Usando a linguagem dos grupos apocalípticos do seu
tempo, Jesus conta esta parábola de um grande julgamento público e universal,
onde comparecem todas as nações. O juiz é designado como um rei, mas age como
um pastor que separa ovelhas e cabritos e também se apresenta como o filho do
homem do livro de Daniel, que se manifesta rodeado de anjos. A sentença,
pronunciada em forma de bênção e maldição, traz como conseqüência herdar o
reino ou ser lançado no fogo eterno.
No critério do julgamento não há nada de expressamente
religioso, mas as pessoas são premiadas ou castigadas pelas obras de
misericórdia que realizaram. Desta forma, o filho do homem nos diz que não é
preciso esperar o juízo final para encontrá-lo. Ou reconhecemos que ele esteve
ao nosso lado cada vez que encontramos um pobre e um necessitado, ou não
seremos, no último dia, reconhecidos por ele. Desta forma, além de propor a
misericórdia como princípio de ação de seus discípulos, Cristo constitui os
pobres como seus enviados e representantes. Eles são, como nos ensinam os pais
e mães da Igrejas, os autênticos vigários de Cristo!
Este último discurso de Jesus no evangelho de Mateus
faz-nos lembrar o primeiro discurso, as bem-aventuranças. Os benditos do Pai,
para quem foi preparado o reino desde a criação do mundo, são os
misericordiosos, os que têm fome e sede de justiça, os puros de coração, os
promotores da paz, etc. O definitivo e o eterno, o que nos julga e nos destina,
tem seu começo nas opções cotidianas, no projeto de felicidade que construímos
e em nossa capacidade de incluir os que são excluídos pelo sistema do mundo.
A celebração litúrgica já nos faz participar desta
plenitude que esperamos e nos antecipa o reino para nós preparado. Ao mesmo
tempo, como encontro com aquele que é nosso pastor, rei e juiz, a liturgia nos
julga e nos purifica. Nela, recebemos a palavra que nos revela e nos devolve a
nós mesmos, que nos desmascara e nos faz encontrar nossa identidade mais
profunda. Nesta reunião de irmãos e irmãs, somos ao mesmo tempo confirmados e
advertidos para buscar a Deus na misericórdia com todos.
(Extraído do Dia do Senhor)
Para refletir e compartilhar:
01. Este último discurso de Jesus no evangelho de Mateus ainda te surpreende e desafia? Explique.
02. Você encontra Cristo nas pessoas que ele se faz presente (cf. Evangelho)?
03. Em que lugares você vê que a Igreja continua a servir Jesus?
04. O que você, sua família e comunidade pode fazer para esta palavra de Jesus se realize hoje?
05. Em que sentido este Evangelho é boa-notícia para você e a comunidade cristã?
Oração
Senhor, Deus dos pequeninos, ajudai-nos
reconhecer-te presente
nos marginalizados e sofredores e
a eles doar nossa vida,
tal como Jesus, servidor fiel no
teu reino, por quem te pedimos,
na unidade do Espírito Santo. Amém
01. Este último discurso de Jesus no evangelho de Mateus ainda te surpreende e desafia? Explique.
ResponderExcluirR. Sim, me surpreende e desafia muito. Não sou tão vigilante quanto gostaria ser, estou cercada de coisas do mundo e muitas vezes, não visito, não acolho, e sim julgo, condeno, discrimino.
02. Você encontra Cristo nas pessoas que ele se faz presente (cf. Evangelho)?
R. Na maioria das vezes, noutras, olho com os olhos do mundo não as encontro.
03. Em que lugares você vê que a Igreja continua a servir Jesus?
R. Principalmente, nas pastorais sociais.
04. O que você, sua família e comunidade pode fazer para esta palavra de Jesus se realize hoje?
R. Sermos mais vigilantes, olhar para as pessoas e situações com os olhos que Jesus olha.
05. Em que sentido este Evangelho é boa-notícia para você e a comunidade cristã?
R. Este evangelho nos lembra e nos da oportunidade de escolhermos, enquanto temos tempo, de: ajudarmos na construção do Reino de Deus e sermos eleitos ou ignorar as pessoas as quais Ele se faz presente e sermos excluídos.
Celi