Solenidade de
Cristo Rei (Ano C): 2Sm 5,1-3; Sl121(122); Cl 1,12-20; Lc 23, 35-43
O tema do reinado de Cristo aparece no
evangelho de Lucas, com toda a sua força, nas narrativas da morte de Jesus na
cruz, tanto na boca dos soldados que o insultam como no pedido de um dos
ladrões para que se lembre dele no seu reino.
Para Lucas, o reino de Cristo se
inicia realmente na hora da cruz, e dele participa quem é capaz de se converter
e mudar suas opções de vida. Ao contrário do que os soldados pensavam, o reino
de Jesus não se manifesta em prodígios incríveis – como seria se Jesus salvasse
a si mesmo – mas no seu poder de reconciliar a humanidade com Deus através da
cruz, ato supremo do seu amor e serviço aos seus irmãos.
O reinado de Jesus é,
fundamentalmente, a reconciliação da humanidade com Deus, a humanidade
participando da vida de Deus.
Em nossa celebração, proclamamos
Jesus como o rei que venceu a violência pelo
amor e pela não-violência. Pela força amorosa do Espírito que prolonga
na Igreja a sua memória, somos transfigurados de nossas idéias triunfalistas
para abraçarmos com toda a ternura do coração a sua vida em nós e a missão que
ele nos confia.
(Extraído do Dia do Senhor)
Oração
Deus da vida,
tu quiseste reunir e reconciliar toda a tua criação no teu filho Jesus,
a quem proclamamos amigo e servidor dos pobres,
Senhor do universo e da história.
Escuta nossas preces
e concede a todas as criaturas, libertas de toda escravidão,
a graça de servir ao teu reino
e glorificar sempre teu nome santo,
bendito pelos séculos dos séculos.
Amém.
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Formação: Catequese com Jovens e Adultos
Parte II: Êxodo
Cantem a Javé, pois sua vitória é sublime:
ele atirou no mar carros e cavalos. (Ex 15, 21)
Muitos estudiosos acreditam que estes dois versos formam um dos textos mais
antigos da bíblia, celebrando a libertação dos hebreus da opressão egípcia.
Esta história é contada no livro do Êxodo e recontada inúmeras vezes no Antigo
e Novo Testamento.
Até hoje, cantamos este hino antigo no Sábado Santo (Vigília
Pascal), quando celebramos a vitória de Jesus Cristo sobre as forças da
opressão e da morte.
Ouça aqui uma versão deste hino antigo e veja a letra logo abaixo:
Cântigo de Míriam e
Moisés (Zé Vicente)
Minha força e meu canto é o Senhor!
Salvação ele se fez para mim!
Cantemos a Deus que nos libertou
das mãos do inimigo dos pés do opressor!
Cantemos a Deus que nos libertou.
Cavalosa carros no mar afogou!
Cantemos a Deus que nos libertou.
Soldados e chefes vencidos deixou!
Cantemos a Deus que nos libertou.
No longo deserto com a gente ele andou!
Cantemos a Deus que nos libertou.
Na fome e na sede nos alimentou!
Cantemos a Deus que nos libertou.
A lei da justiça pra nós ensinou!
Cantemos a Deus que nos libertou.
A terra bendita a nós entregou!
DEUS LIBERTA E FORMA SEU POVO
A palavra êxodo significa saída. O livro tem esse nome porque começa narrando como os hebreus saíram da terra do Egito, onde eram escravos. O acontecimento se deu por volta do ano 1250 a.C.
Quem desconhece a mensagem do Êxodo jamais entenderá o sentido de toda a Bíblia, pois está fundamentada nesse livro a idéia que se tem de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento. De fato, a mensagem central do Êxodo é a revelação do nome do Deus verdadeiro: JAVÉ. Embora de origem discutida, esse nome no Êxodo está intimamente ligado à libertação do povo hebreu. Javé é o único Deus que ouve o clamor do povo oprimido e o liberta, para estabelecer com ele uma aliança e lhe dar leis que transformem as relações entre as pessoas. Daí surge uma comunidade em que são asseguradas vida, liberdade e dignidade. Essa aliança é afirmada em duas formas: princípios de vida (Decálogo) que orientam o povo para um ideal de sociedade, e leis (Código da Aliança) que têm por finalidade conduzir o povo a uma prática desse ideal nos vários contextos históricos. Desse modo, o homem só é capaz de nomear o verdadeiro Deus quando o considera de fato como o libertador de qualquer forma de escravidão, e quando o mesmo homem se põe a serviço da libertação em todos os níveis da própria vida. Somente Javé é digno de adoração. Qualquer outro deus é ídolo, e deve ser rejeitado. Percebemos aí um convite a escolher entre o Deus verdadeiro e os ídolos. Tal escolha é decisiva: ou viver na liberdade, ou cultuar e servir à opressão e exploração.
Os capítulos 25-31 e 35-40 foram acrescentados por sacerdotes após o exílio na Babilônia. Eles procuravam com isso dar uma identidade religiosa ao povo que não tinha identidade política nenhuma durante a dominação persa.
A pergunta fundamental do Êxodo é: «Qual é o verdadeiro Deus?» A resposta que aí encontramos é a mesma que reaparece em toda a Bíblia, e principalmente na pregação, atividade e pessoa de Jesus. Por isso, o livro do Êxodo é de suma importância para entendermos o que significa Jesus como Filho de Deus e para sabermos o que é o Reino de Deus. Sem o êxodo a Bíblia perderia o seu ponto de partida, que nos leva a Jesus Cristo, a fim de construirmos com ele o Reino e sua justiça.
(Bíblia - Edição Pastoral)
Leiam na Bíblia: Êxodo 1-3; 14-15.
E você, já experimentou o poder libertador de Deus?
Quais são as causas da opressão que vemos no mundo de hoje?
Como Deus continua a libertar e salvar?
Ouça abaixo Carlos Mesters falando sobre a importância do canto na bíblia.
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