domingo, 26 de dezembro de 2010

Levanta-te, pega o menino e sua mãe e volta.

Sagrada Família (Ano A): Eclo 3,3-7.14-17a;  Sl 127; Cl 3,12-21; Mt 2,13-15.19-23


O evangelho ressalta que a presença constante de Deus Pai protege a vida e a missão de seu Filho, rejeitado pelos poderosos desde seu nascimento. Herodes sente-se ameaçado pela Boa Nova da salvação, trazida pelo Messias Salvador. Ele determina que todos os recém-nascidos sejam mortos. Deus age através de José, iluminando-o para que se deixe conduzir pelos sinais de vida. Realiza-se em Jesus, desde a infância, a experiência do povo de Israel: Ele vai para o Egito, como o patriarca José e seu exílio no Egito evoca o Êxodo. Do Egito chamei o meu filho (v.15). Como em Os 11,1, Deus chama Jesus do Egito para formar um novo povo através do seu ministério na Galiléia (4,12ss).

A 1ª leitura é um texto sapiencial que trata das relações familiares cotidianas. Evocando Ex 20,12 e Dt 5,16, acentua o dever de honrar e respeitar os pais, socorrê-los e compadecer-se deles na velhice. A fidelidade ao quarto mandamento do Decálogo, “honrar pai e mãe”, assegura felicidade e alegria.

Na 2ª leitura, o apelo é para nos revestirmos dos sentimentos de Jesus Cristo, deixando que a sua palavra habite em nós com abundância. É necessário revestir-se, sobretudo do amor, pois é o vínculo da perfeição que nos une fraternalmente.

A Sagrada Família de Nazaré é modelo de comunhão e amor para todas as nossas famílias. Com ela aprendemos a caminhar na fé, na constante sintonia com o plano divino, procurando viver com fidelidade mesmo dentro das vicissitudes e dificuldades da vida.

Damos graças a Deus que nos une numa fraternidade que supera diferenças e limites e nos faz crescer juntos, pela sabedoria e força que nos vem da palavra e do pão partilhados. No encontro pascal, à mesa da família possamos atingir a plena maturidade do Corpo do Cristo.
(Extraído da Revista de Liturgia)

Para refletir e partilhar:

1. "E a família, como vai?" Partilhe quais os maiores desafios que as famílias enfretam no mundo atual. Quais são as raizes destes desafios?

2. Embora enfrentando grandes desafios, no Evangellho de hoje, a Sagrada Família se mostra fiel ao plano de Deus.  Como a fé ajuda a viver o plano de Deus? Qual é afinal o plano de Deus que toda família é chamada a seguir?

3. Concretamente, quais as atitutes fundamentais para se viver em  comunhão com os diversos membros da família?


Oração

Ó Deus de bondade,
a santa família de Nazaré
é para todos nós um exemplo de obediência à tua vontade.
Dá-nos a graça de vivermos em nossos lares
a mesma comunhão de fé
para que, unidos pelos laços do amor,
possamos morar para sempre em tua casa,
com todos os que te são fiéis.
Por Cristo, nosso Senhor!
Amém.

















sábado, 25 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal - 2012

Emanuel - Deus está conosco! - Feliz Natal!


O Povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte uma luz resplandeceu... Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz.
Isaías 9, 1.5

Queridos/as amigos/as, leitores e leitoras deste blog,

Fraternidade, comunhão e paz!

Ao celebramos o natal de Jesus Cristo, voltemos o nosso coração à Belém e demos graças à Deus pelo dom admirável do seu Filho, nascido de Maria, na pobreza de uma gruta, entre os marginalizados do mundo. 

"Após espera tão longa", entoemos hoje hinos de louvor e cantos de alegria, pois o Messias esperado já está no meio de nós.  Ele é verdadeiramente Emanuel, Deus com a gente! Ele se fez povo: carne em nossa carne, pobre entre os pobres. Voltemos o nosso olhar para criança deitada no cocho de Belém, na solitude da noite, na companhia de José e Maria, dos pastores, gente pobre, e dos animais.  Vejamos no recém nascido a faísca de Deus, luz que aquece nossa vida e enche de esperança nosso coração. Em comunhão com toda a criação, exaltemos nosso coração, pois a Palavra de fez carne e armou sua tenda entre nós! O Cristo esperado está conosco! Ouçamos novamente com alegria o anúncio do Natal: Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor! 

Que a celebração do Natal de Jesus nos anime a continuar a encarnar na vida esta Boa-Notícia do Deus sempre conosco, no meio de nós!

Que a Páscoa do Natal revigore nossos sonhos, renove nossas esperanças e fortaleça nossas lutas.

E que a Palavra de Deus - encarnada em Jesus Cristo - continue a iluminar nossos caminhos, orientar nossos projetos e guiar a jornada de fé de nossas comunidades.

Obrigado pelo carinho e amizade.

Nos encontramos sempre por aqui para ler, rezar, atualizar, viver e anunciar o mistério da Palavra feito carne em Jesus Cristo!

Um feliz e santo Natal para cada um/a e todos/as vocês!

Um grande abraço,

Jonas D. Christal

Lowell, MA, EUA - Natal 2010.

















domingo, 19 de dezembro de 2010

...Tu lhe darás o nome de Jesus.

IV Domingo do Advento (A): Is 7,10-14; Sl 23; Rm 1,1-7; Mt 1,18-24



O relato da genealogia de Jesus (1,1-17) desemboca no fato individual e único do nascimento de Jesus. Mateus se apóia na promessa de Deus a Acaz (Is 7,14) que anuncia o nascimento de Ezequias, rei justo e bom, sinal da presença de Deus junto ao seu povo e por isso, figura de Cristo. O relato mostra que a maternidade de Maria não é obra de José, mas do Espírito Santo, fato que é afirmado duas vezes no breve relato. José, interpelado como “filho de Davi”, garante a linhagem dinástica de Jesus, também chamado Filho de Davi. Se José impõe o nome é porque age como pai legal

Aqui se diz que José era “honrado” significando que era justo e que, percebendo na mulher a obra de Deus, quer se retirar para não atrapalhar um plano de Deus que ele não pode compreender. Enquanto Lucas conta que o anjo anunciou a Maria, Mateus conta que o anjo apareceu em sonhos a José. O sonho é como meio de revelação fidedigna. Através dos sonhos a pessoa entra em conexão com uma dimensão mais profunda de si mesma e pode ouvir de modo mais puro a mensagem de Deus. De fato, ao despertar do sonho José fez como o Senhor lhe havia ordenado, acolhe Maria como esposa, mas não teve relações com ela. A sua missão é fazer aparecer o Senhor como o único esposo de Maria, símbolo da comunidade nova. É pela força do Espírito que ela dá a luz o seu Filho Jesus.

Mateus gosta de mostrar que em Jesus cumprem-se as profecias. Assim ele recebe o nome que resume sua missão. É o mesmo nome de Josué, o patriarca que introduz o povo hebreu na terra prometida. O filho que nascerá de Maria será a realização das mais profundas promessas de Deus ao seu povo. Será a visibilidade da presença do Senhor que virá morar com o seu povo, o Emanuel.

Caminhemos para a festa do natal renovados pela alegria de saber que o Senhor, pela sua ressurreição, está no meio de nós, se faz presente em nossa reunião, na sua palavra e na partilha do pão. Reacendemos a lâmpada da nossa espera, oramos com renovado ardor: Vem, Senhor Jesus!

(Extraído do Dia do Senhor, Ano A)

Para refletir e partilhar:
1. Quais os sentimentos que o nome "Jesus" (Deus salva) e "Emanuel" (Deus conosco) evocam em você?
2. O que a atitude de José nos ensina? Como o sonho está presente na sua vida? O que a mística da gravidez pode ensinar ao mundo hoje?
3. Maria e José cooperam com o plano de Deus. Esse compromisso gera o Cristo Jesus. Quais compromissos você e a sua comunidade estão comprometidos e que geram vida no mundo atual?
4. Comente o vídeo, "Criança, a Alma do Negócio." (Ver no lado direito inferior do blog)


Oração

Derrama, Deus da vida, em nossos corações,
a tua graça, para que, conhecendo pela anunciação
do anjo a encarnação de Jesus Cristo, teu Filho,
cheguemos, por sua paixão e morte,
à glória da ressurreição.
Por Cristo, nosso Senhor!
Amém.


Adolfo Temme
Do tronco da vida, mesmo ferida,
nasce uma flor, rindo da dor, ô ô ô...

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sábado, 11 de dezembro de 2010

Os cegos recuperam a vista!




O primeiro a se posicionar a respeito de Jesus foi João Batista. Ele estava preso por ordem de Herodes Antipas (Mt 4,12). Da prisão ouve falar do que Jesus está fazendo e se decepciona. Conforme os profetas, ele tinha anunciado um Messias como juiz escatológico, armado de pá e fogo que viria trazendo ao mundo o julgamento de Deus, conforme Mt 3,10. Agora, na prisão, os discípulos contam a João notícias de um Jesus benéfico, acolhedor, disposto a perdoar. E João entra em crise de fé e de respeitabilidade por ter anunciado coisas que não se cumprem, como um falso profeta. Por isso João manda seus discípulos perguntarem a Jesus: “és tu o que devia vir, ou devemos esperar outro?”

Jesus não responde diretamente à pergunta de João. Mostra suas ações e manda que João as interprete. Jesus se baseia em outras passagens da escritura, como Is 35 e 61, que prometem um Messias manifestação do amor misericordioso de Deus. O cumprimento de profecias messiânicas confirma a missão.

O importante é que João não rompe a sua relação de adesão a Jesus. Mateus mostra a continuidade entre João e Jesus sublinhando que os dois têm a mesma mensagem (Mt 3,2 e 4,17) . O próprio Jesus confirma que João é profeta. Por sua conduta ascética é como o primeiro dos profetas, Elias, que se retirava ao deserto e enfrentava o rei e sua corte (1Rs 17-18).

Neste domingo alegramo-nos com esta boa notícia de que Deus se manifesta em Jesus, não como Juiz, mas como a manifestação amorosa de Deus, acolhendo os fracos, curando os doentes, anunciando a boa notícia aos pobres e pequenos.

Nesta celebração, sentindo a proximidade da festa, reacendemos a lâmpada da nossa espera e deixamos que ecoe em toda a nossa existência o grito insistente e fervoroso: Vem Senhor Jesus! Que ele venha para ativar as mãos enfraquecidas e firmar os joelhos vacilantes e dar esperança a toda pessoa que busca um sentido e luta por tempo novo de justiça e paz.

(Extraído do Dia do Senhor, Ano A)

Para refletir e partilhar:

1. A passagem de hoje indica que os gestos concretos de Jesus ("os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam etc") revelam a sua verdadeira identidade messiânica. Qual é a imagem que hoje as pessoas têm de Jesus? Ela é a imagem do Messias que vem trazer concretamente Boa-Notícia aos pobres e esquecidos/excluídos?

2. Como a sua comunidade prolonga os gestos de Jesus no mundo atual? Há cegos sendo curados, mortos ressuscitando, surdos ouvindo, pobres recebendo boa-notícias?

3. Qual a imagem você tem de Jesus? Ela é parecida com a imagem do Evangelho de hoje? Ela te traz alegria?

Oração

Ó Deus do universo,
tu vês o teu povo preparando,
fervoroso, o natal do Senhor.
Dá-nos a graça de trilhar com alegria
o caminho que ele nos abriu
e celebrar sempre o teu louvor.
Por Cristo Jesus, nosso Senhor!
Amém.

Agostinha Vieira de Melo
Desça como a chuva a tua Palavra,
que se espalhe como orvalho,
como chuvisco na relva,
como aguaceiro na grama. Amém!


sábado, 4 de dezembro de 2010

Convertei-vos (II Advento - Ano A)


As palavras de João retomavam as advertências dos profetas, usando imagens como a da fogueira que queima e limpa tudo e a do machado que corta as árvores. Escolhe uma citação do profeta do retorno (Is 40,3) ou seja, do segundo êxodo. João tem um aspecto de asceta como o grande profeta Elias em 2Rs 1,8, cuja volta a comunidade judaica espera até o dia de hoje como sinal do Messias (cf. Mt 11,15).

João goza de credibilidade de um profeta. Por seu estilo de vida e por sua atividade devidamente reconhecida, atraiu o povo. A ele vinham as autoridades religiosas e sociais de Israel. João se dirige a todos: judeus e não judeus, pobres e ricos... Pede conversão e justiça. Exige arrependimento, confissão pública e a conversão como fruto. Mas João não se considera a realização das promessas e as aponta no que “virá depois”. O êxodo, o deserto e o mar Vermelho apontam para a páscoa que vai se realizar em Jesus. Jesus foi discípulo de João, recebeu dele a formação de profeta e é ele o cumprimento de todas as promessas.

João acolhe e batiza o povo como sinal de abertura à vinda do Senhor. Ao mesmo tempo, desmascara os ouvintes impenitentes que não estão dispostos a uma mudança de vida. O papel do Batista é apontar o caminho da conversão. Ele tem consciência de ser apenas a voz que clama no deserto. Por isso, o apelo deste segundo domingo do advento é: "Preparai os caminhos do Senhor".

A nossa conversão não é uma condição para que Deus venha. O Senhor vem independentemente da nossa conversão e a sua chegada é tão certa como a aurora. Nossa conversão é sinal de que estamos abrindo os braços para a sua vinda. Por isso, na celebração deste domingo, ao acender a vela da coroa, deixemo-nos iluminar pela alegria da sua chegada, e que o Senhor mesmo nos purifique com o batismo do Espírito e do fogo.
(Extraído do Dia do Senhor, Ano A)



Para refletir e partilhar:
1. Entender conversão como sinal de acolhida ao Senhor que vem, o que nos ensina? Para nos voltarmos àquele que vem, o precisamos abandonar, deixar para trás?
2. Qual aspecto da vida de João Batista (palavra, gesto, atitude) que mais fala à você neste tempo do Advento?
3. Quem são e onde estão os "João Batista" de hoje?


Oração

Deus das misericórdias,
liberta-nos de tudo o que pode impedir
e atrapalhar nossa intimidade e comunhão
com o Cristo que vem ao nosso encontro.
Tua sabedoria nos conduza e guie,
para que participemos plenamente
da vida que veio nos dar.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém