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sábado, 18 de junho de 2011

Deus amou tanto o mundo...

Ss. Trindade (Ano A): Ex 34, 4b-6. 8-9; Cânt.: Dn 3; 2Cor 13, 11-13; Jo 3, 16-18



O evangelho faz parte do diálogo de Jesus com Nicodemos, cujo tema central é a vida nova que vem pela água e pelo Espírito. O texto de hoje enfatiza que Deus realiza a salvação por amor: Ele amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna (v.16). O Filho Jesus é enviado para manifestar o amor do Pai mediante a encarnação, o ministério em obras e em palavras até a morte e a glorificação. Jesus veio mostrar o caminho da salvação, da vida nova conduzida pelo Espírito de Deus. A ação de Deus é para salvar, não para condenar e destruir. A fidelidade de Jesus, que ama até o fim e doa a própria vida (13,1; 15,13), impulsiona a uma opção. Quem conhece Jesus e o acolhe, aderindo a ele pela fé, faz a experiência da salvação e compromete-se com seu projeto de amor.

A 1ª leitura reflete um contexto de renovação da aliança. A misericórdia e a compaixão infinita de Deus levam a perdoar as infidelidades do povo, restaurando assim a aliança violada. Paulo, na 2ª leitura, exorta a buscar a perfeição, o crescimento em Cristo, a ser manifestado na alegria, no mútuo encorajamento, na concórdia e na paz. Ele conclui a carta com uma bênção litúrgica solene em nome da Trindade: A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós (v.13).

O Deus, misericordioso e compassivo, vai ao encontro do ser humano por Cristo para lhe oferecer seu amor e a possibilidade de uma vida em plenitude. Que esse Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo nos conceda a graça de vivermos em comunhão com todos os nossos irmãos e irmãs.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
01. Você faz parte de alguma comunidade? Conte como é a sua comunidade (quem são, quando se encontram, onde, o que faz...).
02. "A competição aborta a comunhão" (Agostinha Vieira). Comente esta afirmação e fale sobre como anda o espírito comunitário na sua família e no mundo.
03. O que significa celebrar a Santíssima Trindade no mundo de hoje?
04. Como promover o espírito comunitário no meio em que vivemos?

Oração

Ó Deus de compaixão e misericórdia,
enviaste o teu Filho Jesus ao mundo e derramaste sobre nós o Espírito Santo,
manifestando o maravilhoso mistério de tua vida.
Dá-nos a graça de crer e adorar o teu mistério de comunhão
e fazer de nossa vida uma busca de unidade e paz.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas.

                               2ª Leitura - 1Cor 2, 6-10; Evangelho - Mt 5,17-37



Com a autoridade de Messias e Filho de Deus, Jesus conduz os ensinamentos antigos à prática perfeita. Os seus seguidores são impelidos a buscar a verdadeira justiça, agindo conforme a vontade amorosa de Deus. Jesus lembra o mandamento: Não cometerás homicídio (v. 21; Ex 20,13) para extrair um sentido mais radical. Compromete seus discípulos/as a preservar não apenas a vida física, mas também a integridade moral. Exige a superação da raiva como meio para conservar a fraternidade, sem necessidade de recorrer aos tribunais. Mostra que a reconciliação com o irmão é condição para celebrar o culto agradável a Deus. Jesus recorda ainda outro mandamento do Decálogo: Não cometerás adultério (v.27; Ex 20,14). Ele destaca que a pessoa deve centrar todo o ser em Deus, pois antes do ato físico, o adultério ocorre no coração. O Reino de Deus, a vida de justiça, cria relações diferentes entre homem e mulher. Por isso, ao retomar Dt 24,1-4, Jesus ressalta que o matrimônio é um pacto de amor e fidelidade (vv.31-32). Jesus afirma ainda que o empenho dos cristãos em viver a sinceridade e a caridade, torna inútil qualquer juramento.

A 1ª leitura salienta que o Senhor dirige seu olhar para os que o temem (v.20). O ser humano, dotado de liberdade, tem a capacidade de escolher entre o bem e o mal. O Senhor deseja que todos escolham o caminho da vida, da salvação.

O salmo, o mais longo do saltério, está organizado em forma de acróstico, conforme o alfabeto hebraico. Expressa a fé e a confiança na palavra de Deus, ensinando a cumpri-la e a guardá-la no coração.

Na 2ª leitura, Paulo fala da misteriosa sabedoria de Deus, destinada para a nossa glória desde a eternidade.

Jesus revela a vontade do Pai e pede uma adesão total ao evangelho. Os seus ensinamentos apontam para o caminho da vida, libertando-nos de uma observância superficial dos mandamentos. É impossível honrar e prestar culto verdadeiro a Deus, se o irmão é desrespeitado em sua dignidade.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:

1. Qual o sentido mais profundo das leis que Jesus nos desafia a seguir?
2. Como a vida e os gestos de Jesus encarnam o que ele diz, "Não vim para abolir (a Lei e os Profetas), mas para dar-lhes pleno cumprimento"?
3. A partir destas leituras, o que devemos fazer? Como devemos agir?


Oração

Deus, energia de salvação,
tu não nos abandonaste aos nossos próprios caprichos,
mas, por teus mandamentos, nos guiastes no teu amor.
Dirige teu olhar a nós,
teus consagrados e tuas consagradas,
e a todos que, nas diversas religiões e culturas, buscam a tua face.
Afasta-nos de toda hipocrisia e ambiguidade
e faze-nos ouvintes e praticantes dos teus ensinamentos.
Oramos em nome de Jesus, nosso Senhor.
Amém.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.

IV Dom. TC (Ano A): Sf 2,3; 3,12-13; Sl 145; 1Cor 1, 26-3; Mt 5,1-12a


O evangelho apresenta as bem-aventuranças, que marcam o início do chamado “Sermão da Montanha” (caps. 5 a 7). Jesus sobe à montanha, lembrando Moisés no Sinai, quando deu ao povo a Lei ou Instrução de Deus. Ele senta-se, como mestre, rodeado pelos discípulos, para proclamar a nova justiça do Reino. Em meio a uma realidade que considerava a prosperidade e o sucesso como sinais da bênção de Deus, Jesus proclama felizes os pobres, os aflitos, os mansos, os famintos (vv.3-6). Ele enaltece as pessoas marginalizadas, não as situações de injustiça, que precisam ser transformadas. Consola os pequenos, os que abrem o coração para acolher a sua benevolência. Propõe um compromisso radical em favor do Reino mediante ações misericordiosas, através da pureza ou retidão de intenções e promoção da paz (vv.7-9). Os discípulos, como verdadeiros profetas, são perseguidos por causa da justiça do Reino (vv.10-12). Mas desde já experimentam a alegria como recompensa de sua fidelidade ao evangelho.

Na 1ª leitura, o profeta Sofonias vê nos humildes e pobres a esperança de continuar a obra da salvação. As deportações e o exílio na Babilônia causaram sofrimento e mortes ao povo. Os poucos sobreviventes de Israel e Judá seguem com fidelidade o projeto de Deus, garantindo a realização das promessas de libertação. O salmo é um hino de louvor, que celebra a fidelidade eterna de Deus.

A 2ª leitura, considerada a partir do v.18, ressalta que Deus manifestou sua sabedoria e poder de salvação no Cristo crucificado. Deus escolhe o que é fraco, o que no mundo não tem nome nem prestígio, para que o glorifique.

As bem-aventuranças convidam a descobrir os valores do Reino em meio aos desafios da missão; impelem a acolher o dom da salvação, na abertura confiante à vontade de Deus; motivam a seguir Jesus, cooperando para que todos tenham uma vida digna, feliz.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:

01. Qual bem-aventurança que mais tocou você hoje? Por quê?

02. Quais os sentimentos que as bem-aventuranças trazem para você e sua comunidade? Partilhe.

03. Como as bem-aventuranças se contrapõem aos valores propagados na sociedade em que vivemos?


Oração

Ó Deus dos pequeninos, no Cristo, teu filho,
tu nos abres um caminho de vida e felicidade.
Escuta a oração dos teus pobres:
concede-nos pureza e mansidão de coração,
fortalece-nos na prática da misericórdia,
confirma-nos na luta pela paz,
aumenta nossa fome e sede de justiça,
consola-nos nas dificuldades,
para que vivamos na alegria
dos herdeiros e herdeiras do teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


sábado, 23 de outubro de 2010

Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador! (XXX DTC - Ano C)

O evangelho de hoje, na mesma linha do domingo anterior, é um ensinamento sobre a oração e a relação com Deus, tendo dois personagens profundamente diferentes: o fariseu e o publicano.

O farisaísmo, palavra que quer dizer “separado”, surgiu cerca de trezentos anos antes de Jesus e constituiu-se em um movimento de renovação profunda no judaísmo, pelo resgate da palavra de Deus na vida concreta das pessoas. Visto que a lei exprimia a vontade de Deus, ele não só a estuda nos mínimos detalhes, como a observa minuciosamente, escrupulosamente, todos os mandamentos e proibições, e até mais do que estava prescrito. O fariseu representa o justo, reconhecido como tal no judaísmo, não sendo egoísta nem preocupado consigo mesmo, mas atento ao futuro e às necessidades do povo.

Os publicanos ou coletores de imposto surgiram quando da dominação romana na Palestina e estão a serviço deste mesmo poder. São eles que coletam os impostos a serem enviados a Roma como forma de tributação. Eram considerados, pelos habitantes locais, como traidores do povo, com fama de ambiciosos e desonestos.

A conclusão da parábola, ao contar que o publicano, reconhecendo-se pecador, voltou justificado para a sua casa, e não o fariseu, quer ensinar que a oração e a relação com Deus não dependem dos nossos méritos e erros, mas da autenticidade e transparência com que conseguimos articulá-la. O publicano reconheceu sua pequenez e fez de sua própria pobreza a sua prece e uma entrega ao mistério de Deus, enquanto o fariseu, apesar de todos os seus méritos, tornou sua oração uma justificação de si mesmo.

Este gesto do publicano diante de Deus se atualiza em nossa celebração ao reconhecermos nosso pecado, no ato penitencial, e ao escutar e acolher a palavra que nos desvela e nos converte. A oração litúrgica nos educa a uma constante abertura ao mistério de Deus e a uma atenta vigilância, para que não nos fechemos em nós mesmos. Só Deus é justo e capaz de nos justificar diante dele. A salvação não depende da nossa santidade, mas da sua misericórdia.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
1. A partir deste Evangelho, como podemos caracterizar uma oração verdadeira? Qual deve ser a atitude de quem reza diante de Deus?
2. Como é a oração em sua comunidade?
3. Comente, "A salvação não depende da nossa santidade, mas da misericórdia de Deus". 


Oração

Senhor que vieste, não para condenar, mas para salvar, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.
Cristo, que acolhes quem confia em tua misericórdia, tem piedade de nós.
Cristo, tem piedade de nós.
Senhor, que muito perdoas a quem muito ama, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.

Deus todo amoroso,
tenha compaixão de nós,
perdoe os nossos pecados
e nos conduza à vida eterna.
Amém.


Misericordias domini in aeternum cantabo

(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto

sábado, 9 de outubro de 2010

Um deles voltou atrás, jogou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. (XXVIII DTC - Ano C)


Jesus, durante o ministério, que culmina em Jerusalém com a morte e a ressurreição, encontra e cura dez leprosos. Segundo Levítico 13,46, os leprosos moravam em lugares afastados e eram considerados impuros. Por isso, eles param à distância e de longe gritam: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! (v.13). Jesus vê os leprosos e os liberta da situação de exclusão que se encontram. Reintegrados à vida normal (Lv 14), podem a partir de então participar do culto. Assim, com a cura dos leprosos, Jesus propõe o resgate da vida social do povo. Somente um samaritano, ou seja, um estrangeiro reconheceu a misericórdia e a compaixão de Deus atuando em Jesus. Com sua atitude, expressa a fé em Jesus. O elogio de Jesus ao samaritano transforma-se em apelo a uma vida nova de compromisso com o evangelho. Deus oferece a graça da salvação a todas as pessoas. Mas é necessário abrir o coração para acolher com fé o dom de Deus manifestado a toda a humanidade. “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou (v.19).
Na 1ª leitura, Naamã, general do exército da Síria, é curado da lepra através da obediência à palavra profética e do banho ritual. Naamã retorna com sua comitiva ao profeta Eliseu, o homem de Deus, para agradecer-lhe a cura. Eliseu não aceita presentes, pois a cura, a salvação é dom gratuito de Deus. Naamã deixa-se transformar pelo Senhor, passando a adorá-lo como o Deus único e Salvador da vida. Com o salmista, louvemos ao Senhor, pois ele manifesta continuamente seu amor e salvação em todo o universo. A 2ª leitura acentua, através de um hino cristão primitivo, que a comunhão no sofrimento de Cristo leva a participar da glória de sua ressurreição.
Com uma atitude profunda de ação de graças experimentamos a salvação que é dada não somente a nós, mas a todos os povos e nações. Participando do mistério pascal do Senhor, somos transportados da morte à vida e habilitados a sermos sinais da graça divina para todas as pessoas.
 (Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
1. Num mundo marcado por tantas notícias ruins e pelo vale-tudo dos interesses egoístas, as pessoas conseguem perceber a compaixão e misericórdia de Deus atuando no mundo? Onde elas continuam a atuar?
2. Você se sente tocado/a e cheio/a de gratidão pela graça de Deus atuando na sua vida e no mundo? Como você dá graças à Deus? Partilhe.

Oração

Ó Deus,
manifestas o teu poder, não pela força,
mas tratando-nos com imensa ternura e misericórdia,
continua a derramar sobre nós os dons da tua graça,
para que os nossos corações se encham da verdadeira alegria
que vem do teu Espírito.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Taizé 
Cantarei ao Senhor, enquanto viver.
Louvarei o meu Deus enquanto existir.
Nele encontro a minha alegria. (bis)

sábado, 11 de setembro de 2010

Alegrem-se comigo! (XXIV DTC - Ano C)


Hoje escutamos três parábolas de Jesus: um homem no campo e sua ovelha extraviada; uma mulher em casa e sua moeda perdida e a terceira a parábola do pai amoroso e seus dois filhos. As três parábolas, hoje proclamadas, foram contadas aos fariseus em vista de suas críticas às relações de amizade e proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e com os pecadores públicos. Através delas, Jesus quer chamar a atenção para a misericórdia do Pai, anunciando alegria a coletores e pecadores e causando mal-estar aos fariseus, bem representados na figura do filho mais velho da terceira parábola.
Na comunidade humana, cada um é único e original, independentemente daquilo que faz ou deixa de fazer, e não pode ser excluído ou descartado. Sua falta deixa uma grande lacuna, assim como o pastor ressente a ovelha que fugiu, a dona de casa se aflige pela moeda que perdeu e o pai sofre com a ausência do filho que partiu. O filho mais velho da terceira parábola – e se esta fosse só a parábola do filho pródigo, poderia ter acabado quando o filho rebelde voltasse – tem a função de sinalizar, para todos nós, o papel que assumimos ao valorizarmos em demasia a lei e a moral, em detrimento da ternura ao necessitado, do respeito ao outro, da acolhida ao diferente.
Estas três parábolas nos ajudam a evangelizar nossas relações, tornando nossas comunidades cristãs ícones da misericórdia, escolas de compaixão, alegres testemunhas de um Deus que possui um amor de predileção pelos pequenos e uma preocupação extravagante pela pessoa na sua individualidade.
A celebração litúrgica, sendo lugar de reunião sem discriminação e de atenção às pessoas, é sacramento do cuidado de Deus para conosco. Nela, a ação do Espírito opera em nós a transformação de nossas atitudes de indiferença para uma atitude de adesão à Palavra e fidelidade aos mandamentos de Deus,  colocada em prática na relação com aqueles e aquelas que a sociedade descartou.
 (Extraído da Revista de Liturgia)
Para reflexão e partilha:

1. Como nestas parábolas e através da sua ação Jesus revela e coloca em prática a ternura e a misericórdia de Deus? 
2. De que maneira você busca manifestar o amor misericordioso de Deus?
3. A exemplo das parábolas de hoje, sua comunidade é acolhedora? Procura quem se perdeu e acolhe bem quem retorna?
Oração

Ó Deus, tu fizeste festa para nós,
pobres e pecadores, e nos deste,
 nesta celebração,
tantas provas de carinho para conosco.
Esta certeza nos anime nas lidas
e lutas desta semana e nos torne, cada vez mais
consagrados e consagradas ao teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.



Misericordias domini in aeternum cantabo
(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto