18º Dom. Tempo Comum (Ano A): Is 55,1-3; Sl 145(144); Rom 8,35.37-39;
Mateus 14,13-21
A multiplicação dos pães é narrada também pelos outros
evangelistas. Jesus foi de barco para um lugar deserto, afastado, mas as
multidões o seguem. O deserto recorda Deus alimentando o povo de forma
maravilhosa, após a libertação da escravidão no Egito (Ex 16). Jesus é o
Messias enviado para oferecer a salvação, a vida plena: Ao sair do barco, viu
uma grande multidão, encheu-se de compaixão e curou os doentes. Ele compromete
os discípulos com o seu projeto a serviço da vida: Dai-lhes vós mesmos de
comer! Ensina que o pouco compartilhado pode saciar a fome de todos. Cinco pães
e dois peixes têm sentido simbólico, pois 5+2=7, número da perfeição, da
totalidade. Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu, deu
graças, partiu os pães e os deu aos discípulos e eles os distribuíram à
multidão. Todos comeram e ficaram saciados e ainda recolheram doze cestos
cheios com as sobras. Na última ceia, ele repetiu esse gesto como sinal de sua
vida entregue por amor (26,26). Elizeu, quando levou o servo a partilhar os
vinte pães com cem pessoas, profetizou: Comerão e ainda sobrará (2Rs 4,42-44).
O número doze recorda as doze tribos de Israel, os doze apóstolos, ou seja,
todo o povo alimentado por Jesus, que oferece a vida em abundância.
O profeta,
na 1ª leitura, alimenta a esperança dos exilados na Babilônia, o sonho de vida
nova com o retorno a Jerusalém. O povo sofrido, com sede e fome de justiça, é
chamado a retornar para o Senhor a fim de participar da aliança da vida. O
salmista convida a colocar a esperança, o olhar no Senhor, pois ele é cheio de
compaixão e sacia com fartura. A 2ª leitura celebra a realização plena do projeto
do amor de Deus manifestado em Cristo. Assim, nenhuma adversidade pode separar
os que continuam a missão a serviço do Reino.
Diante de uma necessidade há sempre a possibilidade de
um gesto, de uma atitude, ainda que pareça insignificante. Pior seria eximir-se
de qualquer responsabilidade, como queriam os discípulos. O pouco pode se
multiplicar, pode significar uma solução, ainda que momentânea e, quem sabe,
abrir a consciência para saídas permanentes..
(Extraído da Revista de Liturgia)
Para refletir e partilhar:
1. O que Jesus sentiu quando viu a multidão que veio ao seu encontro a pé? O que ele fez?
2. Quando chegou o fim do dia, o que os discípulos disseram a Jesus? O qual foi a reação de Jesus?
3. O discípulos disseram, "Só temos aqui cinco pães e dois peixes". Você teria coragem de repartir o pouco que tem com quem não tem nada? O que a palavra de Jesus exige?
4. O que as palavras de Jesus, tomou, pronunciou a benção, partiu e distribuiu tem a haver com a Eucaristia? Você e sua família têm o costume de fazer estes gestos antes de cada refeição que tomam?
5. Considerando que hoje cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome, como o que as palavras de Jesus dirigida aos discípulos, "Dai-lhes vos mesmos de comer", nos desafiam? O que você e sua comunidade podem fazer para ajudar a erradicar a fome no mundo?
Oração
Ó Deus, tu sustentas as criaturas do universo inteiro, e sempre sacias os
famintos.
Abre nossos corações e nossas mãos para a partilha.
Dá-nos a graça de repartir o que temos e o que somos, nosso tempo e nossa
energia,
para que tua compaixão se estenda a todos os seres do universo
e a tua bondade permaneça em nossa terra de geração em geração.
Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário