32º Dom Tempo
Comum (Ano C): Sabedoria 11,22-12,2;
Salmo 145; 2 Tess 1,11-2,2; Lucas 19,1-10.
Cerca de duzentos anos antes de
Cristo, a partir da revolta dos Macabeus, formou-se em Israel a fé de que os
justos ressuscitariam, enquanto os ímpios seriam esquecidos. Era uma convicção muito difundida, da qual os
saduceus, a aristocracia sacerdotal, preocupados com a manutenção de seus
privilégios e resistentes à qualquer inovação, não partilhavam. Para enfraquecer a influência de Jesus,
apresentam um caso, baseado numa tradição de Israel – a lei do levirato (Dt 25,
5-10); quando um homem morre sem deixar filhos, seu irmão deve tomar sua mulher
para dar descendência ao falecido.
A resposta de Jesus é clara: não se
pode aplicar para vida de Deus as mesmas leis que regem as instituições e
costumes humanos. Os saduceus estão
equivocados em sua repreensão sobre a ressurreição, pois esta não é uma
repetição desta vida daqui, mas uma realidade completamente nova, ultrapassando
as leis biológicas e psíquicas agora existentes, atingindo a própria realidade
da vida de Deus.
A fé na ressurreição não é uma
crença intelectual sobre o que vai acontencer depois da morte, mas um modo de
viver a própria vida presente que nos faz, como ensinava o apóstolo Paulo aos
romanos, não nos conformarmos às estruturas deste mundo, mas nos transformarmos
pela renovação do coração e da mente.
(Extraído do Dia do Senhor)
Oração
Ó Deus, criador da vida e protetor dos vivos.
Renova a nossa fé e ajuda-nos a trabalhar com perseverança para construir,
aqui na terra, o reino de justiça que aguardamos.
Atende-nos, ó nosso Deus, em nome de Jesus, nosso Senhor.
Amém.
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Formação: Catequese com Jovens e Adultos
Para refletir e partilhar:
1. O que mais chamou a sua atenção sobre o Ano Litúrgico? Partilhe.
2. Com a relação entre a natureza, cultura (música etc) e o Ano Litúrgico?
3. Você acha que o Ano Litúrgico ajuda você e a sua comunidade a viver melhor o mistério da vida de Jesus Cristo? Como?
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Formação: Catequese com Jovens e Adultos
Tema I: Ano Litúrgico
Veja o vídeo abaixo que fala sobre a música e o tempo litúrgico.
Eis aqui um texto mais detalhado sobre o Ano Litúgico (extraído do Guia Litúrgico Pastoral, CNBB):
I - O ANO LITÚRGICO
A
liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo
fun-damental da nossa fé, celebramos o Ano Litúrgico que foi se organizando
para manter viva a memória do Ressuscitado na vida de cada pessoa e de cada
comunidade.
O
Ano Litúrgico “revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a
encarnação e nascimento até a ascensão, ao pentecostes e a expectativa da feliz esperan-ça da vinda do
Senhor” (SC 102). Ele assim nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a
vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo, presente e
operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos (cf. NALC1).
Em
síntese, através do Ano Litúrgico, os fiéis fazem a experiência de se
configu-rar ao seu Senhor e dele aprenderem a viver “os seus sentimentos” (cf.
Fl 2,5).
1. A Liturgia nos ritmos do tempo
O
Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova a
lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e
especial eficácia para alimentar a vida cristã . Por isso, o Ano Litúrgico é
sacramento e, as-sim, torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do
tempo.
Como
a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da
ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória
do mis-tério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário,
alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal,
alternando trabalho e descanso, ação e celebra-ção; o ritmo anual, alternando o
ciclo das estações e a sucessão dos anos.
1.1
- O ritmo diário
O anoitecer e o amanhecer são dois
momentos que marcam o dia da comu-nidade cristã. A Igreja celebra a memória da
páscoa de Jesus na oração da tarde (véspe-ras) e na oração da manhã (laudes).
Pelo Ofício Divino, o povo de Deus
faz memória de Jesus Cristo nas horas do dia, acompanhando o caminho do sol,
símbolo de Cristo - daí o nome “Liturgia das Ho-ras”. De tarde, o sol poente
evoca o mistério da morte, na esperança da ressurreição. De manhã, o sol
nascente evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De
noite, nas vigílias, principalmente na de sábado à noite, que inicia o domingo,
dia da res-surreição, celebramos em espera vigilante o mistério da volta do
Senhor. Em algum outro momento do dia ou da noite, rezamos o “Ofício das
Leituras”. E, em qualquer hora do dia, celebramos a Eucaristia, que abrange a totalidade do tempo.
Com
hinos, salmos e cânticos bíblicos, com leituras próprias, com preces de louvor
e de súpli-ca, celebramos o mistério pascal do Cristo. Como toda a liturgia, o
Ofício acompanha o Ano Litúrgico, expressa nosso caminhar pascal, do nascimento
à morte e ressurreição, do advento à segunda vinda gloriosa de Cristo.
Como
oração do povo de Deus, verdadeira ação litúrgica, o Ofício Divino é excelente
escola e referência fundamental para nossa oração individual. Os ministros ordenados e religiosos assumem publicamente
o compromisso de celebrarem a Liturgia das Horas nas principais horas do dia.
Os fiéis leigos também são convidados a celebrá-la, individual ou
comunitariamente. Podem fazê-lo seguindo o roteiro simples e adaptado proposto
pelo Ofício Divino das Comunidades, que conserva a teologia e a estrutura da
Liturgia das Horas.
Incentivem-se também outras formas
de oração comunitária da Igreja, por exemplo, Ofícios Breves adaptados,
Celebrações da Palavra de Deus, Horas Santas, La-dainhas, Ângelus, Via-Sacra e
Rosário comunitário.
Precisamente falando, “o dia
litúrgico se estende da meia-noite à meia-noite. A celebração do domingo e das
solenidades começa, porém, com as Vésperas do dia precedente” (NALC 3).
1.2
- O ritmo semanal
O ritmo semanal é marcado pelo
domingo, o dia em que o Senhor se mani-festou ressuscitado (cf. Mc 16,2; Lc
24,1; Mt 28,1; Jo 20,1).
A
história do domingo nasce na cruz e na ressurreição de Jesus. No primeiro dia
da semana, quando as mulheres foram para embalsamar seu corpo, já não o
encontraram mais. Neste dia, ele apareceu vivo a vários dos discípulos,
sozinhos, ou reunidos; comeu e bebeu com eles e falou-lhes do Reino de Deus e
da missão que tinham que levar adian-te (Mt, 28,5-9; Lc 24,13-49; Mc 16,14; Jo
20,11-18; 20,24-29; Ap 1,10). O dia de Pente-costes, vinda do Espírito Santo,
também aconteceu no domingo (At 2,1-11).
“No primeiro dia de cada semana, que
é chamado dia do Senhor ou domin-go, a Igreja, por uma tradição apostólica que
tem origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério pascal.
Por isso, o domingo deve ser tido como o principal dia de festa” (NALC 4).
O domingo, conforme rezamos no
Prefácio IX dos domingos do Tempo Co-mum, é o dia em que a família de Deus se
reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a
ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade
inteira repousará diante do Pai”.
João Paulo II, na Carta Apostólica
sobre o domingo (Dies Domini), apresenta as cinco características deste dia:
Dia do Senhor, Dia de Cristo, Dia da Igreja, Dia do Ho-mem e Dia dos Dias. O mesmo Papa nos pede, na Carta Apostólica
Mane Nobiscum Domine, que demos “uma atenção ainda maior à missa dominical,
como celebração na qual a comunidade paroquial se reencontra em coro, vendo
comumente participantes também os vários grupos, movimentos, associações nela
presentes” (MND 23).
“Por causa de sua especial
importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e festas do
Senhor. Os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa gozam de precedência
sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As sole-nidades que
ocorrem nestes domingos sejam antecipadas para sábado”(NALC 5).
O domingo exclui, por sua natureza
própria, a fixação definitiva de qualquer outra celebração. São exceções
somente as festas da Sagrada Família, do Batismo do Senhor, da Santíssima
Trindade, de Jesus Cristo Rei do Universo, a comemoração de todos os fiéis
defuntos, e, no Brasil, as solenidades de S. Pedro e S. Paulo, da Assunção de
Nossa Senhora e de Todos os Santos.
Os dias que seguem o domingo,
chamados dias de semana ou férias, cele-bram-se de diversos modos, segundo a
importância própria (cf. NALC 16). Para não repe-tir as missas do domingo, é
conveniente que, no Tempo Comum e não havendo celebra-ção especial, se utilizem nesses dias também os formulários
das Missas votivas e para diversas circunstâncias.
1.3
- O ritmo anual
“Através
do ciclo anual a Igreja comemora todo o mistério de Cristo, da encarna-ção ao dia
de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor” (NALC 17). Este ciclo anual tem
um centro, fonte e cume, que é a solenidade da Páscoa. “A solenidade da Páscoa
goza no ano litúrgico a mesma culminância do domingo em relação à semana” (NALC
18).
O ritmo do Ano Litúrgico compreende:
a) Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição
do Senhor - da Missa vesper-tina na Ceia do Senhor até as vésperas do domingo
da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a
Ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da
perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando morrendo
destruiu a nossa morte e ressusci-tando renovou a vida” (NALC 18).
b) Tempo Pascal - os 50 dias entre o
domingo da Ressurreição e o do-mingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da
exultação, um só dia de festa, “um grande domingo” (cf. NALC 22). São dias de
Páscoa e não após a Páscoa. “Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a
oitava da Páscoa e são cele-brados como solenidades do Senhor” (NALC 24). A
festa da Ascensão é cele-brada no Brasil no 7o domingo da Páscoa. A semana
seguinte, até Pentecostes, caracteriza-se pela preparação à celebração da vinda
do Espírito Santo. Em sintonia com as outras Igrejas cristãs, no Brasil,
realizamos nesta semana a “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”.
Recomendam-se para esta ocasião orações durante a missa, sobretudo na oração
dos fiéis, e oportuna-mente a celebração da missa votiva pela unidade da Igreja
(cf. Dir. Ecum., n. 22 e 24).
c) Tempo da Quaresma - da 4a feira de
Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a
celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica
esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança
ou preparação do Batis-mo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
freqüência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
d) Tempo do Natal - das primeiras vésperas
do Natal do Senhor ao do-mingo depois da Epifania ou ao domingo depois do dia
06 de janeiro, inclusive. É a comemoração do nascimento do Senhor, em que
celebramos a “troca de dons entre o céu e a terra”, pedindo que possamos
“participar da divindade da-quele que uniu ao Pai a nossa humanidade” . Na
Epifania, celebramos a mani-festação de Jesus Cristo, Filho de Deus, “luz para
iluminar todos os povos no caminho da salvação” .
e) Tempo do Advento - das primeiras
vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica
mais próximo, até as primeiras vésperas do Natal do Senhor. “O tempo do Advento possui dupla
característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em
que se co-memora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um
tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a
expec-tativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo
motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre
expectati-va” (NALC 39).
f) Tempo Comum - começa no dia seguinte à
celebração da festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes
da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de
Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1o. domingo do Advento
(cf. NALC 44). A tônica dos 33 (ou 34) domingos é dada pela leitura contínua do
Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado nos coloca no seguimento de Jesus
Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos
fins dos tem-pos. Neste tempo, temos também as festas do Senhor e a comemoração
das testemunhas do mistério pascal (Maria, Apóstolos e Evangelistas, demais
San-tos e Santas).
g) As Rogações e as Quatro Têmporas - em
cada estação do ano, a Igreja dedica um ou vários dias de preces, jejuns e
penitência para rogar ao Se-nhor por diversas necessidades, principalmente
pelos frutos da terra e pelo tra-balho humano, e render-lhe graças publicamente
(cf. NALC 45). Estas celebra-ções têm origem nas festas de semeadura e nas
festas de colheita. Apesar de sua origem agrária, elas não deixam de ter
sentido nos tempos atuais, por cau-sa da crescente consciência ecológica do
mundo moderno. Conforme decisão da CNBB, na sua XII Assembléia Geral, em 1971,
a regulamentação da cele-bração das Têmporas e Rogações fica a critério dos
Conselhos Episcopais Re-gionais. Para tais celebrações, pode-se escolher as
mais adequadas entre as Missas para diversas circunstâncias.
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