sábado, 28 de fevereiro de 2015

“Este é o meu filho amado. Escutai o que ele diz!”




A transfiguração é um desvelar-se provisório do mistério de Jesus para três testemunhas privilegiadas, uma antecipação da ressurreição. Várias imagens desta cena nos reportam à manifestação de Deus a Israel em Êxodo 24,9-18: o monte, os seis dias, os três acompanhantes, o esplendor, a visão, a nuvem.  Elias, profeta, e Moisés, a principal testemunha daquela aliança, agora se tornam testemunhas da glória de Jesus.  É toda uma alusão ao êxodo e à aliança de Deus com o seu povo, firmada agora na pessoa de Jesus.
O relato da transfiguração, situado entre dois anúncios da paixão, quer revelar aos discípulos que o destino do Messias é a glória, mas o caminho é a cruz. Marcos ressalta a incompreensão dos discípulos (v. 6) e lembra que só há um caminho: ouvir e seguir Jesus. O mais importante é o testemunho do Pai, como no batismo do Jordão, focalizando a pessoa de Jesus em quem os discípulos devem crer. Para os discípulos, significa aceitar a cruz, o que implica uma mudança radical no modo de pensar e de viver.

A reação dos discípulos diante da cruz é a reação de qualquer ser humano. Diante da doença, ou do fracasso, ou da morte, nós nos perguntamos: “Por que isso? Se Deus existe, por que o mal”? Cada “porquê” é a expressão de um “porquê” mais profundo sobre o sentido da vida, que se torna explícito em certos momentos da existência quando somos forçados a fazer um julgamento sobre a nossa vida e sobre o mundo.

Deus não quer o sofrimento; em Jesus ele vence a dor e a morte e não nos quer resignados. E no entanto, há um sofrimento que não podemos evitar, aquele que nos faz sair de nós mesmos e nos educa ao amor e à solidariedade. Ter domínio de si, perdoar, ser feliz, apesar de tudo, recomeçar depois de cada fracasso, aceitar nossos próprios limites e os de quem convive conosco, praticar a não-violência em um mundo cheio de violência... Tudo custa, mas sem isso não podemos crescer como pessoas. A partir desta ótica, podemos descobrir o desígnio de Deus até mesmo no sofrimento mais absurdo. O Cristo transfigurado, com roupas resplandecentes, é a resposta ao Cristo despido na cruz. O caminho cristão é um caminho de seguimento de Jesus, de ser filho(a) no Filho, de amar dando a vida.

(Extraído do Dia do Senhor)

Para refletir e partilhar:
01. Considerando que o caminho de Jesus para a glória passa pela cruz, partilhe sobre sua cruz e como você dá sentido a ela. 
02. No contexto de sofrimento e dificuldade, o que significa ouvir e seguir Jesus Cristo?


Oração 

Ó Senhor, nosso Deus,
que nos mandaste ouvir o teu Filho muito amado,
alimenta-nos sempre com a tua palavra,
para que, com fé firme e pura,
tenhamos nossa alegria na glória de Cristo,
por quem te pedimos,
na unidade do Espírito Santo.
Amém.


Um comentário:

  1. Anônimo4/3/12 16:55

    1- Ao longo da nossa existencia carregamos muitas cruzes, a cada uma, morremos um pouquinho, e rescussitamos para a nova vida com coragem e força, isto é: se tivermos a coragem de nos trasfigurar, nos tansformar. Se nossas cruzes não servirem para nos transformar, jamais viveremos a Pascoa.
    2- Jesus Cristo é minha força, meu refúgio, se não ouvir sua palavra e seguir seus ensinamentos, quem irá me sustentar?
    Celi

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