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segunda-feira, 21 de março de 2016

Hosana ao Filho de Davi!

Domingo de Ramos e Paixão (Ano C):
Lucas 19,28-40; Isaías 50,4-7; Salmo 22(21); Filipenses 2,6-11; Lucas 22,14-23,56


O relato [da Paixão] ressalta a humanidade de Jesus em profundo sofrimento, no lugar do Getsêmani. Na sua total solidão, derrama sua alma diante do Pai, em quem pode confiar plenamente. Manifesta-lhe toda sua fraqueza, pede-lhe socorro e dobra-se à vontade divina, mantendo-se firme na decisão de concluir sua tarefa com todas as consequências. Os discípulos, que deveriam vigiar com Jesus e apoiá-lo nessa hora de extrema dor, preferem abandonar-se ao sono. Jesus passou a vida fazendo o bem, fiel à missão que recebera do Pai. Sua fidelidade confronta-se com os grupos de poder, concentrados na capital, Jerusalém. 

O grupo da elite religiosa pertencente ao Sinédrio mantinha seu poder à custa da exploração do povo empobrecido, legitimando suas posturas com interpretações interesseiras da Sagrada Escritura. Apesar de anunciarem a vinda do Messias, conforme as Escrituras, não podiam conceber que essa promessa se cumpriria na figura de alguém despojado de poder e solidário com os fracos e pequeninos. Não só isso: Jesus não adotou a mesma maneira dos rabinos de interpretar a palavra de Deus e toda a tradição de Israel. Seu lugar social era outro. E, por isso, era outro o modo de conceber as coisas. Enquanto a teologia oficial, com base no sistema de pureza, excluía da salvação as pessoas “impuras”, Jesus revela aos “impuros” o seu amor prioritário e oferece-lhes a salvação divina.

(...) A comunidade cristã contempla a Jesus como o Servo sofredor, que, assumindo a perseguição, a condenação, a paixão e a morte que lhe impõem os seus inimigos, revela a plenitude de seu amor pela humanidade em total confiança no socorro de Deus Pai (Evangelho). Jesus “se despojou de sua condição divina, tomando a forma de escravo... Abaixou-se e foi obediente até a morte sobre uma cruz” (II leitura). A celebração do domingo de Ramos constitui momento propício para manifestar gratidão a Deus pelo seu amor sem limites e para refletir sobre nossa responsabilidade no mundo de hoje de nos empenhar, a exemplo de Jesus, pela causa da vida de todos, conforme refletimos ao longo desta Quaresma.

(Extraído da revista Vida Pastoral)

Para refletir e partilhar

01. O que a entrada de Jesus em Jerusalém nos ensina sobre a sua pessoa e missão?
02. De que forma Jesus se revela como o verdadeiro Messias? Em que se baseia sua autoridade?
03. Como a paixão, morte e ressurreição de Jesus se prolongam nos dias de hoje?

Oração

Ó Deus, com ramos de oliveira,
crianças e pobres aclamaram Jesus ao entrar na cidade santa.
Abençoa nossa comunidade aqui reunida,
com ramos nas mãos louvando o teu nome.
Que no meio deste mundo ameaçado
pela violência este sinal da vitória pascal do Cristo,
nos anime no trabalho pela paz.
Por Cristo, nosso Senhor. 
Amém.


sábado, 8 de outubro de 2011

Dizei aos convidados: já preparei o banquete.


28º DTC (Ano A): Isaías 25,6- 10a; Salmo 23(22); Filipenses 4,12-14.19-20; Mateus 22,1-14

No evangelho, Jesus compara o Reino de Deus ao banquete que um rei oferece por ocasião do casamento de seu filho. A imagem do matrimônio caracteriza especialmente a aliança de Deus com o povo (Os 1-3; Jr 2,2-3). As bodas do filho do rei simbolizam a chegada do Reino de Deus, o tempo novo de salvação inaugurado por Jesus, o Messias. Deus realiza o banquete nupcial da salvação com a humanidade, enviando Jesus, para resgatar a dignidade dos que estão nas encruzilhadas da vida. O convite é oferecido a todos, mas exige a resposta pessoal, a disposição para a mudança radical de vida: Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa? (v.12). Deus oferece a oportunidade para o ser humano participar ativamente da alegria e felicidade do Reino. Os escolhidos são os que aceitam o convite e respondem com fidelidade ao chamado de Deus, realizando a sua vontade. Deus não se cansa de proporcionar os meios de conversão, enviando profetas e apóstolos para guiarem o povo no caminho da vida e salvação.

Na 1ª leitura, Deus oferece um banquete festivo a todas as nações para comemorar o seu reinado. A 2ª leitura mostra que a força de Cristo ressuscitado sustenta Paulo em meio às dificuldades, quando lhe faltam as condições mínimas à sua ação evangelizadora: Tudo posso naquele que me dá força.

Deus nos convida para celebrarmos o banquete do Reino, sinal de seu amor gratuito sem medidas. Como homens e mulheres renovados em Cristo pelo Espírito, possamos ser dignos de estar à sua mesa, dando testemunho de nossa dedicação e fidelidade constante.
 (Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
1. Você experimenta o Reino de Deus como um alegre e festivo banquete de casamento? Explique.
2. Qual é "a roupa apropriada" que devemos usar para participar deste banquete?
3. Hoje, as quais encruzilhadas devemos ir? Que convidados devemos chamar?
4. O que podemos fazer para que a mesa de casa e da comunidade espelhem a imagem do banquete deste Evangelho?

Oração

Deus, mãe de consolação,
nós te pedimos que tua graça
sempre nos guie e nos acompanhe,
para que sejamos atentos e firmes
na prática da caridade e dos teus mandamentos.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém. 


sábado, 1 de outubro de 2011

A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular


O evangelho faz, por meio da imagem da vinha, uma releitura da história da salvação, desde a aliança no Sinai até a formação das comunidades cristãs primitivas. Os dirigentes têm a responsabilidade de cuidar do povo, proporcionando-lhe os meios de crescimento e fecundidade espiritual. Um modo de vida agradável a Deus consiste nos frutos que os profetas recolhem no tempo da colheita. Deus, o proprietário da vinha, envia o seu Filho ao mundo para anunciar o seu Reino, mas ele é morto no Gólgota, fora dos muros de Jerusalém. Jesus é a pedra rejeitada e crucificada, que ressuscita e se torna o fundamento sobre o qual se apóia toda a construção. A profissão de fé no Senhor ressuscitado fortalece a missão da comunidade. Trata-se de anunciar a novidade do reinado de Deus revelado de modo especial na prática libertadora em favor dos excluídos.

O cântico da vinha, na 1ª leitura, descreve a relação amorosa de Deus com o povo. Mas apesar do cuidado de Deus, o povo foi infiel, não produziu os frutos de bondade e justiça esperados. O salmista recorda as grandes maravilhas do Senhor, realizadas em favor de Israel: a saída do Egito, a conquista e a posse da terra, o crescimento e a expansão do povo.

Na 2ª leitura, Paulo aconselha a praticar os valores e as virtudes segundo os ensinamentos e exemplo de Cristo, que possibilitam viver uma vida nova. Praticando o que aprendemos, o Deus da paz estará conosco.

O Reino é confiado aos trabalhadores libertos de toda forma de dominação, violência e exploração, capazes de produzir frutos de amor, justiça e solidariedade. Que o Espírito nos ilumine para que sejamos pessoas renovadas, plenas de todas as virtudes e valores cristãos.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
01. Qual a sua relação com a vinha do Senhor? Até que ponto zelo e serviço não se transformam em direito e posse?
02. Quais frutos você e a sua comunidade buscam produzir no mundo de hoje? E que obstáculos enfrentam para produzir estes frutos?
03. Onde e em que situações Jesus se manifesta como "pedra angular e rejeitada" no mundo de hoje?
04. Como prevenir para que o povo não seja explorado por lideranças déspotas e possessivas?

Oração

Ó Senhor, vós que cuidas de nós, vosso povo,
nos alertando para atitudes coerentes com a vossa Palavra de vida e salvação.
Enxertados em Cristo, que veio para salvar a todos,
sejamos fortalecidos para produzirmos frutos de justiça e de bondade.
Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.



domingo, 5 de abril de 2009

Ramos e Paixão - B

...De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus! (Mc 15, 29)

Hoje celebramos a abertura da Semana Santa. A liturgia nos oferece duas leituras evangélicas que se contrastam e se complementam. Na primeira leitura (Mc 11, 1-10 ou Jo 12, 12-16) ouvimos sobre a entrada de Jesus em Jerusalém sob os gritos da multidão aclamando: "Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!" A leitura apresenta Jesus como o Rei-Messias que entra em Jerusalém para ser glorificado (c.f. Jo 12, 16). Já aqui, vemos sinais sobre que tipo de Messias Jesus realmente é. Ele não entra na Cidade Santa montado num cavalo de guerra ou como um rei que necessita de um exército para reinforçar suas leis e impor seus planos de poder. Ele entra sim, montado num jumentinho, como um homem simples e pacífico.

A segunda leitura, a narrativa da paixão segundo Marcos (14,1-15,47), apresenta o conflito decisivo e final entre Jesus e as autoridades do seu tempo. Ela também revela a incompreensão dos discípulos sobre Jesus e sua missão. A realidade da cruz choca e escandaliza. Jesus parece não corresponder mais à imagem do tão esperando Messias-Rei-Libertador. Jesus, Servo-Messias-Sofredor, é praticamente abandonado na cruz. Todavia, um centurião romano, figura improvável (pagão, não discípulo, etc), presenciando o último suspiro de Jesus na cruz, professa sua fé e declara, " ...De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus!" Esta profissão de fé se torna modelo para o verdadeiro discípulo de Jesus; reconhecer no Crucificado, a Boa Notícia, o Messias, o Filho de Deus, conforme anunciado no primeiro versículo do Evangelho de Marcos.



Ó Pai,
celebrando com fé
a memória da entrada do vosso Filho em Jerusalém,
seguimos os passos de nosso Salvador para que,
associados pela graça à sua cruz,
participemos também de sua ressurreição e de sua vida.
Por Cristo,
nosso Senhor.
Amém.




domingo, 15 de março de 2009

Templo (III DQ - B)

Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei. (Jo 2, 19)

Situada em Jerusalém e perto da Páscoa, a passagem de João 2, 13-22 retrata a atitude de Jesus diante do Templo. Nos Evangelhos sinóticos, a limpeza do Templo aparece pouco antes da sua paixão. Neles, esta ação dramática de Jesus, que se mostra cheio de indignação, é vista como o estopim que leva as autoridades a buscarem sua prisão e condenação.

Já em João, esta cena aparece logo no início do Evangelho, retrabalhada para servir suas perspectivas teológicas. Primeiro, a passagem serve para demonstrar a oposição das autoridades judaicas à Jesus desde do início do seu ministério, demonstrando a intrínsica incompatibilidade entre eles. Segundo, o trecho serve para anunciar que o verdadeiro Templo, onde Deus agora habita, é o corpo de Jesus; que será destruído pelas autoridades, mas que ressuscitará.

Assim, o Templo de Jerusalém, que havia sido convertido em οἶκον ἐμπορίου (lit. casa de empório), casa de comércio, é substituído pelo corpo de Jesus, lugar do verdadeiro encontro e comunhão com Deus.


Senhor Jesus Cristo,
vós sois o novo Templo de Deus levantado entre nós.
Concedei-nos semelhante indignação profética
que vos levastes a limpar o Templo de Jerusalém.
Queremos construir uma humanidade
livre de toda forma de exploração econômica.
Que o Templo do vosso corpo
nos leve a uma constante comunhão com Pai
e com os nossos irmãos e irmãs.
Isto vos pedimos,
na força do vosso Espírito.
Amém.