terça-feira, 10 de abril de 2018

Ano Litúrgico

Veja o vídeo abaixo que fala sobre a música e o tempo litúrgico. 




Eis aqui um texto mais detalhado sobre o Ano Litúgico (extraído do Guia Litúrgico Pastoral, CNBB):

I - O ANO LITÚRGICO

A liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo fun-damental da nossa fé, celebramos o Ano Litúrgico que foi se organizando para manter viva a memória do Ressuscitado na vida de cada pessoa e de cada comunidade.

O Ano Litúrgico “revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até a ascensão, ao pentecostes e a  expectativa da feliz esperan-ça da vinda do Senhor” (SC 102). Ele assim nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo, presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos (cf. NALC1).
Em síntese, através do Ano Litúrgico, os fiéis fazem a experiência de se configu-rar ao seu Senhor e dele aprenderem a viver “os seus sentimentos” (cf. Fl 2,5).

1.         A Liturgia nos ritmos do tempo

O Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova a lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã . Por isso, o Ano Litúrgico é sacramento e, as-sim, torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo.
Como a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do mis-tério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário, alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebra-ção; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos.

1.1 - O ritmo diário

            O anoitecer e o amanhecer são dois momentos que marcam o dia da comu-nidade cristã. A Igreja celebra a memória da páscoa de Jesus na oração da tarde (véspe-ras) e na oração da manhã (laudes).
            Pelo Ofício Divino, o povo de Deus faz memória de Jesus Cristo nas horas do dia, acompanhando o caminho do sol, símbolo de Cristo - daí o nome “Liturgia das Ho-ras”. De tarde, o sol poente evoca o mistério da morte, na esperança da ressurreição. De manhã, o sol nascente evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De noite, nas vigílias, principalmente na de sábado à noite, que inicia o domingo, dia da res-surreição, celebramos em espera vigilante o mistério da volta do Senhor. Em algum outro momento do dia ou da noite, rezamos o “Ofício das Leituras”. E, em qualquer hora do dia, celebramos  a Eucaristia, que abrange a totalidade do tempo.
Com hinos, salmos e cânticos bíblicos, com leituras próprias, com preces de louvor e de súpli-ca, celebramos o mistério pascal do Cristo. Como toda a liturgia, o Ofício acompanha o Ano Litúrgico, expressa nosso caminhar pascal, do nascimento à morte e ressurreição, do advento à segunda vinda gloriosa de Cristo.
Como oração do povo de Deus, verdadeira ação litúrgica, o Ofício Divino é excelente escola e referência fundamental para nossa oração individual.  Os ministros ordenados e religiosos assumem publicamente o compromisso de celebrarem a Liturgia das Horas nas principais horas do dia. Os fiéis leigos também são convidados a celebrá-la, individual ou comunitariamente. Podem fazê-lo seguindo o roteiro simples e adaptado proposto pelo Ofício Divino das Comunidades, que conserva a teologia e a estrutura da Liturgia das Horas.
            Incentivem-se também outras formas de oração comunitária da Igreja, por exemplo, Ofícios Breves adaptados, Celebrações da Palavra de Deus, Horas Santas, La-dainhas, Ângelus, Via-Sacra e Rosário comunitário.
            Precisamente falando, “o dia litúrgico se estende da meia-noite à meia-noite. A celebração do domingo e das solenidades começa, porém, com as Vésperas do dia precedente” (NALC 3).

1.2 - O ritmo semanal

            O ritmo semanal é marcado pelo domingo, o dia em que o Senhor se mani-festou ressuscitado (cf. Mc 16,2; Lc 24,1; Mt 28,1; Jo 20,1).
A história do domingo nasce na cruz e na ressurreição de Jesus. No primeiro dia da semana, quando as mulheres foram para embalsamar seu corpo, já não o encontraram mais. Neste dia, ele apareceu vivo a vários dos discípulos, sozinhos, ou reunidos; comeu e bebeu com eles e falou-lhes do Reino de Deus e da missão que tinham que levar adian-te (Mt, 28,5-9; Lc 24,13-49; Mc 16,14; Jo 20,11-18; 20,24-29; Ap 1,10). O dia de Pente-costes, vinda do Espírito Santo, também aconteceu no domingo (At 2,1-11). 
            “No primeiro dia de cada semana, que é chamado dia do Senhor ou domin-go, a Igreja, por uma tradição apostólica que tem origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério pascal. Por isso, o domingo deve ser tido como o principal dia de festa” (NALC 4).
            O domingo, conforme rezamos no Prefácio IX dos domingos do Tempo Co-mum, é o dia em que a família de Deus se reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousará diante do Pai”. 
            João Paulo II, na Carta Apostólica sobre o domingo (Dies Domini), apresenta as cinco características deste dia: Dia do Senhor, Dia de Cristo, Dia da Igreja, Dia do Ho-mem e Dia dos Dias.  O mesmo Papa nos pede, na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, que demos “uma atenção ainda maior à missa dominical, como celebração na qual a comunidade paroquial se reencontra em coro, vendo comumente participantes também os vários grupos, movimentos, associações nela presentes” (MND 23).
            “Por causa de sua especial importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e festas do Senhor. Os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa gozam de precedência sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As sole-nidades que ocorrem nestes domingos sejam antecipadas para sábado”(NALC 5). 
            O domingo exclui, por sua natureza própria, a fixação definitiva de qualquer outra celebração. São exceções somente as festas da Sagrada Família, do Batismo do Senhor, da Santíssima Trindade, de Jesus Cristo Rei do Universo, a comemoração de todos os fiéis defuntos, e, no Brasil, as solenidades de S. Pedro e S. Paulo, da Assunção de Nossa Senhora e de Todos os Santos.
            Os dias que seguem o domingo, chamados dias de semana ou férias, cele-bram-se de diversos modos, segundo a importância própria (cf. NALC 16). Para não repe-tir as missas do domingo, é conveniente que, no Tempo Comum e não havendo celebra-ção especial,  se utilizem nesses dias também os formulários das Missas votivas e para diversas circunstâncias.
            

1.3 - O ritmo anual
                         
“Através do ciclo anual a Igreja comemora todo o mistério de Cristo, da encarna-ção ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor” (NALC 17). Este ciclo anual tem um centro, fonte e cume, que é a solenidade da Páscoa. “A solenidade da Páscoa goza no ano litúrgico a mesma culminância do domingo em relação à semana” (NALC 18).
            O ritmo do Ano Litúrgico compreende:

a)        Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor - da Missa vesper-tina na Ceia do Senhor até as vésperas do domingo da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando morrendo destruiu a nossa morte e ressusci-tando renovou a vida” (NALC 18).

b)        Tempo Pascal - os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o do-mingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, “um grande domingo” (cf. NALC 22). São dias de Páscoa e não após a Páscoa. “Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa e são cele-brados como solenidades do Senhor” (NALC 24). A festa da Ascensão é cele-brada no Brasil no 7o domingo da Páscoa. A semana seguinte, até Pentecostes, caracteriza-se pela preparação à celebração da vinda do Espírito Santo. Em sintonia com as outras Igrejas cristãs, no Brasil, realizamos nesta semana a “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”. Recomendam-se para esta ocasião orações durante a missa, sobretudo na oração dos fiéis, e oportuna-mente a celebração da missa votiva pela unidade da Igreja (cf. Dir. Ecum., n. 22 e 24). 

c)         Tempo da Quaresma - da 4a feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batis-mo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais freqüência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC 109).  

d)        Tempo do Natal - das primeiras vésperas do Natal do Senhor ao do-mingo depois da Epifania ou ao domingo depois do dia 06 de janeiro, inclusive. É a comemoração do nascimento do Senhor, em que celebramos a “troca de dons entre o céu e a terra”, pedindo que possamos “participar da divindade da-quele que uniu ao Pai a nossa humanidade” . Na Epifania, celebramos a mani-festação de Jesus Cristo, Filho de Deus, “luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação” .

e)        Tempo do Advento - das primeiras vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, até as primeiras vésperas do Natal do Senhor.  “O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se co-memora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expec-tativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectati-va” (NALC 39).

f)         Tempo Comum - começa no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1o. domingo do Advento (cf. NALC 44). A tônica dos 33 (ou 34) domingos é dada pela leitura contínua do Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado nos coloca no seguimento de Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tem-pos. Neste tempo, temos também as festas do Senhor e a comemoração das testemunhas do mistério pascal (Maria, Apóstolos e Evangelistas, demais San-tos e Santas). 

g)        As Rogações e as Quatro Têmporas - em cada estação do ano, a Igreja dedica um ou vários dias de preces, jejuns e penitência para rogar ao Se-nhor por diversas necessidades, principalmente pelos frutos da terra e pelo tra-balho humano, e render-lhe graças publicamente (cf. NALC 45). Estas celebrações têm origem nas festas de semeadura e nas festas de colheita. Apesar de sua origem agrária, elas não deixam de ter sentido nos tempos atuais, por cau-sa da crescente consciência ecológica do mundo moderno. Conforme decisão da CNBB, na sua XII Assembléia Geral, em 1971, a regulamentação da cele-bração das Têmporas e Rogações fica a critério dos Conselhos Episcopais Regionais. Para tais celebrações, pode-se escolher as mais adequadas entre as Missas para diversas circunstâncias.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Jesus foi aonde ela estava, segurou sua mão e ajudou-a a se levantar.


5º Domingo do Tempo Comum (Ano B):  
 Jó 7,1-4.6-7; Sl 147(146); 1Cor 9,16-19-22-23; Mc 1,29-39


No evangelho, Jesus, acompanhado de Tiago e João, chega à casa de Simão e André. Ao ser informado que a sogra de Simão estava enferma, ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a levantar-se (v.31). A cura dessa mulher é como um convite para seguir o Mestre e colocar-se a serviço do Reino. Jesus proclama a Boa Nova da salvação, consolando, curando, libertando as pessoas de todos os males e aflições. Mesmo os que se opõe ao seu plano de amor, O reconhecem como o Enviado de Deus, cuja força do Espírito se manifesta nas palavras e gestos misericordiosos. Os discípulos, porém, ainda não reconhecem o significado pleno da atuação de Jesus. A fé em Cristo, o Filho de Deus será professada plenamente depois de sua morte e ressurreição. Jesus se manifesta como o Messias sofredor, até a entrega total na cruz.

A 1ª leitura mostra que Jó, em meio às provações, não encontra consolo nos amigos (cf. 2,11), pois eles consideram o sofrimento como castigo de Deus. Jó procura entender o sentido da vida e do sofrimento e clama ao Deus da aliança: Lembra-te que minha vida é um sopro. A resposta ao mistério do sofrimento está em Cristo, que carregou as dores da humanidade por amor até o fim. O salmo ensina a confiar plenamente em Deus, que conforta e cura os corações esmagados pela dor. Paulo, na 2ª leitura, proclama a salvação de Deus com gratuidade: Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho. Por causa da Boa Notícia de Cristo, ele se torna livre para servir a todos.

Jesus revela a presença amorosa de Deus, carregando nossas dores e sofrimentos, ensinando-nos a continuar a construção de um mundo novo. Que o exemplo de Paulo nos ensine a viver em Cristo e assumir a missão com ardor apostólico.

(Extraído da Revista de Liturgia)


Oração 

Velai, ó Deus, sobre a vossa família
 com incansável amor e,
como só confiamos na vossa graça,
guardai-nos sob a vossa proteção.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.



terça-feira, 29 de agosto de 2017

Vídeos sobre Liturgia

Ótimos vídeos sobre Liturgia.

Missa nossa Ceia com o Senhor, produzido pela Paulus e Verbo Filmes com a assessoria da Rede Celebra:


Programa Liturgia na TV, produzido pela TV Século XX:


Celebração Dominical da Palavra, produzido pela Paulus e Verbo Filmes.


Um canto para cada Tempo Litúrgico, produzido pela Paulus e Verbo Filmes em parceria com a Rede Celebra: