sábado, 9 de março de 2013

Vamos fazer um banquete.




Jesus conta a parábola do filho pródigo depois que os fariseus e os escribas murmuraram contra ele por causa de sua amizade com os publicanos e pecadores (cf. Lc 15,1). Há, na parábola, um pai e dois filhos.   Um se extravia, chega ao fundo do poço e resolve voltar.  O pai acolhe sem pedir explicações, mas o filho mais velho se revolta.  Nessa parábola, a personagem central é o pai, a quem o filho mais novo conhece e recorre quando se encontra reduzido à extrema miséria.  E, neste encontro, descobre que não o conhece o bastante.  Recita a fórmula de arrependimento longamente preparada, mas esta se converte em mera formalidade diante do amor gratuito do pai, que age comovido de afeição paternal em vez de movido por alguma lei.  Assim é Deus, e esta é a realidade que Jesus veio revelar ao acolher os publicanos e os pecadores.  O filho mais velho também não conhece o coração do pai. A sua “justiça” o impede de conhecer o amor do seu pai, que não deixa de convidá-lo e insistir para que entre na alegria da festa.

Olhando agora este texto a partir da nossa existência, facilmente nos identificamos com o filho mais novo, em sua situação de desolação e fracasso; ou com o filho mais velho, incapaz de entender o amor do pai diante do filho devasso... Mais difícil é identificar-nos como Pai, e talvez seja este o maior desafio que esta palavra nos apresenta.  Esta é a meta do discípulo.  Seguir Jesus é testemunhar, pela palavra e pela vida, a terna compaixão de Deus.

Na assembléia litúrgica, o Senhor nos convida a entrar no banquete do seu amor, a deixar o nosso coração se alegrar com a música da festa, com as coisas boas que possam ter acontecido com as pessoas de nossa convivência, a buscar dentro de nós motivos para render graças à vida.  Pedimos com insistência que o Senhor nos dê um coração de filho, para aprendermos a ter coração de pai e de mãe, capaz de amar gratuitamente, de oferecer confiança.
 (Extraído do Dia do Senhor)

Oração 

Ó Pai, fonte de luz e de vida, por teu Filho Jesus Cristo,
reconciliastes a humanidade dividida.
Arranca de nós toda sombra de tristeza e liberta-nos totalmente,
para que caminhemos cheios de alegria para as festas pascais que se aproximam.
Por Cristo, nosso Senhor. 
Amém.