sexta-feira, 10 de junho de 2016

' Ela demonstrou muito amor'


11º Dom Tempo Comum (Ano C): 2Sm 12,7-10.13; Sl 31(32); Gl 2,16.19-21; Lc 7,36–8,3.
O fariseu convida Jesus para uma refeição, mas omite as atenções e a cordialidade devidas a um convidado ilustre: lavar os pés, ósculo ou beijo, unção na cabeça. Já a mulher realiza gestos de acolhimento e gratidão ao Senhor. Assim, ela experimenta a graça do perdão e do amor de Deus, que acolhe e salva gratuitamente através das palavras e ações de Jesus. A história do credor (7,41-43) ilustra a ação misericordiosa de Deus. Na época, o denário correspondia ao salário de um dia de trabalho (Mt 20,2). O valor alto da dívida, aumentado pelos juros, dificultava o pagamento. Diante do amor infinito do Pai, que envia seu Filho ao mundo para salvar, só resta ao ser humano amar com gratuidade. Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, pois ela mostrou muito amor (7,47). Jesus anunciava a Boa Nova do Reino de Deus, acompanhado dos Doze, certamente de outros discípulos e de mulheres (8,1-3).

No Evangelho deste domingo, Cristo revela a misericórdia infinita de Deus, que acolhe e perdoa sempre. Em cada encontro, em cada celebração, fazemos a experiência da fé e do amor de Deus que nos salva gratuitamente. Como a mulher do evangelho de hoje, somos chamados a expressar nosso amor e ternura de forma gratuita, solidária, sem preconceito.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Oração
Senhor Jesus Cristo,
vosso amor e misericórdia
excedem nossas estreitezas e preconceitos.
Dai-nos vosso Espírito compassivo
e ensinai-nos a manifestar nosso amor
e afeição com gratuidade e generosidade.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Pentecostes

Recebam o Espírito Santo. (Jo 20, 22)

Domingo de Pentecostes: At 2, 1-11; Sl 103 (104); 1Cor 12, 3b-7.12-13; Jo 20, 19-23

A solenidade de Pentecostes que hoje celebramos completa o ciclo Pascal. No Evangelho (Jo 20, 19-23), Jesus ressuscitado aparece no meio dos discípulos amendrontados e os saúda com a saudação da paz. Já não é a paz do mundo, mas a paz do crucificado-ressuscitado que venceu a violência da turtura e da cruz. Após a segunda saudação de paz, Jesus acrescenta, "Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês." Em seguida, Jesus sopra sobre os discípulos e diz, "Recebam o Espírito Santo." Para o autor do evangelho de João Pentecostes acontece aqui, no anoitecer do primeiro dia da semana, dia da ressurreição do Senhor. O sopro de Jesus sobre seus discípulos nos remete ao sopro de Deus na criação do ser humano em Gênesis (cf. Gn 2, 7). A missão do Espírito é recriar o mundo a partir da ressurreição de Jesus Cristo. A comunidade, por sua vez, recebe seu Espírito e é enviada por Jesus ao mundo assim como o Pai o enviou.

Celebrar a festa de Pentecostes é celebrar a vida do Espírito Santo que realiza em nós, pelas nossas palavras e nossas ações, a missão de Jesus. O mesmo Espírito que animou Jesus durante seu ministério, que impulsinou Paulo a evangelizar, sustentou os mártires de ontem e de hoje, dá vida e ânimo aos discípulos missionários de Jesus Cristo que se dedicam ao serviço do Reino.

Em 1968, Atenágoras, patriarca ecumênico de Constantinopla, falou na Assembléia do Conselho Mundial das Igrejas. No seu discurso, o patriarca refletiu sobre Espírito Santo nos seguintes termos:

"Sem o Espírito Santo,
Deus está distante,
o Cristo permanece no passado,
o evangelho uma letra morta,
a Igreja uma simples organização,
a autoridade um poder,
a missão uma propaganda,
o culto um arcaísmo,
e a ação moral uma ação de escravos.

Mas no Espírito Santo,
o cosmos é enobrecido pela geração do Reino,
o Cristo ressuscitado está presente,
o evangelho se faz força do Reino,
a Igreja realiza a comunhão trinitária,
a autoridade se transforma em serviço,
a liturgia é memorial e antecipação,
a ação humana se torna ação de Deus."

Para refletir e partilhar:
1. Como o Espírito Santo atua na sua vida pessoal, na sua comunidade e no mundo?


Vinde, Espírito Santo,
e enchei os corações dos vossos discípulos missionários
com vossos dons;
e acendei neles o amor como um fogo abrasador!
Amém
(Adaptação do refrão da aclamação do evangelho,
solenidade de Pentecostes)





Relembrando a Invocação pela Paz pelo Papa Francisco na tarde de Pentecostes 2014 com os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Palestina, Mahmoud Abbas e Bartolomeu I, patriarca da Igreja Ortodoxa. 



segunda-feira, 25 de abril de 2016

Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.


V Domingo do Tempo Pascal (Ano C): At 14,21b-27; Sl144(145); Ap 21,1-5a; Jo 13,31- 33a.34-35.



O evangelho faz parte dos discursos de despedida (caps. 13-17) e apresenta o novo mandamento do amor fraterno no contexto da última ceia. O Pai é glorificado no Filho exaltado na cruz, com sua vitória sobre a morte pela ressurreição. Como um pai que deixa um testamento aos filhos, Jesus se dirige aos discípulos, dizendo: Eu vos dou um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei (13,34). Assim, o Mestre Jesus oferece um sentido novo ao mandamento do amor ao próximo (cf. Mc 12,31; Lv 19,18), mediante a entrega da própria vida por amor. O amor mútuo torna-se o sinal distintivo dos seguidores/as de Cristo: Nisto conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (13,35). Trata- -se de um amor gratuito, recíproco, manifestado em gestos concretos de solidariedade. Antes de manifestar o amor extremo na cruz, Jesus ora pela fidelidade dos discípulos, para que o amor com que o Pai o amou esteja neles, e ele mesmo esteja neles (17,26). Na 1ª leitura, Paulo e Barnabé visitam as novas comunidades e instituem lideranças locais, para que permaneçam firmes na fé. Concluindo a primeira viagem missionária, eles retornam à Antioquia da Síria e narram as maravilhas que Deus realizou através deles, abrindo a porta da fé para os gentios. O salmo é um canto de louvor a Deus, pois ele é bom e compassivo com todas as criaturas. Deus permanece conosco, para manter vivo o sonho de um novo céu e uma nova terra, uma nova Jerusalém (2ª leitura). A salvação se manifesta realizando a nova criação, a vitória completa da vida sobre a morte, o caos, a destruição.

A entrega de Cristo por amor fortalece a nossa missão de discípulos/as diante dos desafios e sofrimentos por causa do evangelho. Amando-nos mutuamente como Jesus nos tem amado, cooperamos para criar um mundo novo e glorificar o Pai que veio morar conosco.

Ao redor das mesas da Palavra e da Eucaristia antecipamos o sonho de novos céus e nova terra, onde não haverá luto, nem choro, nem dor. Com fé anunciamos a uma só voz a morte do Senhor, proclamamos sua ressurreição com a certeza de sua vinda definitiva.
(Extraído da Revista de Liturgia)

Oração

Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas,
concedei aos que creem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.



sábado, 16 de abril de 2016

As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem.


IV Domingo do Tempo Pascal (Ano C): At 13,14.43- 52; Sl100(99); Ap 7,9.14b-17; Jo 10,27- 30.



Jesus é o Bom Pastor, pois entrega a vida pela salvação das ovelhas (cf. 10,18), libertando-as do mercenário. Mas para receber a vida doada até o fim por amor, é necessário conhecer e escutar a sua voz (10,27). Como Ele, que escutou e seguiu a voz do Pai, é preciso seguir sua palavra para ter a vida plena (5,24). A vida e as ações de Jesus manifestam a presença do Pai, como pastor que conduz a vida do povo (cf. Gn 48,15; Sl 23; 80). Quando os maus pastores desviaram as ovelhas do caminho, Deus as reconduziu, prometendo a chegada de um pastor messiânico (cf. Jr 23,1-4; Ez 34; Is 40,11). Ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão do Pai, pois elas foram confiadas a Jesus, o Messias, que veio para que todos tenham vida em abundância (10,10). A identidade e a missão de Jesus se revelam na unidade com o Pai: Eu e o Pai somos um. A comunhão entre o Pai e o Filho inclui os que creem: Que todos sejam um, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste (17,21). Paulo e Barnabé, na 1ª leitura, estão evangelizando em Antioquia da Pisídia (Ásia Menor). Cheios do Espírito Santo são constituídos luz das nações para levar a salvação a todos os povos (Is 49,6), que se deixam atrair pela Palavra. O salmo convida a terra inteira a louvar o Senhor, porque Ele guia o rebanho com amor eterno. Jesus, o Cordeiro pascal, vencedor da morte, é o pastor que conduz às fontes de água viva (2ª leitura).

Como rebanho de Cristo, somos chamados a seguir e escutar a voz do Pastor, apascentando, com amor, as ovelhas a nós confiadas. Paulo e Barnabé mostram que nada pode impedir a difusão do Evangelho.

O Bom Pastor, hoje, nos chama a participar de seu banquete. Que a exemplo da assembleia do céu, que já lavou e alvejou suas vestes no sangue do Cordeiro possamos nós, também, vencer todas as tribulações deste mundo e fazer da nossa vida, um verdadeiro culto de louvor a Deus.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes,
para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza,
a fortaleza do Pastor.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.