sábado, 25 de setembro de 2010

Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos. (XXVI DTC - Ano C)

A narrativa do evangelho apresenta um homem muito rico e um pobre mendigo, Lázaro. A finalidade do texto é principalmente ilustrar a necessidade de conversão e de fé. A escuta, a adesão à palavra de Deus é fundamental para acolher os sinais de salvação. Por meio da vida, morte e ressurreição, Jesus indicou o caminho a seguir, centrado no amor a Deus e ao próximo. A palavra de Deus leva a abrir o coração para a partilha e a solidariedade. Faltava ao “homem rico” observar os ensinamentos de Deus, que desde Moisés e os Profetas apresentam as exigências de amar e socorrer os pobres. A vida oposta ao projeto de Deus, a falta de comunhão e partilha o conduziu ao abismo profundo, à separação da felicidade plena.
A profecia de Amós, na 1ª leitura, está situada no século VIII a.C. O profeta exorta os que buscam apenas o próprio bem- estar, “indiferentes ao sofrimento de José”, ou seja, dos irmãos necessitados. O contraste entre ricos e pobres impedia a formação de uma sociedade igualitária, com sua própria autonomia. Por meio do Salmo, louvemos ao Senhor, pois ele ampara os que confiam em seu amor, abrindo-lhes os olhos, levantando-os do chão. A 2ª leitura orienta a cultivar as boas virtudes: “a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão” (v.11). É necessário conservar a fidelidade a Cristo, assumindo a missão com radicalidade, na solidariedade do “bom combate”.
Como no tempo do profeta Amós, de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, as riquezas do mundo, que são destinadas a todos, continuam acumuladas, usufruídas por uma minoria de afortunados. A escuta atenta da palavra de Deus nos impele a ajudar os pobres Lázaros sentados no chão junto às portas, à margem da sociedade.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
1.Como a Palavra de Deus (“Moisés e os Profetas”) pode nos ajudar a viver em comunhão com Deus e com o próximo?
2.Sua vida é centrada na Palavra de Deus? Isso faz diferença nas suas decisões pessoais? De que maneira?
3.Como os cristãos podem combater o abismo que existe entre os ricos e os pobres? Você conhece algum grupo e/ou pessoa que faz isso?

Oração

Ó Deus, amigo dos pobres,
reúne os que estão dispersos e sem orientação,
sustenta os abandonados,
liberta os prisioneiros, restitui a luz aos cegos,
acolhe os órfãos e as viúvas,
ouve o clamor do teu povo que sofre.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.



L: Adolfo Temme M: popular Maranhão
Quem ouvir e praticar a Palavra da Escritura, (bis)
Fez a casa no rochedo, uma obra que pertudura; (bis)
Contra chuva, contra vento esta casa é segura. (bis)


Mas aquele que ouvir e não praticar na vida, (bis)
Fez a casa na areia, uma construção perdida; (bis)
Pela chuva, pelo vento vai ser logo destruída. (bis)

sábado, 18 de setembro de 2010

Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. (XXV DTC - Ano C)

Quando lemos este evangelho, a primeira coisa que queremos entender é se o Senhor está elogiando a fraude do administrador e, se for assim, como é que isso combina com a mensagem evangélica do reino. A intenção do Senhor em contar a parábola é evitar que a vida de fé dos seus discípulos – os filhos da luz - transforme-se em uma espécie de paliativo que os acomode e os torne “tranqüilos”.
A parábola é contada aos discípulos para tirá-los da inércia e atender as exigências da hora presente. O elogio é feito ao administrador não pela fraude em si, mas pela esperteza diante da situação crítica em que se encontrava. Jesus pede que o imitemos não na sua injustiça, mas na sua previdência e visão ampla.
O discipulado é um caminho exigente que pede uma perspicácia e uma sabedoria para unir, constantemente, o caminho do evangelho e o cotidiano, de modo que as nossas relações sejam tomadas totalmente pela proposta do Senhor. Não há aqui espaço para a mediocridade e a superficialidade. A radicalidade do seguimento nos leva a estabelecer hierarquia de valores e escolhas de acordo com o evangelho e o Senhor do evangelho.
Num mundo em que se investe uma imensidade de energia para o êxito dos negócios, esse evangelho chama a atenção para a criatividade que é preciso desenvolver no serviço do reino. Temos consciência que a força criativa que move a Igreja é obra do Espírito de Deus. Vamos à celebração para receber dele a luz e a energia, para colocarmos o melhor de nós a serviço da missão que ele nos confia. 
 (Extraído da Revista de Liturgia)
Para reflexão e partilha:

1. O mundo ao nosso redor é movido por energia criativa ou é apático e indiferente diante da vida?
2. O que dá a você criatividade e força para anunciar e viver o Evangelho?
3. O que significa ser "filho (a) da luz"?


Oração:

Ó Deus da luz,
que expulsas toda escuridão,

por teu filho amado,
abençoa a nós e a nossa comunidade
e, por tua força e energia,
dá-nos a graça de viver sempre como filhos e filhas da luz.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.






Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra: 

imunda meu ser, permanece em nós.

sábado, 11 de setembro de 2010

Alegrem-se comigo! (XXIV DTC - Ano C)


Hoje escutamos três parábolas de Jesus: um homem no campo e sua ovelha extraviada; uma mulher em casa e sua moeda perdida e a terceira a parábola do pai amoroso e seus dois filhos. As três parábolas, hoje proclamadas, foram contadas aos fariseus em vista de suas críticas às relações de amizade e proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e com os pecadores públicos. Através delas, Jesus quer chamar a atenção para a misericórdia do Pai, anunciando alegria a coletores e pecadores e causando mal-estar aos fariseus, bem representados na figura do filho mais velho da terceira parábola.
Na comunidade humana, cada um é único e original, independentemente daquilo que faz ou deixa de fazer, e não pode ser excluído ou descartado. Sua falta deixa uma grande lacuna, assim como o pastor ressente a ovelha que fugiu, a dona de casa se aflige pela moeda que perdeu e o pai sofre com a ausência do filho que partiu. O filho mais velho da terceira parábola – e se esta fosse só a parábola do filho pródigo, poderia ter acabado quando o filho rebelde voltasse – tem a função de sinalizar, para todos nós, o papel que assumimos ao valorizarmos em demasia a lei e a moral, em detrimento da ternura ao necessitado, do respeito ao outro, da acolhida ao diferente.
Estas três parábolas nos ajudam a evangelizar nossas relações, tornando nossas comunidades cristãs ícones da misericórdia, escolas de compaixão, alegres testemunhas de um Deus que possui um amor de predileção pelos pequenos e uma preocupação extravagante pela pessoa na sua individualidade.
A celebração litúrgica, sendo lugar de reunião sem discriminação e de atenção às pessoas, é sacramento do cuidado de Deus para conosco. Nela, a ação do Espírito opera em nós a transformação de nossas atitudes de indiferença para uma atitude de adesão à Palavra e fidelidade aos mandamentos de Deus,  colocada em prática na relação com aqueles e aquelas que a sociedade descartou.
 (Extraído da Revista de Liturgia)
Para reflexão e partilha:

1. Como nestas parábolas e através da sua ação Jesus revela e coloca em prática a ternura e a misericórdia de Deus? 
2. De que maneira você busca manifestar o amor misericordioso de Deus?
3. A exemplo das parábolas de hoje, sua comunidade é acolhedora? Procura quem se perdeu e acolhe bem quem retorna?
Oração

Ó Deus, tu fizeste festa para nós,
pobres e pecadores, e nos deste,
 nesta celebração,
tantas provas de carinho para conosco.
Esta certeza nos anime nas lidas
e lutas desta semana e nos torne, cada vez mais
consagrados e consagradas ao teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.



Misericordias domini in aeternum cantabo
(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto

sábado, 4 de setembro de 2010

Se alguém vem a mim, mas não se desapega... não pode ser meu discípulo. (XXIII DTC)

Jesus, acompanhado de uma numerosa multidão, aproveita o momento para ensinar como ser discípulo/a. Ele mostra que é necessário colocar o Reino de Deus em primeiro lugar, acima de interesses pessoais contrários ao seu projeto. O seguimento de Jesus exige disposição para carregar a cruz e doar a vida por amor. Abraçar a cruz implica em participar da missão de Jesus, entregando a vida a serviço do evangelho. As pequenas parábolas, da torre a construir (vv.28-30) e da guerra a conduzir (vv.31-32), ilustram a necessidade de planejar, empenhando-se cada dia na vivência cristã. Exortam a ser sábios construtores, colocando a família, os bens materiais a serviço da edificação de uma sociedade mais fraterna. Implica em realizar a missão com entusiasmo, sendo o sal que dá o sabor, como acentua o texto seguinte (vv.34-35). 
A 1ª leitura reflete sobre o sentido da vida humana. A Sabedoria possibilita conhecer e compreender os desígnios de Deus. O “Espírito” conduz as pessoas a viverem com retidão no caminho do Senhor. O salmo ensina a confiar na bondade e misericórdia do Senhor, pois a vida humana é frágil. Paulo, na 2ª leitura, escreve uma pequena carta, intercedendo pelo escravo Onésimo, gerado na fé em Cristo. Ele pede que o patrão Filêmon o receba de volta não mais como escravo, mas como irmão (v.16). A comunhão no Senhor, os valores do evangelho, transforma as barreiras sociais, torna os privilégios humanos insignificantes.
O seguimento a Jesus exige desprendimento, compromisso para colocar o seu projeto de vida e salvação acima de tudo. Somos chamados/as a cooperar na construção do Reino de Deus. Paulo nos ensina a fundamentar nossas relações no amor de Cristo, superando os conflitos comunitários e as desigualdades sociais. 
(Extraído da Revista de Liturgia)


Para refletir/partilhar:

01. Quais são as renúncias mais difíceis que somos chamados/as a realizar por causa do Evangelho?
02. As parábolas do Evangelho de hoje ilustram a importância do planejamento. Meu grupo e a minha comunidade têm alguma meta? Isso é importante? Por quê?
03. Tenho um projeto pessoal de vida sintonizado com o Evangelho?


Oração

Deus de bondade e de ternura,
afasta de nós toda acomodação e instalação,
para que possamos, 
de coração disponível,
nos dedicar ao serviço do teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


The kingdom of god is justice and peace and joy in the Holy Spirit.
Come, Lord, and open in us the gates of your kingdom.