O texto do Evangelho de hoje (Jo 15, 9-17) continua a reflexão de domingo passado, quando Jesus afirmou ser a vinha verdadeira, seu Pai o agricultor e seus discípulos os ramos. Agora, Jesus diz, "Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor" (Jo 15, 9). Todo aquele/a que permanece em Jesus produz fruto e o fruto é o amor. Não é, contudo, qualquer tipo de amor, mas o mesmo amor que flui do Pai para o Filho e do Fiho para a comunidade de seus discípulos/as. Tudo isso no Espírito.
Jesus é a expressão máxima do amor do Pai. Sua encarnação, vida, paixão, morte e ressurreição manifesta ao mundo a verdadeira face do amor. Não é um amor intimista, egoísta, ou superficial, voltado para si mesmo. O amor revelado em Jesus é o amor que liberta, dá vida e constrói comunhão. Para saber se um amor é verdadeiro, é só compará-lo com o amor de Jesus e seu ensinamento: "Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos (Jo 15, 13)."
Notem que Jesus chama os seus discípulos de amigos. Parece haver uma evolução da relação mestre-discípulo para a relação de amizade. Nesta altura do Evangelho, seus seguidores são chamados de amigos (φίλοι) e participam de sua intimidade e confiança, "... Eu chamo vocês de amigos, porque comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai (Jo 15, 15). Jesus já havia demonstrado amor pelo seu amigo Lázaro (cf. Jo 11, 3. 11.36). E, na passagem deste mundo para o Pai, Jesus manifesta a totalidade do seu amor (cf. 13, 1). É oportuno lembrar que no Êxodo, Moisés é chamado de amigo de Deus, "Javé falava com Moisés face a face, como um homem fala com o amigo (Ex 33, 11). No Evangelho, Jesus refuta qualquer traço de dominação e servidão no relacionamento com ele (cf. Jo 15, 15) e promove o relacionamento de companheirismo e comunhão.
Amar se torna o mandamento-missão que Jesus confere a comunidade de seus discípulos-amigos, "... Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês" (Jo 15, 12). Na força do Espírito, somos capazes de amar como Jesus amou, na doação e no serviço generoso ao próximo, pois é ele mesmo que ama em nós, fazendo-se amigo conosco e tornando nos amigos/as uns dos outros.
Partilha/Reflexão:
1. O mandamento de Jesus, "amem uns aos outros como eu amei vocês", te questiona, anima ou conforta?
2. Você percebe verdadeira relação de amizade nas comunidades cristãs? Como elas vivem o mandamento do amor?
3. O mundo parece carente de amor verdadeiro. Você concorda com isso? Por quê?
Senhor, irmão dos pobres e excluídos,
companheiro dos que buscam o Reino,
amigo dos seus discípulos-missionários,
ensinai-nos a viver o mandamento do amor.
Que vosso amor em nós, nos ajude a amar
de maneira livre, verdadeira e não egoista, e
assim, amar o próximo como vós mesmo nos ama.
Amém.
1. Me questiona.
ResponderExcluir2. Vou pensar melhor.
3. Concordo, porque as pessoas tem medo de amar verdadeiramente, porque o amor verdadeiro é compromisso, é serviço, é conhecer o outro por inteiro.