XXVII Dom TC (Ano B): – Gênesis2,18-24; Salmo 128(127); Hebreus 2,9-11; Marcos 10,2-16
Jesus coloca a aliança matrimonial na perspectiva do
plano original do Criador, recordando Gn 1,27 e 2,24. O homem e a mulher
casados formam uma unidade pessoal inseparável. A legislação mosaica referente
ao divórcio surgiu após o projeto inicial de Deus, por causa da dureza do
coração. Conforme Dt 24,1, somente o homem podia dar o documento de divórcio,
mas na legislação romana também a mulher tinha o direito de tomar tal
iniciativa. Cristo, com sua palavra, propõe a transformação radical, que vai
além das prescrições legais, sugerindo igual responsabilidade aos esposos.
Jesus propõe voltar ao sonho divino, revelado desde o princípio da criação.
Para participar da aliança amorosa com o Senhor, é necessário viver a confiança
e a receptividade como as crianças. Por isso, Jesus afirma que é preciso
receber o Reino de Deus como uma criança, para entrar nele (v.15). Assim, a
atitude de Jesus, que abraça e abençoa as crianças, impondo-lhes as mãos
(v.16), torna-se paradigma da disponibilidade do discípulo perante o Reino.
A 1ª leitura sublinha que a criação do ser humano é
obra gratuita do amor de Deus. Homem e mulher foram formados com a mesma
natureza, e ao unir-se em matrimônio, constituem uma só carne para viverem na
igualdade e comunhão. No salmo, a bênção de Deus se manifesta em cada dia da
vida, na família, no trabalho ao longo das gerações. Na 2ª leitura, Cristo
assume nossa condição humana até a morte para nos libertar e santificar,
introduzindo-nos na glória.
A fidelidade e doação total no matrimônio é sinal do
amor de Deus. Fomos santificados com a vida, morte e ressurreição de Jesus para
vivermos no amor, que cresce e se renova sempre. A confiança, igual à da
criança, nos mantêm firmes no caminho do seu seguimento.
Para refletir e partilhar:
01. Quais pessoas são para você exemplo de vivência da aliança matrimonial?
02. Como matrimônio é sinal do amor de Deus?
03. Por que, nos dias atuais, o matrimônio está sendo desvalorizado e até ridicularizado?
Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso,
que nos concedeis no vosso imenso
amor de Pai mais do que merecemos e pedimos,
derramai sobre nós a vossa
misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência
e dando-nos mais do que ousamos
pedir.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
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