama sobre nós a tua misericórdia
para que, guiados e conduzidos por ti,
pratiquemos a justiça na terra
e testemunhemos firmemente o teu reino.
Por Cristo Nosso Senhor.
Amém.

sábado, 19 de julho de 2014

Quem tem ouvidos, ouça! (II)

16º DTC (Ano A): Sb 12,13.16-19; Sl 86(85); Rom 8, 26-27; Mateus 13, 24-43


As duas parábolas [do evangelho] acentuam que o Reino de Deus acolhe todos os povos. O joio é uma erva daninha semelhante ao trigo até a formação das espigas. Os servos, ao constatarem a presença do joio, querem arrancá-lo. O dono do campo, porém, afirma: Deixai crescer um e outro até a colheita! (v.30). Na hora da colheita, o critério para distinguir os frutos, o trigo do joio, é a prática do mandamento do amor ao próximo. Apesar das dificuldades, a colheita do trigo é assegurada pela graça do Senhor. O Reino abriga todos os povos, como ilustra a imagem dos pássaros que fazem seus ninhos no arbusto da mostarda. A pequena semente de mostarda, que se transforma numa grande árvore, e o fermento, que leveda uma enorme quantidade de massa, sublinham a força dinâmica de crescimento do Reino. Assim, as pequenas comunidades cristãs são animadas a superar os desafios na difusão do evangelho.

Na 1ª leitura, muitos se perguntavam por que Deus não intervinha para castigar os pecadores. Então, o autor mostra que Deus usa sua força para perdoar e salvar. Sua misericórdia estende-se sobre todos e seu desejo é que mudem de vida. Deus cuida de suas criaturas com amor e espera que o ser humano faça o mesmo. O salmista reza confiante ao Senhor, Deus de piedade e compaixão, cheio de amor e fidelidade. A 2ª leitura destaca que o Espírito nos ensina a orar segundo a vontade de Deus. O Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, auxiliando-nos a viver uma relação confiante de ternura com o Pai.

Somos chamados à conversão, a construirmos uma nova sociedade, fundamentada na misericórdia. Como comunidade eclesial, temos a missão de revelar a verdadeira face do amor de Deus, acolhendo todas as pessoas. A graça de Deus nos motiva a sermos fermento de transformação na massa.

(Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
01. Como você e sua comunidade têm convivido com as diferenças?
02. Onde você percebe a presença e o dinamismo do Reino de Deus atuando? Qua é a imagem de Deus que esta parábola revela? Partilhe.
03. A liturgia da sua comunidade tem te ajudado a entrar na dinâmica do Reino de Deus? Compartilhe.


Oração

Ó Deus, pastor do teu povo e mãe da vida,
sê generoso com teus filhos e filhas!
Enche-nos da tua ternura
para que, cheios de fé, esperança e amor,
guardemos fielmente os teus mandamentos.
Por Cristo Nosso Senhor.
Amém.




sábado, 12 de julho de 2014

Quem tem ouvidos, ouça! (I)

15º Dom. Tempo Comum (Ano A): Is 55, 10-11; Sl 64 (65); Rm 8, 18-23; Mt 13, 1-23


A longa passagem do evangelho deste domingo começa com uma imagem significativa, a de Jesus mestre que, sentado numa barca – símbolo da comunidade cristã –, ensina a multidão. Em seguida, a figura de Jesus ensinando se confunde com seu próprio ensinamento: ele é o semeador que saiu para semear e que, depois de muitas peripécias da palavra/semente, consegue ter êxito em sua tarefa e colher frutos. A passagem se conclui com um diálogo de Jesus com os discípulos para explicar por que nem todos conseguem compreender e ter acesso a palavra.

Jesus não falou somente para as pessoas que o acolhiam e se convertiam. Comunicou-se com gente aberta e gente fechada, colocou sua semente em terreno fértil e em terreno que não apresentava boas condições para o plantio. Há uma atitude de absoluta gratuidade e abertura da parte de Jesus, um decisão de amor e de acreditar que mesmo o terreno pedregoso poderá dar frutos. Jesus abre o anúncio para todos, mas não força ninguém. A paga desta abertura é se defrontar com pessoas que não vão acolher. E se alguém não acolhe, não cria vínculo com Deus.

No centro do anúncio de Jesus está a própria Palavra de Deus, compreendida mais como um acontecimento na vida das pessoas do que como uma mensagem ou uma doutrina. Como acontecimento, a palavra pede posições, espera reações, gera outros acontecimentos e outras palavras. Na celebração da comunidade, o semeador do reino continua sua labuta e sua lida. A comunidade se reúnde para o fim claro de receber e escutar a Palavra do Senhor. A liturgia, como lugar de escuta, pede de nós a mesma atitude dos discípulos de viver o hoje de Deus e de poder participar de um acontecimento que muitas pessoas desejariam. Escutar a Palavra de Deus torna-se, assim, um momento de graça e de salvação.

(Extraído do Dia do Senhor – Tempo Comum Ano A)

Para refletir e partilhar:
01. Em quem você recolhece que Jesus continua semeando a Palavra de Deus? Quais são os desafios que a Palavra de Deus enfrenta no mundo de hoje?
02. Comente a frase de Jesus, "Quem tem ouvidos ouça!".  Por que parece tão difícil escutar a Palavra?
03. Quais são os frutos que a Palavra tem gerado na sua vida, na vida da sua família, comunidade e no mundo?


Oração

Ó Deus, promessa de vida, a tua palavra fecunda o universo inteiro
e produz frutos de justiça em todos os cantos da terra.
Nós te pedimos a graça de acolhê-la no mais profundo de nossas vidas
e de acreditar sempre em sua força e eficácia.
Abre nossos ouvidos para que possamos escutar o que o Espírito diz às Igrejas,
através da história, da natureza, do clamor dos pobres
e das reivindicações daqueles que são diferentes de nós.
Por Cristo Nosso Senhor. 
Amém.

domingo, 6 de julho de 2014

Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra...





Estamos diante de uma oração pessoal de Jesus ao Pai.  Ele agradece a Deus por ter revelado seus segredos ao pequeninos, pescadores, marginalizados que o acolheram e o seguiram pela Galiléia.  Revela que a salvação é dom gratuito de Deus a todos, e não é monopólio das elites intelectuais.  Jesus chama a Deus de Pai, vive com ele uma profunda intimidade e nos chama a entrar nesta relação filial.

Esta palavra do evangelho é um convite a retomarmos a experiência amorosa da relação filial de Jesus com o Pai e a traduzi-la numa prática de não-violência.  À oposição ao reino acontecia nas cidades que o rejeitaram ou no confronto com os fariseus, Jesus reage com uma mansidão que, longe de submissão ou resignação, manifesta-se como recusa em aceitar a violência como forma de resolver os conflitos e modo de estruturar a sociedade.  O jugo suave de Jesus não significa alienação ou descompromisso, mas sobretudo empenho com a paz, tal como anunciado na primeira leitura:  “destruirá as armas da guerra e anunciará a paz”.

Ao convite que o Senhor nos faz – “Venham a mim vocês que estão cansados e fatigados” -, nós respondemos com nossa participação assídua na liturgia.  Os mistérios do reino e da liturgia são dados à aqueles que têm o coração de pobre, que são simples e pequeninos e que, por isso, compreendem a profundidade do jogo da liturgia, sua linguagem orante, de silêncio e de sentido.

(Extraído do Dia do Senhor – Tempo Comum Ano A)

Para refletir e partilhar:
01. Qual a parte do Evangelho te chamou mais a atenção? Por quê?
02. Jesus reza, "Eu te louvo, ó Pai... porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos
      e as revelaste aos pequeninos".  O que levou Jesus a louvar a Deus? Quando eu louvo a Deus?
03. O que a sabedoria dos pequenos nos ensina? Você e sua comunidade têm aprendido com ela?
04. "Vinde a mim todos vós que estais cansados e fadigados sob o peso dos vossos fardos...". Quais são os mais pesados fardos que as pessoas carregam hoje?
05. O que devemos fazer para que a nossa comunidade seja um lugar de descanso e re-vigor?

Oração

Ó Pai, 
Senhor do céu e da terra,
Deus dos pequeninos, 
a tua sabedoria tudo criou
e toma conta do universo inteiro, de todos os seres e criatura.
Nós te bendizemos por isto e te suplicamos: 
derrama sobre nós teu Espírito
para compreendermos sempre os teus segredos de amor
e seguirmos os passos de Jesus Cristo, 
teu filho amado,
vivo e presente entre nós, 
bendito para sempre. 
Amém.