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domingo, 8 de maio de 2011

Os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus.

III Dom. Tempo Pascal (Ano A): At 2, 14. 22-33; Sl 15 (16); 1Pd 1, 17-21; Lc 24, 13-35.


No evangelho de hoje, os dois discípulos que partem de Jerusalém para Emaús, estão tristes porque suas expectativas de libertação fracassaram. Eles haviam depositado sua esperança num messianismo político. Mas, o encontro com Jesus ressuscitado faz crer num Messias que realizou o verdadeiro projeto de salvação de Deus, passando pelo sofrimento da cruz. Jesus manifesta-se ao longo do caminho, guiando os discípulos na releitura da Palavra de Deus, a antiga promessa de salvação. Assim, eles descobrem que as promessas e esperanças proféticas realizam-se plenamente em Jesus, através de sua fidelidade à vontade do Pai. A busca insistente de permanecer na presença de Jesus ressuscitado possibilita aos discípulos o reconhecimento ao partir o pão, gesto por excelência da comunhão cristã. A escuta atenta da palavra e o repartir do pão abre os olhos e impulsiona para a missão. Os dois discípulos retornam a Jerusalém e testemunham a fé no Senhor ressuscitado: O Senhor ressuscitou verdadeiramente! (v.34).

Na 1ª leitura, a vida de Jesus de Nazaré, sua entrega e morte na cruz, são interpretadas conforme o desígnio salvífico de Deus. A citação do Salmo 16,10 (v. 15), aplicada a Cristo, mostra o sentido de sua ressurreição como plenitude de vida. A 2ª leitura destaca que fomos resgatados pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro sem defeito e sem mancha.

Os discípulos reconhecem Jesus ao partir o pão, sinal de sua entrega total por amor. O Senhor ressuscitado caminha ao nosso lado, revelando-se de modo especial na palavra e na eucaristia. Que possamos permanecer fiéis à proposta libertadora de Jesus, repartindo o pão e acolhendo todas as pessoas.
(Extraído da revista Vida Pastoral)

Para refletir e partilhar:
1. A exemplo do discípulos de Jesus, quais são os sinais de desânimo na comunidade e no mundo de hoje? Explique.
2. As Escrituras ajudam nossas comunidades a compreenderem melhor o projeto de Jesus? Sentimos nosso coração ardem quando estudamos as Escrituras?
3. Como a fração do pão (Eucaristia) nos revela a presença do Jesus Ressuscitado em nosso meio?


Oração

Ó Deus da vida,
Muda o nosso caminho de desânimo e isolamento
e faze-nos voltar a comunidade,
para que sejamos em toda parte
alegres testemunhas da ressurreição de Jesus,
teu filho e nosso Senhor, bendito pelos séculos dos séculos.
Amém.


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sou eu mesmo (III DTP)

Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. (Lc 24, 39)

O Evangelho deste domingo começa com o relato sobre o retorno dos dois díscipulos de Emaús à Jerusalém: "Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão" (24, 35). De repente, Jesus aparece no meio deles e diz, "A paz esteja com vocês." Os discípulos ficaram espantados e cheios de medo, pois pensavam estar vendo um espírito (πνεῦμα). Em seguida, de todo modo Jesus mostra aos discípulos a realidade da sua ressurreição. "Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Toquem-me e vejam: um espírito (πνεῦμα) não tem carne e ossos, como vocês podem ver que eu tenho. E dizendo isso, Jesus mostrou as mãos e os pés" (24, 39-40). Depois, Jesus come um peixe grelhado diante deles.

Lucas enfatiza a realidade da ressurreição de Jesus. Jesus ressuscitado não é um espírito desencarnado e nem fruto da imaginação ou do delírio emocional dos discípulos. Ele não é um espírito, mas o mesmo Jesus de Nazaré que andou com eles de aldeia à aldeia na Galiléia, anunciando a Boa Notícia do Reino de Deus. O ressuscitado é o mesmo Jesus que por causa das suas palavras e ações foi crucificado e que ainda traz consigo as marcas da violência da cruz. A ressurreição não se contrapõe à realidade humana do Nazareno, mas a realiza totalmente. É interessante notar a realidade corpórea de Jesus, de "carne e osso." E esta realidade pode ser experimentada: "Vejam... olhem... toquem-me." Na ressurreição de Jesus o corpo não é negado, mas afirmado, "toquem-me."

Em seguida, assim como aos discípulos de Emaús, Jesus explica as Escrituras a comunidade reunida em Jerusalém. "Então Jesus abriu a mente deles para entenderem as Escrituras" (24, 45). Jesus mesmo faz a exegese dos textos bíblicos para os discípulos. Para Lucas, a leitura da bíblia a partir da ótica da ressurreição dá sentido ao sofrimento e a morte do Messias. A comunidade dará continuidade ao trabalho exegético de Jesus (cf. At 8, 26-40). E o estudo bíblico será parte fundamental da iniciação cristã.

Caberá ainda a comunidade cristã anunciar no nome de Jesus "a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém." (24, 47). Finalmente, Jesus afirma, "E vocês serão testemunhas (μάρτυρες) disso." (24, 48)

Bendito sejas, Senhor Deus,
pela ressurreição de Jesus de Nazaré,
seu Filho e nosso irmão.
Bendito sejas, pela verdade que hoje Ele nos comunica:
"Vejam minhas mãos e meus pés:
sou eu mesmo."
Bendito sejas, pela missão que Ele confia a sua comunidade primitiva e a nós:
"E vocês serão testemunhas disso."
Amém. Aleluia.