sábado, 12 de novembro de 2011

“...Vem participar da minha alegria!”




A notícia da viagem de um rico negociante pode ter servido de pano de fundo para que Jesus pudesse introduzir para seus discípulos um ensinamento sobre o dinamismo do seu caminho de vida. Contando a história dos diversos empregados que reagem de formas diversas ao dinheiro recebido de acordo com a capacidade de cada um - cada talento equivale, aproximadamente, a 35 kg de ouro -, Jesus quer chamar a atenção para a responsabilidade e ação que cabe a quem se engajou no caminho do reino, proporcional ao “talento” recebido para o serviço. O provérbio final, com sua formulação paradoxal, está de acordo com a finalidade da parábola de mexer com os interlocutores e provocá-los para uma decisão.

A linguagem da economia serve de figura para apontar a dimensão de risco e criatividade presentes na esperança cristã. A fé na vida que há de vir não nos joga nem na passividade nem na acomodação, mas pede de cada batizado(a) constância, responsabilidade  e um firme empenho em fazer crescer o reino. O reino de Deus vem a nós como dom gratuito do Pai, mas, ao mesmo tempo, podemos apressar a sua vinda com o nosso trabalho, dedicação e esforço de humanização. A espera é ativa e não podemos nos apegar às nossas inibições ou falsas seguranças. O caminho do evangelho não se cristaliza em respostas prontas ou em esquemas pré-fixados, mas exige audácia e inventividade.

Em cada celebração que participamos, escutamos do Senhor o convite: "vem participar da minha alegria", pois, de fato, festejamos o que o Senhor mesmo nos permitiu colher de frutos em nosso testemunho do evangelho. Ao mesmo tempo, recebemos aí a palavra que nos desinstala e a energia que nos impulsiona, como fonte nunca estancada, a continuarmos trabalhadores e trabalhadoras ativos em sua missão.

 (Extraído do Dia do Senhor)

Para refletir e partilhar:
01. Você é uma pessoa de esperança? Justifique. 
02. Como o medo pode nos impedir de participar da na alegria do Reino? Como superá-lo?
03. Como você e sua comunidade espera pelo Senhor que sempre vem ao nosso encontro?
04. Quais são as pessoas e grupos que hoje, na sua opinião, estão multiplicando os seus talentos?
Oração 


Deus da paz,
enche nossa vida com a alegria de te servir com um coração indiviso
e faze-nos experimentar profundamente
a felicidade de trabalhar por ti, criador de tudo, e por teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor.


sábado, 5 de novembro de 2011

“... E sairam ao encontro do noivo.”


As dez moças da parábola, segundo o ritual de casamento do tempo de Jesu, são uma espécie de “damas de honra”.  Na noite do csamento, elas estão esperando o noivo, que foi acertar o contrato nupcial com o pai da noiva e que vem para conduzir a noiva à sua casa.  No entanto, o esposo demora a fechar o contrato e só chega muito tarde, quando a metade das moças já não tem mais óleo para manter sua lâmpadas acesas.

Esta parábola, fortemente inspirada pelo Cântico dos Cânticos e contada apenas por Mateus, serve para manter as comunidades – representadas pelas moças – na espera amorosa da manifestação do reino.  Talvez no momento em que o evangelho fosso escrito, muitas comunidades estivessem desanimando e enfraquecendo sua vigilância e na esperança da vinda do SEnhor. Daí a insistência: enquanto ele não vem, é preciso estar vigilantes na expectativa desse encontro, com o óleo preparado e o ouvido atento para escutar, na escuridão da noite, os sinais que anunciam a sua chegada.

Não é à toa que o livro do Apocalipse termina com este grito ansioso de espera da esposa/comunidade pela vinda do Cristo/esposo: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22, 21).  Há uma dimensão de advento que caracteriza, permanentemente, a dinâmica das comunidades. O centro delas é o reino, para ele volta-se sua atenção, e, para permanecer nesta atitude, elas envidam todos os esforços.

A reunião litúrgica da comunidade é a expressão-símbolo dessa vigilância.  Celebramos porque vigiamos e vigiamos porque celebramos. Através dos dias e dos ano, essa chama da espera do Senhor Jesus é mantida firme e acesa pelas assembléias litúrgicas, especialmente através da eucaristia, quando a comunidade retoma a precese do Apocalipse e proclama “Anunciamos, Senhor, a tua morte e proclamamos a tua ressurreição, vem Senhor Jesus!”.  Não é sem razão que a vigília foi o primeiro tipo de oração das Igrejas cristãs.  As comunidades se reuniam durante a noite de sábado para acolher em oração o santo dia do domingo.  E santo Agostinho assim dizia à sua comunidade, em meadso do século IV, por ocasião da mãe de todas as vigílias, a vigília pascal:  “Esta noite, iluminada que é de nossa santa vigília, se enche de toda claridade.  Ela nos dá esta esperança que, com a Igreja inteira, sobre toda a face da Terra, nós não seremos mais surpreendidos pela noite quando o Senhor voltar.  Pois, para nós cristãos, viver não é outra coisa que vigiar.  E vigiar é abrir-se à vida”.   

(Extraído do Dia do Senhor)

Para refletir e partilhar:
01. Você sabe esperar/vigiar? Por que ou por quem você espera, faz vigília?
02. Quais são as distrações que roubam a atenção da esposa/comunidade e não a deixa vigiar pela vinda do Cristo/esposo?
03. Comente a frase de Santo Agostinho, "Vigiar é abrir-se à vida". 

Oração 

Senhor, fortifique-nos na vigilância 
e revigore nossa atenção
diante de todos os sinais de tua chegada.
Por Jesus, nosso Senhor. 
Amém