sábado, 31 de julho de 2010

A vida não consiste na abundância de bens! (XVIII DTC - Ano C)

No evangelho de hoje, alguém do meio da multidão quer ajuda de Jesus para receber sua justa parte na herança da família. Como rabino Jesus pode resolver essa questão, mas ele vê por trás do pedido a mesma ganância sobre a qual advertiu os fariseus (11,39-42). Então, Jesus narra a parábola do rico insensato, para acentuar que a vida não depende da abundância dos bens materiais. O homem rico julga já ter acumulado riquezas o suficiente para viver tranquilo e seguro durante muitos anos. Mas não tem sentido ajuntar tesouros para si, pois as riquezas são dádivas de Deus destinadas a todos; não podem produzir apego que leva à exclusão de Deus e tornam a pessoa cega às necessidades do próximo.
A 1ª leitura reflete sobre o sentido da vida, não a alienação diante das realidades terrenas. Aconselha a viver o desapego dos bens, pois a preocupação em enriquecer, em acumular impede de se alegrar com os frutos do trabalho. A transitoriedade de todas as coisas possibilita reconhecer a absoluta transcendência de Deus, a confiar no seu amor eterno.
A 2ª leitura mostra que a experiência da ressurreição transforma a vida e conduz a novas atitudes. Se ressuscitastes com Cristo cuidai das coisas do alto, não do que é da terra (vv.1-2). A vida nova em Cristo conduz a uma conversão cada dia mais radical, para que possamos viver a comunhão e a solidariedade, superando todas as discriminações.
Jesus ensina a administrar os bens com sabedoria, pois são dádivas de Deus para todos. É necessário valorizar os bens da criação, assumindo uma atitude constante de desprendimento e abertura para Deus e o próximo. Que possamos colaborar para tornar o mundo mais solidário, onde todos vivam como filhos de Deus, irmãos uns dos outros.
(Extraído da Revista de Liturgia)

Para reflexão e partilha:
1. Se a vida não consiste na abundância de bens, no que consiste a vida então?
2. De que forma você partilha os bens que possui? Considerando que o mundo é  desigual, tanta riqueza acumulada nas mãos de poucos e tanta miséria sofrida por muitos, como podemos promover a partilha?
3. Leia o restante desta passagem (Lc 12, 22-34) e destaque um versículo.


Oração da Campanha da Fraternidade 2005

Ó Senhor, Deus da vida,
que cuidas de toda criação, dá-nos a paz!

Que a nossa segurança não venha das armas, mas do respeito.
Que a nossa força não seja a violência, mas o amor.
Que a nossa riqueza não seja o dinheiro, mas a partilha.

Que o nosso caminho não seja a ambição, mas a justiça.
Que a nossa vitória não seja a vingança, mas o perdão.

Desarmados e confiantes, queremos defender
a dignidade de toda criação, partilhando,
hoje e sempre, o pão da solidariedade e da paz.

Por Jesus Cristo teu Filho divino, nosso irmão,
que, feito vítima da nossa violência,
ainda do alto da cruz, deu a todos o teu perdão.
Amém!


Cantarei ao Senhor, enquanto viver.
Louvarei o meu Deus enquanto existir.
Nele encontro a minha alegria. (x2)

sábado, 24 de julho de 2010

Senhor, ensina-nos a orar... (XVII DTC - Ano C)



Jesus costuma rezar e seus discípulos desejam aprender com ele: Senhor, ensina-nos a orar como João... (v.1). Semelhante a outros grupos, que tinham orações próprias, o Pai Nosso caracteriza a oração dos discípulos de Jesus. Jesus ensina a santificar, a glorificar o nome do Pai e a implorar a vinda do Reino indicando sua manifestação concreta “no pão cotidiano” (vv.2-3), pedido central no Pai nosso. Como o povo alimentado pelo maná (Ex 16), o empenho comunitário na busca do sustento diário, leva a confiar na providência de Deus. A fraternidade possibilita viver o perdão, a livrar-se da tentação (v.4), da ambição da glória e poder, dinheiro e injustiças. Jesus exorta a perseverar no caminho da oração. Pedi e vos será dado; procurai e encontrareis; batei e a porta vos será aberta (v.9). O Espírito Santo ajuda a realizar o projeto de amor fraterno e solidário proposto por Jesus.

Na 1ª leitura, o diálogo com Deus revela a Abraão a questão fundamental: Destruirás o justo com o pecador? (v.23). Deus é paciente com Abraão, que está preocupado com o número de justos necessário para salvar a cidade. Deus não julga conforme o critério humano de justiça, é compassivo e misericordioso, perdoa gratuitamente, conduzindo à conversão e à salvação. A 2ª leitura convida a viver de forma renovada, pois fomos libertados pela obra redentora de Cristo na cruz.

(Extraído da Revista de Liturgia)

Para reflexão e partilha:
1. Você reza? A sua oração e o seu jeito de rezar têm mudado com o tempo? De que maneira?
2. Você reza com a sua comunidade? Como é esta experiência? Alguma lembrança significativa?
3. Comente a oração que Jesus ensinou seus/suas discípulos/as a rezar, o "Pai Nosso".


Oração 

Pai nosso que estais no Céu,
santificado seja o Vosso Nome,
venha a nós o Vosso reino,
seja feita a Vossa vontade,
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.
Pois vosso é reino, o poder e a glória para sempre.
Amém.


Taizé
Misericordias domini in aeternum cantabo
(A misericórdia do Senhor, sempre, sempre eu cantarei)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.
Para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Os céus celebram as tuas maravilhas, Senhor!
Feliz o povo que sabe louvar e bendizer e caminhar à luz do teu rosto

sábado, 17 de julho de 2010

Uma só coisa é necessária. (XVI DTC - Ano C)

No evangelho, o episódio de Marta e Maria ressalta que a escuta da palavra de Deus, a fé, o amor contemplativo é fundamental para fortalecer o compromisso no serviço ao próximo. A escuta atenta de Maria e o serviço generoso de Marta são duas atitudes de adesão ao evangelho. Maria senta-se aos pés do Senhor para escutar a sua palavra em atitude de discípula (v.39; cf. 8,35 e At 22,3). Marta trabalha, preocupada em bem servir bem o Mestre. Jesus afirma que uma só coisa é necessária (v. 42) e elogia Maria por escolhido a melhor parte, que não lhe será tirada. E diz isso a Marta, para que também ela, na condição de servidora nos afazeres cotidianos, aprenda a buscar o essencial. O seu trabalho não pode tornar-se empecilho para o crescimento na fé.
Na 1ª leitura, Abraão e Sara acolhem os mensageiros de Deus, enviados para visitar, anunciar a salvação. No carvalho de Mambré, onde Abraão havia construído um altar (v.1; cf. 13,18), Deus manifesta sua presença de amor. O acolhimento, a gratuidade do patriarca Abraão é recompensada com um dom muito mais valioso: a promessa do nascimento do filho esperado.
A 2ª leitura destaca que, através das alegrias e sofrimentos decorrentes do anúncio do evangelho, participamos do ministério de Cristo. Por meio da vida, morte e ressurreição, o mistério escondido desde séculos e gerações foi revelado. Agora, Cristo está em nosso meio como a esperança da glória, da vida nova. Ele nos impele a anunciar a sua mensagem, a exortar e a ensinar com sabedoria, a crescer em comunhão com seu projeto de salvação.
A escuta atenta da palavra do Senhor é condição para que a evangelização seja realizada com sucesso. O anúncio da palavra e o serviço generoso e solidário ao próximo devem ser integrados com equilíbrio. Maria, Marta, Abraão nos ensinam a acolher com gratuidade o Senhor, que nos visita continuamente através da Palavra e dos irmãos necessitados. 
(Extraído da Revista de Liturgia)

Para reflexão e partilha: 
1. Você acha que as pessoas têm dificuldade de se silenciar e escutar o outro? Por quê? 
2.Qual é o lugar que a Palavra de Deus ocupa em sua vida cotidiana? E na comunidade onde você participa?
3. Comente o que disse Jesus: "...Uma só coisa é necessária."


Oração 

Ó Deus, amigo dos pobres e peregrinos,
 nós te agradecemos porque,
 neste domingo,
 nos acolheste em tua casa
e partilhaste conosco tua palavra e tua força.
 Renovados pela graça da intimidade contigo,
 fiquemos sempre atentos à tua palavra de salvação,
 e sensíveis às necessidades de nossos irmãos e irmãs.
Por Cristo, nosso Senhor.
 Amém.






quarta-feira, 7 de julho de 2010

Liturgia - Reflexão

Esta postagem foi publicada no intuíto de ajudar na reflexão sobre Liturgia. Na caixa ao lado, "Liturgia", encontra-se outros subsídios. Navegem, leiam e deixem seus comentários!

Adélia Prado fala sobre a linguagem religiosa e poética:






A missa é a coisa mais absurdamente poética que existe. É o absolutamente novo sempre. É Cristo se encarnando, tendo a sua Paixão, morrendo e ressuscitando. Nós não temos de botar mais nada em cima disso, é só isso.
Adélia Prado

... a Liturgia é simultâneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força. (SC n. 10)

1. O lugar da Sagrada Escritura

É enorme a importância da Sagrada Escritura na celebração da Liturgia. Porque é a ela que se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar; com o seu espírito e da sua inspiração nasceram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as acções e os sinais. Para promover a reforma, o progresso e adaptação da sagrada Liturgia, é necessário, por conseguinte, desenvolver aquele amor suave e vivo da Sagrada Escritura de que dá testemunho a venerável tradição dos ritos tanto orientais como ocidentais. (SC n. 24)

2. A participação do povo

Para fomentar a participação ativa, promovam-se as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as acções, gestos e atitudes corporais. Não deve deixar de observar-se, a seu tempo, um silêncio sagrado. (SC n. 30)


3. Ambiente

E o que é o sagrado? É a presença do próprio Deus. Dando um exemplo, neste contexto de sagrado, o silêncio é fundamental. Na Basílica de Aparecida está escrito: "Silêncio, estamos orando". Eu disse para mudarmos essa placa e escrever: "O silêncio é oração". Quando você faz silêncio, você dá espaço para Deus falar. Quando tem só o essencial, você dá espaço para Deus entrar. Se você começa a encher com florzinhas, uma estátua aqui e outra ali, uma cortina acolá, não sobra espaço para Deus. A Igreja tem um jeito de ser e existir desde Jesus que se impõe no tempo e no espaço. Quando eu faço uma obra de arte, eu nunca penso nas pessoas, em como as pessoas vêem isso, mas eu estou interessado numa fidelidade, numa profundidade e numa espiritualidade séria. Depois é o Cristo que vai falar.
Cláudio Pastro

Nós temos sempre que nos perguntar se o centro sou eu, ou se o centro é Jesus Cristo. Se é Jesus Cristo a coisa tem vida, caminha, se sou eu é limitada. O mistério da redenção faz com que a gente possa julgar a sociedade com outros olhos, partir sempre com olhos do Cristo. Então, esta centralidade no mistério do Cristo, a tal ponto que debaixo desta grande cúpula onde vamos ter a árvore da vida pende uma grande cruz com o Cristo. É uma cruz vazada, que já foi colocada sobre o altar. É uma cruz em aço, e a figura do Cristo está vazada. A minha idéia é esta: lá onde não tenho nada, tenho tudo. Porque onde eu não pus a imagem do Cristo, pus só a silhueta vazada, pois o Cristo vivo e invisível no nosso meio está lá presente.
Cláudio Pastro



Que todos os povos te celebrem, ó Deus,
Que todos os Povos te celebrem!
Salmo 67,4