domingo, 15 de março de 2009

Templo (III DQ - B)

Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei. (Jo 2, 19)

Situada em Jerusalém e perto da Páscoa, a passagem de João 2, 13-22 retrata a atitude de Jesus diante do Templo. Nos Evangelhos sinóticos, a limpeza do Templo aparece pouco antes da sua paixão. Neles, esta ação dramática de Jesus, que se mostra cheio de indignação, é vista como o estopim que leva as autoridades a buscarem sua prisão e condenação.

Já em João, esta cena aparece logo no início do Evangelho, retrabalhada para servir suas perspectivas teológicas. Primeiro, a passagem serve para demonstrar a oposição das autoridades judaicas à Jesus desde do início do seu ministério, demonstrando a intrínsica incompatibilidade entre eles. Segundo, o trecho serve para anunciar que o verdadeiro Templo, onde Deus agora habita, é o corpo de Jesus; que será destruído pelas autoridades, mas que ressuscitará.

Assim, o Templo de Jerusalém, que havia sido convertido em οἶκον ἐμπορίου (lit. casa de empório), casa de comércio, é substituído pelo corpo de Jesus, lugar do verdadeiro encontro e comunhão com Deus.


Senhor Jesus Cristo,
vós sois o novo Templo de Deus levantado entre nós.
Concedei-nos semelhante indignação profética
que vos levastes a limpar o Templo de Jerusalém.
Queremos construir uma humanidade
livre de toda forma de exploração econômica.
Que o Templo do vosso corpo
nos leve a uma constante comunhão com Pai
e com os nossos irmãos e irmãs.
Isto vos pedimos,
na força do vosso Espírito.
Amém.



Nenhum comentário:

Postar um comentário