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sábado, 23 de outubro de 2010

Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador! (XXX DTC - Ano C)

O evangelho de hoje, na mesma linha do domingo anterior, é um ensinamento sobre a oração e a relação com Deus, tendo dois personagens profundamente diferentes: o fariseu e o publicano.

O farisaísmo, palavra que quer dizer “separado”, surgiu cerca de trezentos anos antes de Jesus e constituiu-se em um movimento de renovação profunda no judaísmo, pelo resgate da palavra de Deus na vida concreta das pessoas. Visto que a lei exprimia a vontade de Deus, ele não só a estuda nos mínimos detalhes, como a observa minuciosamente, escrupulosamente, todos os mandamentos e proibições, e até mais do que estava prescrito. O fariseu representa o justo, reconhecido como tal no judaísmo, não sendo egoísta nem preocupado consigo mesmo, mas atento ao futuro e às necessidades do povo.

Os publicanos ou coletores de imposto surgiram quando da dominação romana na Palestina e estão a serviço deste mesmo poder. São eles que coletam os impostos a serem enviados a Roma como forma de tributação. Eram considerados, pelos habitantes locais, como traidores do povo, com fama de ambiciosos e desonestos.

A conclusão da parábola, ao contar que o publicano, reconhecendo-se pecador, voltou justificado para a sua casa, e não o fariseu, quer ensinar que a oração e a relação com Deus não dependem dos nossos méritos e erros, mas da autenticidade e transparência com que conseguimos articulá-la. O publicano reconheceu sua pequenez e fez de sua própria pobreza a sua prece e uma entrega ao mistério de Deus, enquanto o fariseu, apesar de todos os seus méritos, tornou sua oração uma justificação de si mesmo.

Este gesto do publicano diante de Deus se atualiza em nossa celebração ao reconhecermos nosso pecado, no ato penitencial, e ao escutar e acolher a palavra que nos desvela e nos converte. A oração litúrgica nos educa a uma constante abertura ao mistério de Deus e a uma atenta vigilância, para que não nos fechemos em nós mesmos. Só Deus é justo e capaz de nos justificar diante dele. A salvação não depende da nossa santidade, mas da sua misericórdia.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
1. A partir deste Evangelho, como podemos caracterizar uma oração verdadeira? Qual deve ser a atitude de quem reza diante de Deus?
2. Como é a oração em sua comunidade?
3. Comente, "A salvação não depende da nossa santidade, mas da misericórdia de Deus". 


Oração

Senhor que vieste, não para condenar, mas para salvar, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.
Cristo, que acolhes quem confia em tua misericórdia, tem piedade de nós.
Cristo, tem piedade de nós.
Senhor, que muito perdoas a quem muito ama, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.

Deus todo amoroso,
tenha compaixão de nós,
perdoe os nossos pecados
e nos conduza à vida eterna.
Amém.


Misericordias domini in aeternum cantabo

(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto

sábado, 16 de outubro de 2010

E Deus não faria justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? (XXIX DTC - Ano C)


A parábola, contada como um ensinamento de Jesus sobre a oração, tem dois personagens que atuam e interagem: a viúva e o juiz. A viúva representa uma das classes mais oprimidas do tempo da bíblia, por ser mulher e por ser sozinha para sustentar os filhos. Tinha, por isso, uma proteção especial da lei. No entanto, constituíam um grupo especialmente exposto a abusos legais e judiciais, porque não podiam pagar nem subornar. O juiz em questão não temia a Deus nem respeitava as pessoas. Foi audaz atribuir a Deus a imagem de um juiz iníquo, mas a conclusão da parábola é clara: se um juiz injusto atende a causa de uma viúva indefesa, por que Deus não fará justiça aos seus, que o invocam?
Para os cristãos do tempo de Lucas, que esperavam para logo a vinda do Senhor, essa palavra tinha um sentido especial, pois o reino demorava a chegar. Diante dessa demora, era preciso perseverar na oração e invocar, com toda confiança, a chegada do dia do Senhor. A viúva insistente era a figura de um ideal muito caro às primeiras comunidades: a oração contínua, perseverante, sem nunca cessar.
O núcleo fundamental da nossa fé, não é a oração, mas o amor feito entrega e doação gratuita. Contudo, a oração é um sinal importante e indispensável, sem a qual todo o nosso serviço pode ficar reduzido à mera exterioridade. É nela que se expressa a intensidade da nossa relação gratuita e vital com Deus, fonte de todo amor, que nos faz, sempre de novo, ir ao seu encontro como pobres e pedir a ele, nossa última esperança, que faça sua justiça e nos liberte.
(Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
1. De que maneira a atitude da viúva continua a nos inspirar hoje? Quem seria hoje as pessoas que como a viúva buscam valer a justiça?
2. A sua oração é fonte de sustentação na busca por justiça?  Ela está ligada com a dinâmica do Reino de Deus?
3. Com o tempo, você tem aprendido a rezar melhor? Explique.

Oração

Ó Deus da vida,
dá-nos, a cada dia,
a graça de estar sempre a teu dispor
e te servir com um coração indiviso.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Irmãs, vinde à oração, irmãos, vinde à oração.

sábado, 24 de julho de 2010

Senhor, ensina-nos a orar... (XVII DTC - Ano C)



Jesus costuma rezar e seus discípulos desejam aprender com ele: Senhor, ensina-nos a orar como João... (v.1). Semelhante a outros grupos, que tinham orações próprias, o Pai Nosso caracteriza a oração dos discípulos de Jesus. Jesus ensina a santificar, a glorificar o nome do Pai e a implorar a vinda do Reino indicando sua manifestação concreta “no pão cotidiano” (vv.2-3), pedido central no Pai nosso. Como o povo alimentado pelo maná (Ex 16), o empenho comunitário na busca do sustento diário, leva a confiar na providência de Deus. A fraternidade possibilita viver o perdão, a livrar-se da tentação (v.4), da ambição da glória e poder, dinheiro e injustiças. Jesus exorta a perseverar no caminho da oração. Pedi e vos será dado; procurai e encontrareis; batei e a porta vos será aberta (v.9). O Espírito Santo ajuda a realizar o projeto de amor fraterno e solidário proposto por Jesus.

Na 1ª leitura, o diálogo com Deus revela a Abraão a questão fundamental: Destruirás o justo com o pecador? (v.23). Deus é paciente com Abraão, que está preocupado com o número de justos necessário para salvar a cidade. Deus não julga conforme o critério humano de justiça, é compassivo e misericordioso, perdoa gratuitamente, conduzindo à conversão e à salvação. A 2ª leitura convida a viver de forma renovada, pois fomos libertados pela obra redentora de Cristo na cruz.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para reflexão e partilha:
1. Você reza? A sua oração e o seu jeito de rezar têm mudado com o tempo? De que maneira?
2. Você reza com a sua comunidade? Como é esta experiência? Alguma lembrança significativa?
3. Comente a oração que Jesus ensinou seus/suas discípulos/as a rezar, o "Pai Nosso".


Oração 

Pai nosso que estais no Céu,
santificado seja o Vosso Nome,
venha a nós o Vosso reino,
seja feita a Vossa vontade,
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.
Pois vosso é reino, o poder e a glória para sempre.
Amém.


Taizé
Misericordias domini in aeternum cantabo
(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto