sábado, 25 de junho de 2011

Eu sou o pão vivo descido do céu.

Corpus Christi (Ano A): Dt 8, 2-3.14b-16a;Sl 147 (147B); 1Cor 10, 16-17; Jo 6, 51-58


O evangelho de Corpus Christi é o final do “sermão do Pão da Vida” segundo o Evangelho de João. Depois da multiplicação dos pães, Jesus explicou o sentido do “sinal” que acabou de fazer: ele mesmo é “o pão que desce do céu” como presente de Deus à humanidade (Jo 6,26-50). E, no fim de seu discurso, explicou um sentido mais profundo ainda desse mesmo “sinal”: o sentido que celebramos na eucaristia (6,51-58). Depois de ter explicado ser o verdadeiro maná (cf. I leitura), Jesus pede que também seja tomado como alimento, em todos os sentidos: não só como alimento espiritual (alimentar-se de sua palavra, de seu mandamento e do exemplo de sua vida), mas também como alimento físico, no gesto sacramental. (No texto grego de Jo 6,54 está que devemos “mastigar” sua carne e beber seu sangue. Maior realismo dificilmente se imagina!)

Esse ensinamento, só podem entendê-lo os que têm o Espírito (6,63), os que receberam o “prometido” da Última Ceia e continuam celebrando essa ceia como realização da ordem que Cristo nos legou. Alimentamo-nos de Cristo não somente escutando sua palavra, mas recebendo o dom de sua “carne” (= vida humana) e “sangue” (= morte violenta) dados “para a vida do mundo” (v. 51). Tomando o pão e o vinho da eucaristia, recebemos Jesus como verdadeiro alimento e bebida. A sua vida, dada para a vida do mundo, até a efusão de seu sangue, torna-se nossa vida, para a eternidade. (...)

Celebrar é tornar presente. Receber o pão e o vinho da eucaristia significa assumir em nós mesmos a vida dada por Jesus até morrer para todos nós, em corpo e sangue. Significa “comunhão” com essa vida, viver do mesmo jeito. E significa também comunhão com os irmãos, pelos quais Cristo morreu (“um só pão”, como diz a II leitura).

(Extraído da revista Vida Pastoral)

01. Como você, sua família e comunidade se alimenta do Cristo?
02. Como o mistério eucarístico está ligado com o mistério da encarnação?
03. Comungar o Cristo é se comprometer com Ele.  Quais as implicações que decorrem da comunhão?
04. Como é a Celebração Eucarística na sua comunidade? 


Oração

Senhor Jesus Cristo,
no admirável sacramento da eucaristia
deixaste-nos, como herança, o memorial de tua paixão e entrega por nós.
Dá-nos celebrar com profundidade e grande amor o mistério do teu corpo e sangue
para colher, em cada dia de nossas vidas, os frutos da salvação.
Isto pedimos a ti, que és Deus
com o Pai e o Espírito Santo. 
Amém.

sábado, 18 de junho de 2011

Deus amou tanto o mundo...

Ss. Trindade (Ano A): Ex 34, 4b-6. 8-9; Cânt.: Dn 3; 2Cor 13, 11-13; Jo 3, 16-18



O evangelho faz parte do diálogo de Jesus com Nicodemos, cujo tema central é a vida nova que vem pela água e pelo Espírito. O texto de hoje enfatiza que Deus realiza a salvação por amor: Ele amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna (v.16). O Filho Jesus é enviado para manifestar o amor do Pai mediante a encarnação, o ministério em obras e em palavras até a morte e a glorificação. Jesus veio mostrar o caminho da salvação, da vida nova conduzida pelo Espírito de Deus. A ação de Deus é para salvar, não para condenar e destruir. A fidelidade de Jesus, que ama até o fim e doa a própria vida (13,1; 15,13), impulsiona a uma opção. Quem conhece Jesus e o acolhe, aderindo a ele pela fé, faz a experiência da salvação e compromete-se com seu projeto de amor.

A 1ª leitura reflete um contexto de renovação da aliança. A misericórdia e a compaixão infinita de Deus levam a perdoar as infidelidades do povo, restaurando assim a aliança violada. Paulo, na 2ª leitura, exorta a buscar a perfeição, o crescimento em Cristo, a ser manifestado na alegria, no mútuo encorajamento, na concórdia e na paz. Ele conclui a carta com uma bênção litúrgica solene em nome da Trindade: A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós (v.13).

O Deus, misericordioso e compassivo, vai ao encontro do ser humano por Cristo para lhe oferecer seu amor e a possibilidade de uma vida em plenitude. Que esse Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo nos conceda a graça de vivermos em comunhão com todos os nossos irmãos e irmãs.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
01. Você faz parte de alguma comunidade? Conte como é a sua comunidade (quem são, quando se encontram, onde, o que faz...).
02. "A competição aborta a comunhão" (Agostinha Vieira). Comente esta afirmação e fale sobre como anda o espírito comunitário na sua família e no mundo.
03. O que significa celebrar a Santíssima Trindade no mundo de hoje?
04. Como promover o espírito comunitário no meio em que vivemos?

Oração

Ó Deus de compaixão e misericórdia,
enviaste o teu Filho Jesus ao mundo e derramaste sobre nós o Espírito Santo,
manifestando o maravilhoso mistério de tua vida.
Dá-nos a graça de crer e adorar o teu mistério de comunhão
e fazer de nossa vida uma busca de unidade e paz.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

sábado, 4 de junho de 2011

Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo.

Ascensão do Senhor (Ano A): At 1, 1-11; Sl 46; Ef 1, 17-23; Mt 28, 16-20


Jesus ressuscitado encontra-se com os discípulos na Galileia, onde havia iniciado o ministério (4,12-17). O Senhor, leva os discípulos a superar as dúvidas e a reconhecer sua autoridade plena no céu e na terra. Jesus confia aos discípulos uma missão que garante a continuidade de seu projeto libertador: Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (v.19). O envio missionário dirige-se a todas as nações, não apenas a Israel. Os discípulos devem congregar os povos e torná-los seguidores de Jesus, ensinando-os a observar suas palavras e ações solidárias. O batismo possibilita entrar neste caminho, numa nova relação de comunhão com o Pai através do Filho e do Espírito Santo. Jesus assegura sua presença no meio dos discípulos. Como o Emanuel, o Deus conosco (1,23), Jesus fortalece os cristãos para que permaneçam no caminho de fidelidade à vontade do Pai. Ele permanece com os discípulos guiando-os e protegendo-os até a realização plena do Reino.

A 1ª leitura descreve a ascensão de Jesus como o coroamento de sua missão. Quarenta dias tem um sentido simbólico ligado ao amadurecimento da fé, à preparação dos discípulos para a missão. O salmo celebra a realeza do Senhor sobre toda a terra e sobre todas as nações. Na 2ª leitura, a sabedoria do Pai nos faz compreender a grandeza de seu poder manifestado na ressurreição e glorificação de seu Filho, Jesus.

O Senhor nos confia o anúncio da Boa Nova da salvação, libertando-nos da estagnação e transformando-nos em construtores de paz e fraternidade. Toda a comunidade é chamada a fazer discípulos de Jesus, a serviço da vida nova e da paz.
(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:
01. Como você e sua comunidade continuam a missão de Jesus Cristo no mundo de hoje?
02. Quais são as pessoas que te ajudaram (ajudam) a ser verdadeiro/a discípulo/a de Jesus? E quem você companha e ajuda a ser discípulo/a de Jesus?

Oração

Deus da vida,
dá-nos a graça de vivermos profundamente
estes dias de alegria em que festejamos a ressurreição de Cristo,
para que a nossa vida corresponda sempre mais
àquilo que na fé celebramos.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.