domingo, 27 de março de 2016

Domingo de Páscoa

Então o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também. 
Ele viu e acreditou. (Jo 20, 8)

A todos vocês, 
queridos leitores e leitoras deste blog:

Feliz e Santa Páscoa!
O Senhor Ressuscitou verdadeiramente! Aleluia! Aleluia!

Que Jesus Cristo, o Crucificado-Ressuscitado, 
abençoe e fortaleça a vida e o ministério de cada um/a de vocês. 
Que a Palavra de Deus continue produzindo frutos de ressurreição e vida 
em nossas comunidades e no mundo.

Abraço fraterno,
Pe. Jonas



Ele viu, e acreditou!

Domingo da Páscoa: At 10,34a.37-43; Sl 117; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9

O primeiro dia da semana indica um novo tempo. Tem ligação com o início da criação do mundo. A morte de Jesus significou a passagem das trevas para a luz que nunca mais se apagará. A fé na ressurreição, porém, não se processa da mesma maneira em todas as pessoas. Algumas precisam de um tempo maior para assimilar essa verdade que tudo transforma. Maria Madalena recebe especial distinção: ainda no escuro, dirige-se ousadamente ao túmulo de Jesus. Apesar de ver a pedra removida, não consegue ainda perceber a luz do sol (Jesus que ressuscitou) anunciando uma nova aurora. Perplexa, corre ao encontro de Simão Pedro e do discípulo que Jesus amava para dizer-lhes de sua preocupação com o que havia constatado. O seu anúncio provoca a movimentação dos dois discípulos na busca do verdadeiro sentido dos últimos acontecimentos.

Maria Madalena, nesse relato de João, é representativa da comunidade que não aceita permanecer acomodada. Busca ansiosamente a explicação do que realmente aconteceu naquele “primeiro dia da semana”. É atitude muito positiva, pois “quem busca encontra e quem procura acha”. Por isso, ela é especialmente valorizada. Jesus deixa-se encontrar. Impulsionada pelo amor, caminha na direção do Amado. O maravilhoso encontro de Maria Madalena com Jesus ressuscitado se dá logo a seguir (20,11-18).

A comunidade cristã primitiva reconhecia-se no jeito de ser de Maria Madalena, de Pedro e do discípulo amado. Havia pessoas que ainda permaneciam nas “trevas” da morte de Jesus; sentiam-se desamparadas e desorientadas. Havia as que não conseguiam acolher a verdade da ressurreição de Jesus. Diziam que seu corpo fora retirado por alguém e que se inventou a notícia de que ele havia ressuscitado. É o que se percebe na expressão de Maria Madalena: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o colocaram”. Essas pessoas ainda estão no emaranhado de dúvidas, porém, pouco a pouco, receberão a graça de reconhecer a ressurreição de Jesus como um acontecimento verdadeiro e não como uma lenda

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
01. Para onde devemos correr para fazer hoje a experiência do Cristo Ressuscitado?
02. Quais são os sinais da ressurreição de Jesus em nosso meio?
03. O que significa a fé na ressurreição do Senhor para você? Como ela ajuda você a viver melhor hoje?


Oração

Ó Deus, nosso Pai, hoje abriste para nós o caminho da vida,
com a vitória do teu filho Jesus sobre a morte.
Por teu Espírito, faze de nós, que celebramos este dia de festa e alegria,
a graça de sermos homens e mulheres novos, ressuscitados.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.








sábado, 26 de março de 2016

Sábado Santo - Páscoa da Ressurreição

De repente, Jesus foi ao encontro das mulheres, e disse: 'Alegrai-vos!' As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
(Mt 28, 9)



Sentido da celebração:

Nesta noite santa em que Jesus passou da morte à vida, somos convidados para uma vigília de oração e de festa em honra do Senhor. Esta vigília [...] é um ato profético. É como um manifesto ao mundo. Apesar de ainda estarmos na noite, já celebramos o amanhecer, reconhecendo a luz de Deus em todas as nossas noites, e esperando a manifestação do seu clarão nas noites da humanidade... Convidemos todo o universo e todas as criaturas de Deus - a lua... O vento... As estrelas... A escuridão... As plantas - para celebrarem conosco esta nova páscoa do Senhor.

Bênção do fogo:

Ó Deus do universo, energia original,
fonte de todo calor e de toda luz,
adorado com os mais diversos nomes,
bendito sejas por este fogo novo!
Que esta festa da páscoa
acenda em nossa humanidade a luz de Jesus Cristo.
Que o seu clarão resplandeça nas noites do teu povo
e aponte um novo horizonte de libertação
para toda a humanidade.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Eis a luz de Cristo!
T: Demos graças a Deus!

Proclamação da páscoa:

Exulte de alegria dos anjos a multidão!
Exultemos também nós por tão grande salvação!
Do grande rei a vitória cantemos o resplendor;
das trevas surgiu a glória, da morte, o libertador!


Convite à liturgia da Palavra:

Irmãos e irmãs,
[E]scutemos, no recolhimento desta noite, a Palavra de Deus.
Façamos a memória dos gestos libertadores do nosso Deus,
meditemos em suas maravilhas
e, pela oração, peçamos que leve à plenitude
a vida nova que nos oferece nesta páscoa.

Oração sobre a água:

Nós que participamos da páscoa de Jesus, vibramos com as maravilhas do Deus vivo na história e em nossas vidas, e agora invocamos a bênção de Deus sobre esta água.

Silêncio.

Olha, agora, ó Pai, esta tua Igreja
aqui reunida, nesta noite santa.
Faze brotar para ela as águas do batismo!
Mergulhando o círio pascal na água:
Nós te pedimos, ó Pai, que, por teu Filho,
desça sobre esta água
a força e a ternura do Espírito Santo.
E que todas as pessoas que forem banhadas nesta água,
sejam sepultadas na morte com Cristo
e ressuscitem com Jesus para uma vida nova!
Amém.

Renovação das promessas do batismo:

Renúncia

Irmãos e irmãs, esta água nos lembra o nosso batismo. Quem é batizado morre e ressuscita com Cristo. Morre para o pecado e vive uma vida nova, seguindo o evangelho de Jesus. Porém aquilo que celebramos no batismo deve ser conquistado por nós dia a dia. Por isso, mais uma vez, renovemos a nossa profissão de fé.

Silêncio.

Para viver a liberdade dos filhos e filhas de Deus, vocês prometem lutar contra a escravidão do pecado e toda forma de opressão?
Prometo.

Para viver como irmãos e construir a unidade, vocês prometem lutar contra todo egoísmo, injustiça e exploração?
Prometo.

Para seguir a Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, vocês prometem lutar contra as ilusões deste mundo e as tentações do maligno?
Prometo.

Ato de fé
Vocês crêem em Deus, que criou todas as coisas no céu e na terra?
Creio.

C: Vocês crêem em Jesus Cristo, seu filho e nosso Senhor, que nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado e ressuscitou no terceiro dia e subiu aos céus?
Creio.

C: Vocês crêem no Espírito Santo, na santa Igreja universal, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna?
Creio.

Ó Deus, tu nos fizeste renascer da água e do Espírito
e nos concedeste o perdão de todo o pecado, guarde-nos em teu amor
e ajuda-nos a viver como irmãos.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Rito de comunhão:

Assim disse Jesus: “Eu sou o pão da vida.
Quem vem a mim nunca mais terá fome
E o que crê em mim nunca mais terá sede.

Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!
Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo(a)


Oração final:

Ó Deus, alimentados pela páscoa do Senhor,
voltamos com o coração renovado de esperança.
Dá-nos a força do teu Espírito,
para sermos testemunhas da vida
que vence a dor e a morte.
Por Cristo Jesus, nosso Senhor.
Amém.


(Vigília Pascal, trechos extraídos do Dia do Senhor)



sexta-feira, 25 de março de 2016

Sexta-Feira Santa: Páscoa da Cruz.


... 'Tudo está realizado.' E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 
(Jo 19, 30)

Descent Descent from the Cross by Sadao Watanabe

Cantar a Paixão do Senhor

É, primeiro,
cantar o pranto de uma perda irreparável,
cantar a dor e o protesto do inocente injustiçado,
cantar a tristeza, sem fim, d'Aquele que
"veio para o que era seu e os seus não o receberam" (Jo 1,11)

É, nas suas chagas,
Prantear as dores de todos os oprimidos da terra,
Nos quais continua a Paixão, pois,
"Todas as vezes que fizerdes isto a um destes meus irmãos,
mais pequeninos,foi a mim mesmo que o fizestes" (Mt 25, 40)

É, depois,
Cantar a confiança do Servo Sofredor,
Que se entregou, sem reservas, nas mãos d'Aquele que o pode livrar
"do poder do inimigo e do opressor" (Sl 31,16)
e aguardar com ânimo forte e resistente a sua salvação.

É, nesta confiança sem limites, que o canto nos inspira,
Abandonar-nos em Cristo nas mãos do Pai, para a realização dos seus desígnos:
"Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23, 46)

É, finalmente,
Cantar a vitória do Amor e a glória d'Aquele que
"Se fez por nós obediente até a morte e morte de cruz.
Por isso Deus o exaltou…" (Fl 2, 8-9)
(Hinário Litúrgico - CNBB)


Senhor Jesus Cristo,
por vossa paixão e morte,
fazei-nos mais solidários, compassivos e comprometidos
com todas as sofredoras e sofredores da Terra.
Amém.



quinta-feira, 24 de março de 2016

Quinta-Feira Santa: Páscoa da Ceia.



Então, Jesus se levantou da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Colocou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos... (Jo 13, 4-5)

João salienta o gesto de Jesus lavando os pés dos seus e deixando, como seu testamento em palavra e exemplo, fazer-se o mesmo entre os irmãos. Não ordena repetir um rito, mas fazer como ele, isto é, refazer em todo tempo e em toda comunidade, gestos de serviço mútuo - não padronizados, mas nascidos da criatividade daquele que ama -, através dos quais torne-se presente o amor supremo do Cristo pelos seus ("amou-os até o fim"). Todo gesto de amor se torna, portanto, "sacramento", isto é, visibilização, encarnação, linguagem simbólica, da única realidade: amor do Pai em Cristo, o amor, em Cristo, de todos os que crêem.

(Extraído do Missal Dominical - Missal da Assembléia Cristã, Paulus)



Senhor Jesus Cristo,
Servo e Senhor,
ajudai-nos a viver o mistério da Eucaristia
no serviço generoso aos irmãos e irmãs,
sobretudo, nos mais pobres e excluídos.
Amém.







segunda-feira, 21 de março de 2016

Hosana ao Filho de Davi!

Domingo de Ramos e Paixão (Ano C):
Lucas 19,28-40; Isaías 50,4-7; Salmo 22(21); Filipenses 2,6-11; Lucas 22,14-23,56


O relato [da Paixão] ressalta a humanidade de Jesus em profundo sofrimento, no lugar do Getsêmani. Na sua total solidão, derrama sua alma diante do Pai, em quem pode confiar plenamente. Manifesta-lhe toda sua fraqueza, pede-lhe socorro e dobra-se à vontade divina, mantendo-se firme na decisão de concluir sua tarefa com todas as consequências. Os discípulos, que deveriam vigiar com Jesus e apoiá-lo nessa hora de extrema dor, preferem abandonar-se ao sono. Jesus passou a vida fazendo o bem, fiel à missão que recebera do Pai. Sua fidelidade confronta-se com os grupos de poder, concentrados na capital, Jerusalém. 

O grupo da elite religiosa pertencente ao Sinédrio mantinha seu poder à custa da exploração do povo empobrecido, legitimando suas posturas com interpretações interesseiras da Sagrada Escritura. Apesar de anunciarem a vinda do Messias, conforme as Escrituras, não podiam conceber que essa promessa se cumpriria na figura de alguém despojado de poder e solidário com os fracos e pequeninos. Não só isso: Jesus não adotou a mesma maneira dos rabinos de interpretar a palavra de Deus e toda a tradição de Israel. Seu lugar social era outro. E, por isso, era outro o modo de conceber as coisas. Enquanto a teologia oficial, com base no sistema de pureza, excluía da salvação as pessoas “impuras”, Jesus revela aos “impuros” o seu amor prioritário e oferece-lhes a salvação divina.

(...) A comunidade cristã contempla a Jesus como o Servo sofredor, que, assumindo a perseguição, a condenação, a paixão e a morte que lhe impõem os seus inimigos, revela a plenitude de seu amor pela humanidade em total confiança no socorro de Deus Pai (Evangelho). Jesus “se despojou de sua condição divina, tomando a forma de escravo... Abaixou-se e foi obediente até a morte sobre uma cruz” (II leitura). A celebração do domingo de Ramos constitui momento propício para manifestar gratidão a Deus pelo seu amor sem limites e para refletir sobre nossa responsabilidade no mundo de hoje de nos empenhar, a exemplo de Jesus, pela causa da vida de todos, conforme refletimos ao longo desta Quaresma.

(Extraído da revista Vida Pastoral)

Para refletir e partilhar

01. O que a entrada de Jesus em Jerusalém nos ensina sobre a sua pessoa e missão?
02. De que forma Jesus se revela como o verdadeiro Messias? Em que se baseia sua autoridade?
03. Como a paixão, morte e ressurreição de Jesus se prolongam nos dias de hoje?

Oração

Ó Deus, com ramos de oliveira,
crianças e pobres aclamaram Jesus ao entrar na cidade santa.
Abençoa nossa comunidade aqui reunida,
com ramos nas mãos louvando o teu nome.
Que no meio deste mundo ameaçado
pela violência este sinal da vitória pascal do Cristo,
nos anime no trabalho pela paz.
Por Cristo, nosso Senhor. 
Amém.


segunda-feira, 14 de março de 2016

'Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'

V Dom Quaresma (Ano C):    Isaías 43,16-21; Salmo 126(125); Filipenses 3,8-14; João 8,1-11.

Jesus, depois de passar a noite em oração no monte das Oliveiras, volta ao Templo de Jerusalém. Sentado, na posição de Mestre, ensina ao povo reunido em volta dele. Os escribas e os fariseus apresentam o caso da mulher surpreendida em adultério. Segundo Lv 20,10 e Dt 22,23- 24, a mulher e o homem que praticavam o adultério eram apedrejados até a morte. Mas, o Deus da vida não tem prazer com a morte do pecador, pois deseja que mude de conduta e viva (Ez 18,23). Homens e mulheres são chamados à conversão, para acolher o amor misericordioso do Pai, revelado em Jesus. A palavra do Mestre de Nazaré convida os acusadores a rever as próprias atitudes: Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra (8,7). Sendo enviado pelo Pai não para condenar, mas para salvar (cf. Jo 3,17), Jesus começa um novo diálogo com a mulher, que continuava no meio, em pé. Ele oferece o perdão e as condições para seguir uma vida nova e plena: Vai, e de agora em diante não peques mais (8,11). 

O profeta, durante o exílio da Babilônia, consola o povo sofrido com a esperança de uma nova libertação (1ª leitura). Deus, que realizou maravilhas no êxodo, abrirá um caminho novo no deserto, para conduzir o povo de volta à terra prometida. O salmo canta a esperança de salvação que reconduziu os exilados a Sião. A conformidade a Cristo exige conhecimento profundo, para experimentar a força da sua ressurreição e permanecer firme na caminhada em busca da meta (2ª leitura).

O encontro com Jesus possibilita experimentar a misericórdia do Pai que perdoa e conduz a um caminho novo de salvação. Paulo, modelo de adesão à Boa Nova de Cristo, nos ensina a unir as forças na luta para transformar as estruturas de pecado.

A mesa da Palavra de Deus neste domingo nos convoca a experimentar a imensa misericórdia de Deus que é capaz de realizar prodígios maiores do que os vividos no Êxodo (cf. Is 45,15-20) e ainda a superar o legalismo para salvar e dar a vida às pessoas. Renovemos a nossa fé no Senhor da Vida e corramos para a meta, que é Cristo, nosso Senhor..
 (Extraído da Revista de Liturgia)

Oração 

Senhor, nosso Deus,
dá-nos a graça de caminhar com alegria
no mesmo amor que levou teu Filho
a entregar a sua vida pela salvação da humanidade.
Por Cristo, nosso Senhor. 
Amém.


Misericordias domini in aeternum cantabo
(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto