IV Dom Quaresma (Ano C): – Js5,9a.10-12; Sl 33 (34); 2Cor 5,17-21; Lc 15,1-3.11-32.
Jesus conta a parábola do filho pródigo depois que os
fariseus e os escribas murmuraram contra ele por causa de sua amizade com os
publicanos e pecadores (cf. Lc 15,1). Há, na parábola, um pai e dois
filhos. Um se extravia, chega ao fundo
do poço e resolve voltar. O pai acolhe
sem pedir explicações, mas o filho mais velho se revolta. Nessa parábola, a personagem central é o pai,
a quem o filho mais novo conhece e recorre quando se encontra reduzido à
extrema miséria. E, neste encontro,
descobre que não o conhece o bastante.
Recita a fórmula de arrependimento longamente preparada, mas esta se
converte em mera formalidade diante do amor gratuito do pai, que age comovido
de afeição paternal em vez de movido por alguma lei. Assim é Deus, e esta é a realidade que Jesus
veio revelar ao acolher os publicanos e os pecadores. O filho mais velho também não conhece o
coração do pai. A sua “justiça” o impede de conhecer o amor do seu pai, que não
deixa de convidá-lo e insistir para que entre na alegria da festa.
Olhando agora este texto a partir da nossa existência,
facilmente nos identificamos com o filho mais novo, em sua situação de
desolação e fracasso; ou com o filho mais velho, incapaz de entender o amor do
pai diante do filho devasso... Mais difícil é identificar-nos como Pai, e
talvez seja este o maior desafio que esta palavra nos apresenta. Esta é a meta do discípulo. Seguir Jesus é testemunhar, pela palavra e
pela vida, a terna compaixão de Deus.
Na assembléia litúrgica, o Senhor nos convida a entrar
no banquete do seu amor, a deixar o nosso coração se alegrar com a música da
festa, com as coisas boas que possam ter acontecido com as pessoas de nossa
convivência, a buscar dentro de nós motivos para render graças à vida. Pedimos com insistência que o Senhor nos dê
um coração de filho, para aprendermos a ter coração de pai e de mãe, capaz de
amar gratuitamente, de oferecer confiança.
(Extraído do Dia do Senhor)
Oração
Ó Pai, fonte de luz e de vida,
por teu Filho Jesus Cristo,
reconciliastes a humanidade
dividida.
Arranca de nós toda sombra de
tristeza e liberta-nos totalmente,
para que caminhemos cheios de
alegria para as festas pascais que se aproximam.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.
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