No evangelho de hoje, alguém do meio da multidão quer ajuda de Jesus para receber sua justa parte na herança da família. Como rabino Jesus pode resolver essa questão, mas ele vê por trás do pedido a mesma ganância sobre a qual advertiu os fariseus (11,39-42). Então, Jesus narra a parábola do rico insensato, para acentuar que a vida não depende da abundância dos bens materiais. O homem rico julga já ter acumulado riquezas o suficiente para viver tranquilo e seguro durante muitos anos. Mas não tem sentido ajuntar tesouros para si, pois as riquezas são dádivas de Deus destinadas a todos; não podem produzir apego que leva à exclusão de Deus e tornam a pessoa cega às necessidades do próximo.
A 1ª leitura reflete sobre o sentido da vida, não a alienação diante das realidades terrenas. Aconselha a viver o desapego dos bens, pois a preocupação em enriquecer, em acumular impede de se alegrar com os frutos do trabalho. A transitoriedade de todas as coisas possibilita reconhecer a absoluta transcendência de Deus, a confiar no seu amor eterno.
A 2ª leitura mostra que a experiência da ressurreição transforma a vida e conduz a novas atitudes. Se ressuscitastes com Cristo cuidai das coisas do alto, não do que é da terra (vv.1-2). A vida nova em Cristo conduz a uma conversão cada dia mais radical, para que possamos viver a comunhão e a solidariedade, superando todas as discriminações.
Jesus ensina a administrar os bens com sabedoria, pois são dádivas de Deus para todos. É necessário valorizar os bens da criação, assumindo uma atitude constante de desprendimento e abertura para Deus e o próximo. Que possamos colaborar para tornar o mundo mais solidário, onde todos vivam como filhos de Deus, irmãos uns dos outros.
(Extraído da Revista de Liturgia)
Para reflexão e partilha:
1. Se a vida não consiste na abundância de bens, no que consiste a vida então?
2. De que forma você partilha os bens que possui? Considerando que o mundo é desigual, tanta riqueza acumulada nas mãos de poucos e tanta miséria sofrida por muitos, como podemos promover a partilha?
3. Leia o restante desta passagem (Lc 12, 22-34) e destaque um versículo.
Oração da Campanha da Fraternidade 2005
Ó Senhor, Deus da vida,
que cuidas de toda criação, dá-nos a paz!
Que a nossa segurança não venha das armas, mas do respeito.
Que a nossa força não seja a violência, mas o amor.
Que a nossa riqueza não seja o dinheiro, mas a partilha.
Que o nosso caminho não seja a ambição, mas a justiça.
Que a nossa vitória não seja a vingança, mas o perdão.
Desarmados e confiantes, queremos defender
a dignidade de toda criação, partilhando,
hoje e sempre, o pão da solidariedade e da paz.
Por Jesus Cristo teu Filho divino, nosso irmão,
que, feito vítima da nossa violência,
ainda do alto da cruz, deu a todos o teu perdão.
Amém!
Cantarei ao Senhor, enquanto viver.
Louvarei o meu Deus enquanto existir.
Nele encontro a minha alegria. (x2)
Louvarei o meu Deus enquanto existir.
Nele encontro a minha alegria. (x2)