terça-feira, 14 de março de 2017

Senhor, dá-me dessa água.

III Dom. Quaresma (Ano A). Ex 17, 3-7; Sl 94 (95) Rm 5, 1-2. 5-8; Jo 4, 5-42

Jesus chega a Sicar, na Samaria, cuja população é composta de descendentes de israelitas e de povos estrangeiros, forçados a imigrar após a conquista da região pela Assíria (2Rs 17,24-41). A história da mulher representa, sobretudo, o povo samaritano, com sua religiosidade e divindades, simbolizadas, talvez pelos cinco maridos. O diálogo com Jesus sobre o culto e o Messias, revela a busca mais profunda da mulher e de todo o povo excluído ao qual pertence. Junto ao poço patriarcal, a mulher descobre a Fonte que sacia a sede em plenitude. O Messias, enviado por Deus, oferece o dom da água, símbolo do Espírito, que dá a vida eterna (7,37-39). O Espírito leva a conhecer e adorar a Deus como Pai, em verdade, inaugurando um culto novo. Os discípulos não compreendem a atitude de Jesus. Jesus, porém, declara: O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e levar a termo a sua obra (v.34). O encontro com Jesus e a escuta de sua palavra transforma a mulher. Também os samaritanos reconhecem que ele é verdadeiramente o Salvador do mundo (v.42).

Na 1ª leitura, Deus manifesta seu poder de salvação fazendo brotar água da rocha. A 2ª leitura destaca que Deus revelou seu amor gratuitamente em Cristo, libertando-nos do pecado e derramando em nós o Espírito Santo para nos guiar na vida nova em Cristo.

Jesus continua oferecendo a água viva, que sacia toda sede, promovendo a reconciliação e a superação dos preconceitos. Ele é o novo santuário, do qual brota a água do Espírito, que nos leva a viver uma nova forma de comunhão com o Pai e de relacionamento com os irmãos.
(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
01. Do que eu tenho sede? E o mundo, tem sede de que?
02. "O encontro com Jesus e a escuta da sua palavra transforma a mulher". Algo semelhante já aconteceu com você? Partilhe.
03. O que a água simboliza? Como você, sua família e comunidade cuidam da água e do nosso Planeta-Água?

Oração

Ó Deus das promessas,
derrama tua bondade generosa sobre nós.
Pela energia amorosa do teu Espírito,
guia-nos e conduze-nos nesta terceira semana da quaresma,
para que bebamos sempre da água que é Cristo,
fonte que jorra para a vida plena,
e o anunciemos por nossa vida e palavras.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

' Ela demonstrou muito amor'


11º Dom Tempo Comum (Ano C): 2Sm 12,7-10.13; Sl 31(32); Gl 2,16.19-21; Lc 7,36–8,3.
O fariseu convida Jesus para uma refeição, mas omite as atenções e a cordialidade devidas a um convidado ilustre: lavar os pés, ósculo ou beijo, unção na cabeça. Já a mulher realiza gestos de acolhimento e gratidão ao Senhor. Assim, ela experimenta a graça do perdão e do amor de Deus, que acolhe e salva gratuitamente através das palavras e ações de Jesus. A história do credor (7,41-43) ilustra a ação misericordiosa de Deus. Na época, o denário correspondia ao salário de um dia de trabalho (Mt 20,2). O valor alto da dívida, aumentado pelos juros, dificultava o pagamento. Diante do amor infinito do Pai, que envia seu Filho ao mundo para salvar, só resta ao ser humano amar com gratuidade. Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, pois ela mostrou muito amor (7,47). Jesus anunciava a Boa Nova do Reino de Deus, acompanhado dos Doze, certamente de outros discípulos e de mulheres (8,1-3).

No Evangelho deste domingo, Cristo revela a misericórdia infinita de Deus, que acolhe e perdoa sempre. Em cada encontro, em cada celebração, fazemos a experiência da fé e do amor de Deus que nos salva gratuitamente. Como a mulher do evangelho de hoje, somos chamados a expressar nosso amor e ternura de forma gratuita, solidária, sem preconceito.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Oração
Senhor Jesus Cristo,
vosso amor e misericórdia
excedem nossas estreitezas e preconceitos.
Dai-nos vosso Espírito compassivo
e ensinai-nos a manifestar nosso amor
e afeição com gratuidade e generosidade.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Pentecostes

Recebam o Espírito Santo. (Jo 20, 22)

Domingo de Pentecostes: At 2, 1-11; Sl 103 (104); 1Cor 12, 3b-7.12-13; Jo 20, 19-23

A solenidade de Pentecostes que hoje celebramos completa o ciclo Pascal. No Evangelho (Jo 20, 19-23), Jesus ressuscitado aparece no meio dos discípulos amendrontados e os saúda com a saudação da paz. Já não é a paz do mundo, mas a paz do crucificado-ressuscitado que venceu a violência da turtura e da cruz. Após a segunda saudação de paz, Jesus acrescenta, "Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês." Em seguida, Jesus sopra sobre os discípulos e diz, "Recebam o Espírito Santo." Para o autor do evangelho de João Pentecostes acontece aqui, no anoitecer do primeiro dia da semana, dia da ressurreição do Senhor. O sopro de Jesus sobre seus discípulos nos remete ao sopro de Deus na criação do ser humano em Gênesis (cf. Gn 2, 7). A missão do Espírito é recriar o mundo a partir da ressurreição de Jesus Cristo. A comunidade, por sua vez, recebe seu Espírito e é enviada por Jesus ao mundo assim como o Pai o enviou.

Celebrar a festa de Pentecostes é celebrar a vida do Espírito Santo que realiza em nós, pelas nossas palavras e nossas ações, a missão de Jesus. O mesmo Espírito que animou Jesus durante seu ministério, que impulsinou Paulo a evangelizar, sustentou os mártires de ontem e de hoje, dá vida e ânimo aos discípulos missionários de Jesus Cristo que se dedicam ao serviço do Reino.

Em 1968, Atenágoras, patriarca ecumênico de Constantinopla, falou na Assembléia do Conselho Mundial das Igrejas. No seu discurso, o patriarca refletiu sobre Espírito Santo nos seguintes termos:

"Sem o Espírito Santo,
Deus está distante,
o Cristo permanece no passado,
o evangelho uma letra morta,
a Igreja uma simples organização,
a autoridade um poder,
a missão uma propaganda,
o culto um arcaísmo,
e a ação moral uma ação de escravos.

Mas no Espírito Santo,
o cosmos é enobrecido pela geração do Reino,
o Cristo ressuscitado está presente,
o evangelho se faz força do Reino,
a Igreja realiza a comunhão trinitária,
a autoridade se transforma em serviço,
a liturgia é memorial e antecipação,
a ação humana se torna ação de Deus."

Para refletir e partilhar:
1. Como o Espírito Santo atua na sua vida pessoal, na sua comunidade e no mundo?


Vinde, Espírito Santo,
e enchei os corações dos vossos discípulos missionários
com vossos dons;
e acendei neles o amor como um fogo abrasador!
Amém
(Adaptação do refrão da aclamação do evangelho,
solenidade de Pentecostes)





Relembrando a Invocação pela Paz pelo Papa Francisco na tarde de Pentecostes 2014 com os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Palestina, Mahmoud Abbas e Bartolomeu I, patriarca da Igreja Ortodoxa.