domingo, 8 de dezembro de 2013

Convertei-vos.

2º Dom Advento (Ano A): Isaías 11, 1-10, Salmo 72; Romanos 15, 4-9; Mateus 3, 1-12.
As palavras de João retomavam as advertências dos profetas, usando imagens como a da fogueira que queima e limpa tudo e a do machado que corta as árvores. Escolhe uma citação do profeta do retorno (Is 40,3) ou seja, do segundo êxodo. João tem um aspecto de asceta como o grande profeta Elias em 2Rs 1,8, cuja volta a comunidade judaica espera até o dia de hoje como sinal do Messias (cf. Mt 11,15).
João goza de credibilidade de um profeta. Por seu estilo de vida e por sua atividade devidamente reconhecida, atraiu o povo. A ele vinham as autoridades religiosas e sociais de Israel. João se  dirige a todos: judeus e não judeus, pobres e ricos... Pede conversão e justiça. Exige arrependimento, confissão pública e a conversão como fruto. Mas João não se considera a realização das promessas e as aponta no que “virá depois”.  O êxodo, o deserto e o mar Vermelho apontam para a páscoa que vai se realizar em Jesus. Jesus foi discípulo de João, recebeu dele a formação de profeta e é ele o cumprimento de todas as promessas.
João acolhe e batiza o povo como sinal de abertura à vinda do Senhor.  Ao mesmo tempo, desmascara os ouvintes impenitentes que não estão dispostos a uma mudança de vida. O papel do Batista é apontar o caminho da conversão. Ele tem consciência de ser apenas a voz que clama no deserto. Por isso, o apelo deste segundo domingo do advento é: "Preparai os caminhos do Senhor".
A nossa conversão não é uma condição para que Deus venha. O Senhor vem independentemente da nossa conversão e a sua chegada é tão certa como a aurora. Nossa conversão é sinal de que estamos abrindo os braços para a sua vinda. Por isso, na celebração deste domingo, ao acender a vela da coroa, deixemo-nos iluminar pela alegria da sua chegada, e que o Senhor mesmo nos purifique com o batismo do Espírito e do fogo.
(Extraído do Dia do Senhor)
Oração

Deus das misericórdias, liberta-nos de tudo o que pode impedir
e atrapalhar nossa intimidade e comunhão
com o Cristo que vem ao nosso encontro.
Tua sabedoria nos conduza e guie,
para que participemos plenamente da vida que veio nos dar.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado!

Solenidade de Cristo Rei (Ano C): 2Sm 5,1-3; Sl121(122); Cl 1,12-20; Lc 23, 35-43


O tema do reinado de Cristo aparece no evangelho de Lucas, com toda a sua força, nas narrativas da morte de Jesus na cruz, tanto na boca dos soldados que o insultam como no pedido de um dos ladrões para que se lembre dele no seu reino.

Para Lucas, o reino de Cristo se inicia realmente na hora da cruz, e dele participa quem é capaz de se converter e mudar suas opções de vida. Ao contrário do que os soldados pensavam, o reino de Jesus não se manifesta em prodígios incríveis – como seria se Jesus salvasse a si mesmo – mas no seu poder de reconciliar a humanidade com Deus através da cruz, ato supremo do seu amor e serviço aos seus irmãos.

O reinado de Jesus é, fundamentalmente, a reconciliação da humanidade com Deus, a humanidade participando da vida de Deus.

Em nossa celebração, proclamamos Jesus como o rei que venceu a violência pelo  amor e pela não-violência. Pela força amorosa do Espírito que prolonga na Igreja a sua memória, somos transfigurados de nossas idéias triunfalistas para abraçarmos com toda a ternura do coração a sua vida em nós e a missão que ele nos confia.

(Extraído do Dia do Senhor)
Oração

Deus da vida,
tu quiseste reunir e reconciliar toda a tua criação no teu filho Jesus,
a quem proclamamos amigo e servidor dos pobres,
Senhor do universo e da história.
Escuta nossas preces
e concede a todas as criaturas, libertas de toda escravidão,
a graça de servir ao teu reino
e glorificar sempre teu nome santo,
bendito pelos séculos dos séculos. 
Amém.


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Formação: Catequese com Jovens e Adultos

Parte II: Êxodo

Cantem a Javé, pois sua vitória é sublime:
ele atirou no mar carros e cavalos. (Ex 15, 21)

Muitos estudiosos acreditam que estes dois versos formam um dos textos mais antigos da bíblia, celebrando a libertação dos hebreus da opressão egípcia. Esta história é contada no livro do Êxodo e recontada inúmeras vezes no Antigo e Novo Testamento.

Até hoje, cantamos este hino antigo no Sábado Santo (Vigília Pascal), quando celebramos a vitória de Jesus Cristo sobre as forças da opressão e da morte.


Ouça aqui uma versão deste hino antigo e veja a letra logo abaixo:




Cântigo de Míriam e Moisés (Zé Vicente)

Minha força e meu canto é o Senhor!
Salvação ele se fez para mim!

Cantemos a Deus que nos libertou
das mãos do inimigo dos pés do opressor!

Cantemos a Deus que nos libertou.
Cavalosa carros no mar afogou!

Cantemos a Deus que nos libertou.
Soldados e chefes vencidos deixou!

Cantemos a Deus que nos libertou.
No longo deserto com a gente ele andou!

Cantemos a Deus que nos libertou.
Na fome e na sede nos alimentou!

Cantemos a Deus que nos libertou.
A lei da justiça pra nós ensinou!

Cantemos a Deus que nos libertou.
A terra bendita a nós entregou!


DEUS LIBERTA E FORMA SEU POVO

A palavra êxodo significa saída. O livro tem esse nome porque começa narrando como os hebreus saíram da terra do Egito, onde eram escravos. O acontecimento se deu por volta do ano 1250 a.C.

Quem desconhece a mensagem do Êxodo jamais entenderá o sentido de toda a Bíblia, pois está fundamentada nesse livro a idéia que se tem de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento. De fato, a mensagem central do Êxodo é a revelação do nome do Deus verdadeiro: JAVÉ. Embora de origem discutida, esse nome no Êxodo está intimamente ligado à libertação do povo hebreu. Javé é o único Deus que ouve o clamor do povo oprimido e o liberta, para estabelecer com ele uma aliança e lhe dar leis que transformem as relações entre as pessoas. Daí surge uma comunidade em que são asseguradas vida, liberdade e dignidade. Essa aliança é afirmada em duas formas: princípios de vida (Decálogo) que orientam o povo para um ideal de sociedade, e leis (Código da Aliança) que têm por finalidade conduzir o povo a uma prática desse ideal nos vários contextos históricos. Desse modo, o homem só é capaz de nomear o verdadeiro Deus quando o considera de fato como o libertador de qualquer forma de escravidão, e quando o mesmo homem se põe a serviço da libertação em todos os níveis da própria vida. Somente Javé é digno de adoração. Qualquer outro deus é ídolo, e deve ser rejeitado. Percebemos aí um convite a escolher entre o Deus verdadeiro e os ídolos. Tal escolha é decisiva: ou viver na liberdade, ou cultuar e servir à opressão e exploração.

Os capítulos 25-31 e 35-40 foram acrescentados por sacerdotes após o exílio na Babilônia. Eles procuravam com isso dar uma identidade religiosa ao povo que não tinha identidade política nenhuma durante a dominação persa.

A pergunta fundamental do Êxodo é: «Qual é o verdadeiro Deus?» A resposta que aí encontramos é a mesma que reaparece em toda a Bíblia, e principalmente na pregação, atividade e pessoa de Jesus. Por isso, o livro do Êxodo é de suma importância para entendermos o que significa Jesus como Filho de Deus e para sabermos o que é o Reino de Deus. Sem o êxodo a Bíblia perderia o seu ponto de partida, que nos leva a Jesus Cristo, a fim de construirmos com ele o Reino e sua justiça.

(Bíblia - Edição Pastoral)
Leiam na Bíblia: Êxodo 1-3; 14-15.

E você, já experimentou o poder libertador de Deus?
Quais são as causas da opressão que vemos no mundo de hoje?
Como Deus continua a libertar e salvar?

Ouça abaixo Carlos Mesters falando sobre a importância do canto na bíblia. 




domingo, 10 de novembro de 2013

Deus não é Deus de mortos, mas de vivos!


32º Dom Tempo Comum (Ano C): Sabedoria 11,22-12,2; Salmo 145; 2 Tess 1,11-2,2; Lucas 19,1-10.


Cerca de duzentos anos antes de Cristo, a partir da revolta dos Macabeus, formou-se em Israel a fé de que os justos ressuscitariam, enquanto os ímpios seriam esquecidos.  Era uma convicção muito difundida, da qual os saduceus, a aristocracia sacerdotal, preocupados com a manutenção de seus privilégios e resistentes à qualquer inovação, não partilhavam.  Para enfraquecer a influência de Jesus, apresentam um caso, baseado numa tradição de Israel – a lei do levirato (Dt 25, 5-10); quando um homem morre sem deixar filhos, seu irmão deve tomar sua mulher para dar descendência ao falecido.

A resposta de Jesus é clara: não se pode aplicar para vida de Deus as mesmas leis que regem as instituições e costumes humanos.  Os saduceus estão equivocados em sua repreensão sobre a ressurreição, pois esta não é uma repetição desta vida daqui, mas uma realidade completamente nova, ultrapassando as leis biológicas e psíquicas agora existentes, atingindo a própria realidade da vida de Deus.

A fé na ressurreição não é uma crença intelectual sobre o que vai acontencer depois da morte, mas um modo de viver a própria vida presente que nos faz, como ensinava o apóstolo Paulo aos romanos, não nos conformarmos às estruturas deste mundo, mas nos transformarmos pela renovação do coração e da mente.

(Extraído do Dia do Senhor)
Oração

Ó Deus, criador da vida e protetor dos vivos.
Renova a nossa fé e ajuda-nos a trabalhar com perseverança para construir,
aqui na terra, o reino de justiça que aguardamos.
Atende-nos, ó nosso Deus, em nome de Jesus, nosso Senhor.
Amém.

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Formação: Catequese com Jovens e Adultos


Tema I: Ano Litúrgico

Veja o vídeo abaixo que fala sobre a música e o tempo litúrgico. 




Eis aqui um texto mais detalhado sobre o Ano Litúgico (extraído do Guia Litúrgico Pastoral, CNBB):

I - O ANO LITÚRGICO

A liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo fun-damental da nossa fé, celebramos o Ano Litúrgico que foi se organizando para manter viva a memória do Ressuscitado na vida de cada pessoa e de cada comunidade.

O Ano Litúrgico “revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até a ascensão, ao pentecostes e a  expectativa da feliz esperan-ça da vinda do Senhor” (SC 102). Ele assim nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo, presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos (cf. NALC1).
Em síntese, através do Ano Litúrgico, os fiéis fazem a experiência de se configu-rar ao seu Senhor e dele aprenderem a viver “os seus sentimentos” (cf. Fl 2,5).

1.         A Liturgia nos ritmos do tempo

O Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova a lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã . Por isso, o Ano Litúrgico é sacramento e, as-sim, torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo.
Como a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do mis-tério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário, alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebra-ção; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos.

1.1 - O ritmo diário

            O anoitecer e o amanhecer são dois momentos que marcam o dia da comu-nidade cristã. A Igreja celebra a memória da páscoa de Jesus na oração da tarde (véspe-ras) e na oração da manhã (laudes).
            Pelo Ofício Divino, o povo de Deus faz memória de Jesus Cristo nas horas do dia, acompanhando o caminho do sol, símbolo de Cristo - daí o nome “Liturgia das Ho-ras”. De tarde, o sol poente evoca o mistério da morte, na esperança da ressurreição. De manhã, o sol nascente evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De noite, nas vigílias, principalmente na de sábado à noite, que inicia o domingo, dia da res-surreição, celebramos em espera vigilante o mistério da volta do Senhor. Em algum outro momento do dia ou da noite, rezamos o “Ofício das Leituras”. E, em qualquer hora do dia, celebramos  a Eucaristia, que abrange a totalidade do tempo.
Com hinos, salmos e cânticos bíblicos, com leituras próprias, com preces de louvor e de súpli-ca, celebramos o mistério pascal do Cristo. Como toda a liturgia, o Ofício acompanha o Ano Litúrgico, expressa nosso caminhar pascal, do nascimento à morte e ressurreição, do advento à segunda vinda gloriosa de Cristo.
Como oração do povo de Deus, verdadeira ação litúrgica, o Ofício Divino é excelente escola e referência fundamental para nossa oração individual.  Os ministros ordenados e religiosos assumem publicamente o compromisso de celebrarem a Liturgia das Horas nas principais horas do dia. Os fiéis leigos também são convidados a celebrá-la, individual ou comunitariamente. Podem fazê-lo seguindo o roteiro simples e adaptado proposto pelo Ofício Divino das Comunidades, que conserva a teologia e a estrutura da Liturgia das Horas.
            Incentivem-se também outras formas de oração comunitária da Igreja, por exemplo, Ofícios Breves adaptados, Celebrações da Palavra de Deus, Horas Santas, La-dainhas, Ângelus, Via-Sacra e Rosário comunitário.
            Precisamente falando, “o dia litúrgico se estende da meia-noite à meia-noite. A celebração do domingo e das solenidades começa, porém, com as Vésperas do dia precedente” (NALC 3).

1.2 - O ritmo semanal

            O ritmo semanal é marcado pelo domingo, o dia em que o Senhor se mani-festou ressuscitado (cf. Mc 16,2; Lc 24,1; Mt 28,1; Jo 20,1).
A história do domingo nasce na cruz e na ressurreição de Jesus. No primeiro dia da semana, quando as mulheres foram para embalsamar seu corpo, já não o encontraram mais. Neste dia, ele apareceu vivo a vários dos discípulos, sozinhos, ou reunidos; comeu e bebeu com eles e falou-lhes do Reino de Deus e da missão que tinham que levar adian-te (Mt, 28,5-9; Lc 24,13-49; Mc 16,14; Jo 20,11-18; 20,24-29; Ap 1,10). O dia de Pente-costes, vinda do Espírito Santo, também aconteceu no domingo (At 2,1-11).
            “No primeiro dia de cada semana, que é chamado dia do Senhor ou domin-go, a Igreja, por uma tradição apostólica que tem origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério pascal. Por isso, o domingo deve ser tido como o principal dia de festa” (NALC 4).
            O domingo, conforme rezamos no Prefácio IX dos domingos do Tempo Co-mum, é o dia em que a família de Deus se reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousará diante do Pai”.
            João Paulo II, na Carta Apostólica sobre o domingo (Dies Domini), apresenta as cinco características deste dia: Dia do Senhor, Dia de Cristo, Dia da Igreja, Dia do Ho-mem e Dia dos Dias.  O mesmo Papa nos pede, na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, que demos “uma atenção ainda maior à missa dominical, como celebração na qual a comunidade paroquial se reencontra em coro, vendo comumente participantes também os vários grupos, movimentos, associações nela presentes” (MND 23).
            “Por causa de sua especial importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e festas do Senhor. Os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa gozam de precedência sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As sole-nidades que ocorrem nestes domingos sejam antecipadas para sábado”(NALC 5).
            O domingo exclui, por sua natureza própria, a fixação definitiva de qualquer outra celebração. São exceções somente as festas da Sagrada Família, do Batismo do Senhor, da Santíssima Trindade, de Jesus Cristo Rei do Universo, a comemoração de todos os fiéis defuntos, e, no Brasil, as solenidades de S. Pedro e S. Paulo, da Assunção de Nossa Senhora e de Todos os Santos.
            Os dias que seguem o domingo, chamados dias de semana ou férias, cele-bram-se de diversos modos, segundo a importância própria (cf. NALC 16). Para não repe-tir as missas do domingo, é conveniente que, no Tempo Comum e não havendo celebra-ção especial,  se utilizem nesses dias também os formulários das Missas votivas e para diversas circunstâncias.
           



1.3 - O ritmo anual
                         
“Através do ciclo anual a Igreja comemora todo o mistério de Cristo, da encarna-ção ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor” (NALC 17). Este ciclo anual tem um centro, fonte e cume, que é a solenidade da Páscoa. “A solenidade da Páscoa goza no ano litúrgico a mesma culminância do domingo em relação à semana” (NALC 18).
            O ritmo do Ano Litúrgico compreende:

a)        Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor - da Missa vesper-tina na Ceia do Senhor até as vésperas do domingo da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando morrendo destruiu a nossa morte e ressusci-tando renovou a vida” (NALC 18).

b)        Tempo Pascal - os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o do-mingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, “um grande domingo” (cf. NALC 22). São dias de Páscoa e não após a Páscoa. “Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa e são cele-brados como solenidades do Senhor” (NALC 24). A festa da Ascensão é cele-brada no Brasil no 7o domingo da Páscoa. A semana seguinte, até Pentecostes, caracteriza-se pela preparação à celebração da vinda do Espírito Santo. Em sintonia com as outras Igrejas cristãs, no Brasil, realizamos nesta semana a “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”. Recomendam-se para esta ocasião orações durante a missa, sobretudo na oração dos fiéis, e oportuna-mente a celebração da missa votiva pela unidade da Igreja (cf. Dir. Ecum., n. 22 e 24).

c)         Tempo da Quaresma - da 4a feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batis-mo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais freqüência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC 109). 

d)        Tempo do Natal - das primeiras vésperas do Natal do Senhor ao do-mingo depois da Epifania ou ao domingo depois do dia 06 de janeiro, inclusive. É a comemoração do nascimento do Senhor, em que celebramos a “troca de dons entre o céu e a terra”, pedindo que possamos “participar da divindade da-quele que uniu ao Pai a nossa humanidade” . Na Epifania, celebramos a mani-festação de Jesus Cristo, Filho de Deus, “luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação” .

e)        Tempo do Advento - das primeiras vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, até as primeiras vésperas do Natal do Senhor.  “O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se co-memora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expec-tativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectati-va” (NALC 39).

f)         Tempo Comum - começa no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1o. domingo do Advento (cf. NALC 44). A tônica dos 33 (ou 34) domingos é dada pela leitura contínua do Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado nos coloca no seguimento de Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tem-pos. Neste tempo, temos também as festas do Senhor e a comemoração das testemunhas do mistério pascal (Maria, Apóstolos e Evangelistas, demais San-tos e Santas).

g)        As Rogações e as Quatro Têmporas - em cada estação do ano, a Igreja dedica um ou vários dias de preces, jejuns e penitência para rogar ao Se-nhor por diversas necessidades, principalmente pelos frutos da terra e pelo tra-balho humano, e render-lhe graças publicamente (cf. NALC 45). Estas celebra-ções têm origem nas festas de semeadura e nas festas de colheita. Apesar de sua origem agrária, elas não deixam de ter sentido nos tempos atuais, por cau-sa da crescente consciência ecológica do mundo moderno. Conforme decisão da CNBB, na sua XII Assembléia Geral, em 1971, a regulamentação da cele-bração das Têmporas e Rogações fica a critério dos Conselhos Episcopais Re-gionais. Para tais celebrações, pode-se escolher as mais adequadas entre as Missas para diversas circunstâncias.


Para refletir e partilhar:
1. O que mais chamou a sua atenção sobre o Ano Litúrgico?  Partilhe.
2. Com a relação entre a natureza, cultura (música etc) e o Ano Litúrgico?
3. Você acha que o Ano Litúrgico ajuda você e a sua comunidade a viver melhor o mistério da vida de Jesus Cristo? Como?